‘Lua de Sangue’: eclipse lunar total lotou Esplanada do Mineirão, em BH
Eclipse Lunar teve o ápice na madrugada de sexta (14/3). Fenômeno foi visto por 3 mil pessoas na Esplanada do Mineirão, com telescópios e contação de histórias
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Siga noCom Marcos Vieira
O eclipse lunar total, que iniciou como Lua de Sangue, encheu a Esplanada do Mineirão com três mil pessoas na madrugada desta sexta-feira (14/3). O evento, que teve início às 23h de quinta (13), se estendeu até 6h com a observação de todas as fases do eclipse total da lua sob telescópios e também a olho nu.
O “Da Lua de Sangue ao Eclipse Lunar” foi idealizado pelo Grupo de Astrofísica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e contou com atrações como contação de histórias, roda de conversa sobre astronomia e um planetário inflável, além da atração principal: o primeiro eclipse lunar de 2025.
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A visualização do eclipse pôde ser feita durante toda a madrugada, com o ápice em torno das 4h. A fase parcial se iniciou em torno de 2h10, com fim às 5:47h. A lua se pôs às 6:05h e a fase penumbral tem fim às 7h.
Para Sofia Oliveira Machado, de 10 anos, o evento abriu as portas para um universo novo: “Eu nunca vim aqui, estou vendo pela primeira vez, e estou vendo a lua e muitos planetas novos”, contou. Ela estava acompanhada da familiar Natália Fernanda Oliveira, de 21, que também aprovou a experiência. “Eu estou amando o passeio, está sendo bem bacana. O pessoal da UFMG está dando todo o assessoramento pra nós, tá sendo muito bom, muito divertido”, afirmou.
Experimentos de física para um universo novo
A exploração de um universo novo foi possível a partir da utilização de 20 telescópios disponíveis para os visitantes e de experimentos de física promovidos pelos organizadores, como um para a detecção de exoplanetas, outro de roda de elementos ópticos e um outro de simulação de espectrógrafo.
Para isso, o público contou com equipes relacionadas à física para explicar e acompanhar o evento lunar. Um dos telescópios foi montado por José Fiungo Marzano, do Centro de Estudo Astronômico de Minas Gerais, em uma oficina de fabricação de telescópios do grupo, e utilizou uma lente pronta e itens simples para montagem.
“A parte das lentes foi comprada, mas o tubo é de papelão. Essas peças são feitas na impressora 3D, o caixote é de madeira, ali é ferro. [O telescópio] tem um espelho primário e aqui tem um outro que a gente chama de secundário. Você tem que pôr todas as medidas certinhas para dar o foco, tudo acontecer direito”, contou.
O equipamento pôde ser utilizado pelo público para observação da lua, mas não para fotos, por uma questão de logística. “Eu deixei para o pessoal observar, porque foto ninguém vai poder usar. Dá até para pôr o celular, mas vai ser proibido porque senão a pessoa até ajustar, demora uns dois, três minutos. Foram entregues três mil convites, então a gente espera que vai ter bastante gente”, explicou José.
Segundo explica Ronaldo Vasconcelos, do Laboratório Nacional de Astrofísica, as experiências levam à detecção de planetas exteriores ao Sistema Solar, ao entendimento do comportamento de objetos como espelho e prisma quando a luz os atravessa, e a decomposição da luz nos aspectos visíveis e não visíveis, respectivamente.
“Esse evento acontece, em média, a cada ano e meio e chama a atenção do público”, contou o astrofísico. De acordo com ele, a “Lua de Sangue”, também observada durante a madrugada, é um efeito explicado pela física. “É um efeito da luz passando através da atmosfera da Terra, que de certa forma funciona como se fosse um filtro separando as luzes azuis e as luzes vermelhas, por isso a lua fica vermelha”, explicou.
Veja como foi o evento do eclipse lunar visto da Esplanada do Mineirão
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