Os delegados Ariadne Heloise, Alexandra Wilke, Adriano Soares e a major PM Layla Brunella -  (crédito: Jair Amaral/EM/D. A. Press)

Os delegados Ariadne Heloise, Alexandra Wilke, Adriano Soares e a major PM Layla Brunella

crédito: Jair Amaral/EM/D. A. Press

A Polícia Civil informou, nesta segunda-feira (15/1), a conclusão do inquérito sobre o assassinato do sargento da Polícia Militar Roger Dias da Cunha, de 29 anos, com dois tiros na cabeça disparados por Webert Souza Fernandes, de 25, foragido do sistema penal, ocorrido em 6 de janeiro, no Bairro Novo Aarão Reis, região de Venda Nova, em Belo Horizonte.

Webert foi indiciado por quatro crimes: homicídio por motivo torpe, porte ilegal de arma de fogo, dissimulação e assassinato que impossibilitou a defesa.

O comparsa, Giovane Faria de Carvalho, de 34, que também está preso, foi enquadrado por tentativa de homicídio, por atirar contra cinco policiais militares e tentativa de homicídio doloso, por jogar o carro contra um motoqueiro.

As investigações estiveram a cargo da delegada Ariadne Heloise, da Delegacia de Homicídios de Venda Nova. Segundo a delegada, tanto Webert, quanto Giovane, estão presos preventivamente.

“O autor do crime, Webert, confessou ter atirado contra o sargento Dias e disse, ainda, que o fez porque não queria voltar para o presídio, onde cumpria pena por roubo e tráfico de drogas”, diz a delegada, que esclareceu, ainda, que esse foi o primeiro crime de homicídio de Webert. “Giovane é quem tinha cometido um homicídio há alguns anos.”

Imagens de câmeras de segurança fazem parte das provas do crime e serviram para que o caso fosse fechado. “Pudemos montar o passo a passo”, diz ela. Além disso, uma vítima que teve uma Saveiro roubada pela dupla reconheceu Webert.

“Depois de roubar a Saveiro, eles roubaram o Uno, onde foram localizados e perseguidos pela Polícia Militar. Na tentativa de fuga, eles atropelaram um motoboy e bateram num meio-fio, quando abandonaram o veículo e iniciaram a fuga a pé, sendo perseguidos pelo sargento e pelo cabo que estava com ele na viatura policial”, detalha a delegada Heloise.

O motoboy não se feriu, segundo a delegada. Ele teria caído no capô do Uno.

“Nessa fuga, o sargento Dias saiu atrás de Webert, e o cabo, de Giovane. O sargento conseguiu cercar Webert, que levantou a mão esquerda, antes de se virar, dando a impressão de que tinha sido rendido. Só que com a mão direita, sacou uma arma da cintura e atirou na cabeça do policial”, afirma a delegada.

Ela dá detalhes ainda do momento em que o policial foi atingido. “Antes de cair, ele deu um tiro, acertando o tornozelo direito de Webert, que mesmo ferido, tentou seguir na fuga. Mas, antes de deixar o local, ele atirou mais duas vezes, novamente na cabeça do sargento Dias, e outro atingindo o joelho direito”.

Uma segunda viatura se aproximou do local onde os tiros foram disparados, emparelhando com Webert, que seguia tentando correr. Ele atirou contra a viatura, mas acabou preso.

O segundo elemento

Um grupo de policiais, que também participava da ação, saiu em perseguição a Giovane, depois de obter informações de onde ele morava. Ao chegar à casa, houve resistência por parte dele, que atirou contra os policiais e depois correu em direção a um matagal.

Na casa de Giovane, os policiais encontraram uma porção de maconha, um colete balístico, que tinha sido roubado, e munição. Os policiais solicitaram, então, a presença de cães da Rocca - companhia de cães da Polícia Militar -, para prosseguir na captura.

Foram os cães que cercaram Giovane, possibilitando a prisão dele. Os cães chegaram a morder no suspeito, que foi levado para o Hospital Risoleta Neves, onde ainda está internado. Seu estado, no entanto, não é grave.

Webert foi transferido, na última sexta-feira (12/1), para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Gameleira.

'Afronta'

A morte do sargento Dias contribuiu para unir, ainda mais, as polícias Civil e Militar. Delegados e militares aproveitam o fato para alertar quanto à necessidade de tornar a segurança uma prioridade.

“Isso que aconteceu foi uma afronta às forças de segurança. O caso não pode ficar impune. Serviu de alerta. Temos de dar uma pronta resposta à sociedade, pois esse caso atinge todas as famílias”, diz a delegada Alexandra Wilke, chefe do Departamento de Investigação e Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).

“A sociedade tem de se sentir segura. Cada indivíduo tem de sair de casa, pela manhã, para trabalhar, e ter a certeza de que vai voltar para o lar, para sua família, todos os dias”, afirma o delegado Adriano Soares, chefe da Divisão de Homicídios do DHPP.

“Foi feito um trabalho conjunto entre a Polícia Militar e a Polícia Civil. Isso mostra que existem as forças de segurança. A Polícia Civil conta com a Polícia Militar e vice-versa”, disse a major Layla Brunell, da Diretoria de Comunicação da Polícia Militar.