Tudo começou como uma festa, em um boteco pequeno, e agora, passados 10 anos, tomou uma proporção que reflete o êxito da iniciativa encampada por um grupo de sete amigos. O Festival Masterplano, que acontece neste sábado (13/12), a partir das 22h, na área coberta do estacionamento do Mineirão, marca a primeira década de atuação do coletivo que, ao longo desses anos, potencializou o cenário da música eletrônica em Belo Horizonte.


O evento, que se estende até a manhã do domingo, contará com três palcos, por onde vão passar um total de 29 artistas locais e de outros estados, incluindo nomes como Duda Beat, Anderson Noise, Kenya 20HZ e DJ Kingdom, além dos próprios integrantes da Masterplano e dos DJs residentes que habitualmente tocam nas festas produzidas em edifícios ociosos e espaços públicos da cidade, unindo música, arquitetura e performance.


Um dos fundadores e produtores do coletivo, Pedro Saldanha, de assinatura artística Pedro Pedro, diz que a curadoria foi pensada de forma a celebrar a cena mineira em contato com outros circuitos do Brasil. Ele destaca que cada um dos três palcos, Club Master, Palco Plano e Palco Master, tem perfil próprio. O primeiro, que conta com a presença do pioneiro DJ Anderson Noise, celebra a sonoridade e a estética das boates, com as vertentes mais underground da música eletrônica.


CONVERGÊNCIA DE GÊNEROS

O Palco Master, onde está concentrada a maior parte da programação, incluindo a pernambucana Duda Beat, é dedicado às convergências entre diversos gêneros da música brasileira e as tendências da eletrônica.


Já o Palco Plano recebe o que Pedro Pedro classifica como música global e avançada. Ele cita como exemplos o duo Paira, que incorpora referências de emo e garage. “São artistas que estão redesenhando a cena de Belo Horizonte de forma muito interessante”, destaca.


Entre outros nomes que compõem a programação, ele também cita a dupla Ignacio & Diameyka, que traz elementos da house music; DJ Kingdom, com linguagem mais voltada para o funk; Kenya 20HZ, que recentemente abriu um show do DJ norte-americano Jeff Mills, reconhecido como o “mago” do tecno global; e o jovem produtor e DJ Chediak, que já desfruta de projeção internacional e coleciona colaborações com nomes como Pabllo Vittar, Seu Jorge e Duda Beat.

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“Convidamos o Anderson Noise, que está aí há 20 anos, figura muito importante para a música eletrônica brasileira, com um currículo gigantesco, e também artistas muito jovens e muito avançados, que estão ganhando projeção, levando a produção brasileira a patamares ainda não alcançados. Já somos reconhecidos por muita coisa nova. É uma confluência da tradição da música eletrônica junto com quem a reverencia, mas não se prende a ela, consegue avançar”, diz Pedro Pedro.


CONSTRUÇÃO CONJUNTA

Sobre o percurso de 10 anos da Masterplano, ele aponta que é um coletivo que aprendeu fazendo.


“Quando começamos, o desejo era conseguir ocupar a cidade com festa, só que não sabíamos o que era produzir um evento, então no início era tudo muito intuitivo. Na medida que fomos aprendendo, nos profissionalizando, fomos compartilhando; conseguimos irradiar o conhecimento para o nosso entorno, o que criou um ecossistema de vários grupos, festas e coletivos. Foi uma construção conjunta”, ressalta.

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Pedro Pedro chama a atenção, ainda, para o aspecto visual e sensorial dos eventos.


“Estamos falando de música, mas temos dançarinos, dançarinas, drag queens, quer dizer, é gente cantando, tocando e performando. Hoje entendemos a Masterplano como uma festa de música eletrônica sem fronteiras”, afirma.


DUDA BEAT

Artista de maior destaque nacional da programação do Festival Masterplano, Duda Beat chega com um projeto novo, intitulado “Club Tara”, voltado especialmente para as pistas de dança. Trata-se de novo formato de show focado nas noites, com repertório mais pop e eletrônico, desenvolvido com os produtores musicais Lux e Troia. Pedro Pedro diz que ela já estava no radar há algum tempo. “Entendemos que a música eletrônica brasileira se relaciona com outros estilos, regionais inclusive. É uma escolha para celebrar a fusão de gêneros, o que é para nós, hoje, música de pista”, diz.

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Outros shows

>>> ANIVERSÁRIO DE BH

Em comemoração aos 128 anos da capital mineira, os cantores Nattan e Bruna Lipiani e a banda Sorriso Maroto se apresentam na Praça da Estação, no Centro de BH, nesta sexta-feira (12/12), a partir das 21h. As atrações são nomes em alta no cenário musical e mesclam pagode, forró e sertanejo.


>>> ORQUESTRA OPUS E MARIA GADÚ

Neste domingo (14/12), a Orquestra Opus se apresenta no Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro), às 20h, em parceria com a cantora Maria Gadú, conhecida por sucessos como “Dona Cila” e “Bela flor”. A regência é do maestro Leonardo Cunha. Os ingressos estão à venda pela plataforma Sympla. Plateia 1: esgotada. Plateia 2: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia). Plateia superior: R$ 110 (inteira) e R$ 55 (meia).


>>> TRIBUTO AO REI DO POP

O artista Rodrigo Teaser se apresenta em BH nesta sexta-feira (12/12), às 21h, no BeFly Hall (Avenida Nossa Sra. do Carmo, 230, Savassi), com tributo a turnê “History”, de Michael Jackson. Ingressos à venda na plataforma Sympla. Único setor disponível: arquibancada setor 2, R$ 220 (inteira), R$ 120 (ingresso social – 1 kg de alimento não perecível) e R$ 110 (meia).

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>>> BUDAH NA AUTÊNTICA

Sábado (13/12), a rapper Budah, conhecida por faixas como “Púrpura” e sua participação na “Poesia acústica #12”, se apresenta na Autêntica (Rua Álvares Maciel, 312, Santa Efigênia). Às 21h. Ingressos no Sympla.


>>> BAILE SOUL DA BLACK JOSIE

O Baile Soul Da Black Josie encerra sua temporada 2025 em BH com celebração dedicada à cultura soul, nesta sexta-feira (12/12) e sábado (13/12), no Teatro 171 (Rua Capitão Bragança, 35, Santa Tereza). A programação destaca a música negra brasileira dos anos 1970.

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