No segundo andar, à esquerda, está a janela de onde moradora pulou para se salvar -  (crédito: Túlio Santos/EM/D.A Press)

No segundo andar, à esquerda, está a janela de onde moradora pulou para se salvar

crédito: Túlio Santos/EM/D.A Press

Moradores das casas às margens do Anel Rodoviário, no Bairro Goiânia, Região Nordeste de Belo Horizonte, viveram momentos de desespero na madrugada desta quinta-feira (14/3) depois que um caminhão carregado com combustível tombou, pegou fogo e incendiou residências. Dentre eles, uma mãe precisou pular pela janela para escapar das chamas.

A mulher foi levada em estado grave ao hospital João XXIII, no Centro da capital. Segundo depoimento da filha, Angélica Viana, a vítima já entrou no bloco cirúrgico. "Ela está consciente, mas sente muita dor e está muito machucada. Ela teve 15% do corpo queimado".

 

Ainda segundo informações recebidas por Angélica, a mãe teve queimaduras de 2º grau do lado direito do corpo, principalmente nos braços, barriga e pernas.

A jovem também esteve em visita e relatou ao Estado de Minas o quadro da mãe. "Ela consegue conversar, mas chora bastante e está um pouco sonolenta. A sedação não adiantou, pois ela está muito ansiosa, por isso não está conseguindo dormir". Segundo Angélica, a vítima recorda de todo o caso.

 

No momento do acidente, a mulher estava sozinha em casa, mas a filha conta que seu tio e alguns vizinhos a ajudaram a quebrar a janela, por onde escapou. A jovem estava na casa da avó quando viu o clarão provocado pelas chamas e percebeu que o fogo vinha da região onde a mãe mora. "Eu comecei a desesperar, mas ninguém me deixou descer. Então fui direto para o hospital, isso era por volta das 5h da manhã".

 

Outro relato

Na tentativa de ajudar a filha a quebrar o vidro, Marlucia Soares saiu com o braço machucado e levou dez pontos. "Nós tentamos sair pela porta principal, mas não tinha como. O jeito era ir pelos fundos. Eu fui tentando quebrar a janela pra gente sair. A fumaça foi tomando conta, a gente foi pro banheiro, ligou o chuveiro, mas tinha que sair de alguma forma", contou à reportagem na porta do Hospital João XXIII, na Região Centro-Sul, onde foi atendida depois passar mal por ter inalado muita fumaça.

 

Apavorado, o filho mais novo de Vitória não conseguiu passar pela janela e os vizinhos tiveram que acudir. O jeito foi abrir um buraco na parede. "Ele estava querendo ir para o lado do fogo, porque não tem maldade nenhuma. Mas, graças a Deus, nós conseguimos sair com a vida", relata Marlucia. “Tinha muito vidro. Eu estava por fora, então, comecei a gritar por socorro. O pessoal veio com uma marreta, subiram para o telhado e começaram a quebrar a janela para poder tirar a gente de lá”, completou Vitória

 

Passado o susto, Vitória cravou: “parecia cenário de guerra”. A casa da família é uma das quatro que ficaram completamente destruídas pelas chamas. “Eu não tinha percebido o que era. Quando olhei, vi o carro da empresa do meu pai pegando fogo e explodindo. Automaticamente alastrou esse fogo para dentro da minha casa”, disse. "Queimou tudo. Foi muito triste, uma sensação muito horrível. Muita gente gritando", acrescentou Marlucia.

 

*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice