Postos de saúde de Belo Horizonte têm ficado cheios de pessoas que relatam estar com sintomas da dengue -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A. Press)

Postos de saúde de Belo Horizonte têm ficado cheios de pessoas que relatam estar com sintomas da dengue

crédito: Leandro Couri/EM/D.A. Press

Em meio à pior epidemia de dengue da história, Minas Gerais atingiu a marca de 1 milhão de casos prováveis da doença, conforme o Painel de Monitoramento de Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG). Mesmo na descida da curva epidemiológica, o estado ainda apresenta altos índices de notificações e responde por um terço dos casos prováveis da doença no Brasil.

 

Os dados da dengue, divulgados no Painel de Monitoramento de Casos de Arboviroses do Ministério da Saúde — atualizados ontem — consideram o coeficiente de incidência, que compila o número de ocorrências da doença por um grupo de 100 mil habitantes.

 

Minas Gerais possui 997.108 casos prováveis de dengue, ou seja, incidência de 4.854,8/100 mil, atrás apenas do Distrito Federal, que registrou 209.164 notificações, mas tem população muito menor (7.424,9/100 mil). Em números absolutos, o estado lidera o ranking nacional, concentra um terço dos casos em todo o país e metade dos registros prováveis na Região Sudeste.

 

Os dados são ainda mais alarmantes se avaliados sob as lentes da SES-MG, que recebe o balanço de infectados antes e repassa ao Ministério da Saúde. Minas Gerais teve um acréscimo de mais de 73 mil casos prováveis da doença no intervalo de apenas uma semana.

 

Até o momento, são 277 mortes confirmadas e outras 677 em apuração. No ano, o estado acumula 419,2 mil casos confirmados de dengue. O cenário epidemiológico da dengue este ano em Minas Gerais é consideravelmente pior que o de 2023. Os 1.014.033 casos prováveis registrados no estado em 2024 já superam todos os casos contabilizados ao longo do ano passado: 408.595.

 

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Depois de uma escalada de casos nos três primeiros meses do ano, os registros desaceleraram na última semana, confirmando a previsão da pasta, que projetava queda nos índices a partir de abril. Após três semanas de redução na quantidade de infectados, a elevação de casos, que chegou a 30% por semana entre o fim de fevereiro e o início de março, caiu para 12,8% no último boletim epidemiológico divulgado pela SES-MG. A tendência é de queda nos registros neste mês, seguida de uma estabilidade a partir de maio.

 

A capital mineira também segue em alerta por causa da enfermidade. De acordo com o balanço da Secretaria Municipal de Saúde, a dengue tem 131.690 casos prováveis. Desses, 32.247 estão confirmados e 28 pessoas morreram. Outras 49 mortes estão em investigação.

 

Neste fim de semana, cinco centros de saúde de BH estarão abertos para atender pessoas que apresentarem, prioritariamente, sintomas de dengue, chikungunya e zika.

 

Os locais funcionarão das 7h às 19h. Para garantir a assistência da população, seguem em funcionamento os Centros de Atendimento às Arboviroses (CAAs), os hospitais temporários e o de campanha, além das Unidades de Reposição Volêmica (URVs). Todos os endereços podem ser verificados no portal da Prefeitura.

 

Paralelo à dengue, BH vivencia uma escalada de casos de doenças respiratórias, e concentra os esforços na vacinação para conter o avanço dessas doenças. Neste sábado (13/4), todos os 152 postos de saúde da capital estarão abertos para o Dia D de vacinação contra a gripe, imunizante disponível para crianças entre seis meses a menores de seis anos, gestantes, idosos a partir de 60 anos, entre outros grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde.

 

O endereço das unidades e os horários de funcionamento devem ser verificados no portal da Prefeitura. No domingo (14) não haverá aplicação de doses de nenhum imunizante.