Exposição "Memórias, saberes e patrimônios" será aberta nesta quarta (3/12)
A mostra na Escola de Design da UEMG apresenta os resultados do Projeto Estação, que percorreu cidades cortadas pela Estrada de Ferro Vitória a Minas
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A Escola de Design da Uemg, na Praça da Liberdade, recebe, a partir desta quarta-feira (3/12), a exposição “Memórias, saberes e patrimônios”, que fecha um ciclo de criação coletiva do Projeto Estação, realizado ao longo deste ano. A mostra, que segue em cartaz até o próximo dia 19, reúne fotografias de jovens moradores de seis cidades mineiras atravessadas pela Estrada de Ferro Vitória a Minas que se inscreveram para oficinas ministradas de forma remota e presencial.
Além das fotografias, o público poderá conferir uma seção audiovisual com curtas-metragens que apresentam os municípios percorridos pelo projeto (Antônio Dias, Nova Era, João Monlevade, Itabira, Rio Piracicaba e Barão de Cocais), com personagens e suas histórias, saberes e memórias que entrelaçam afeto, arte e conexões com a ferrovia. Idealizador e coordenador do Projeto Estação, o produtor Preto Filho diz que ele foi criado com o intuito de resgatar o que o título da exposição expressa.
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CONEXÕES
O primeiro passo foi investigar as manifestações culturais e as conexões que cada uma das seis cidades do roteiro tem com a Estrada de Ferro Vitória a Minas.
“Depois, abrimos inscrições para jovens de 16 a 24 anos interessados. Eles participaram de oficinas de fotografia com celular, primeiro na modalidade on-line. Depois fomos às cidades para que colocassem em prática o que aprenderam, num processo de educação patrimonial”, diz.
Na etapa presencial, realizada em julho, a equipe e os alunos do Projeto Estação visitaram lugares que têm conexão com a ferrovia, pontos importantes de suas respectivas cidades e pessoas que têm histórias familiares relacionadas com a Estrada de Ferro Vitória a Minas, que, além de fotografadas, foram entrevistadas.
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“Eles tiraram milhares de fotos, que, depois, passaram por uma curadoria, para chegar ao que está na exposição”, destaca Filho. Ele diz que, em cada cidade, foram instalados painéis em grandes proporções, em muros de escolas e praças, com as imagens produzidas.
“É a retratação dos territórios pelo olhar dos próprios jovens moradores, apresentados à comunidade como artistas. Uma curiosidade é que os participantes receberam bolsa de estudo no valor de R$ 1 mil, pago em parcelas a cada etapa cumprida”, diz, explicando que foram seis encontros on-line.
“Tivemos um primeiro, de abertura, depois quatro em que foram efetivamente transmitidos os conhecimentos técnicos e artísticos, e um último, preparatório para a etapa presencial”, diz. Nos encontros on-line, ele pontua, os alunos aprenderam sobre enquadramento, cor, luz, sombra, sempre buscando um olhar mais sensível para o que é aparentemente banal, cotidiano, e para as pessoas, “que são o verdadeiro patrimônio, porque constroem com suas presenças as memórias e os saberes”.
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HISTÓRIA DA FERROVIA
Posteriormente, em setembro, quando foram instalados os painéis, uma equipe cinematográfica revisitou as cidades para produzir os curtas-metragens, focalizando as localidades e personagens que os alunos do projeto fotografaram.
“Agora, o projeto culmina com a exposição, que apresenta esse acervo cultural e artístico construído em parte pelos alunos, em parte pela equipe audiovisual, numa grande celebração das pessoas que contam um pouco da história da ferrovia”, ressalta Filho.
Ele adianta que o Projeto Estação terá continuidade ao longo dos próximos três anos. Se a primeira etapa, realizada este ano, abrangeu o trecho da Estrada de Ferro Vitória a Minas, que vai de Belo Horizonte a Antônio Dias, as seguintes cobrirão de Coronel Fabriciano a Governador Valadares; de Governador Valadares a Aimorés; e de Baixo Guandu a Cariacica, na porção capixaba do percurso ferroviário, em 2028. Ao todo, serão 42 cidades contempladas.
No âmbito da exposição, será realizada, no próximo sábado (6/12), uma roda de conversa com convidados cujas produções estão em sintonia com os vetores do projeto. O fotógrafo Bruno Jungmann, a diretora audiovisual Massuelen Cristina e o antropólogo Millen Carvalho vão falar sobre a fotografia como instrumento e tecnologia para preservação de memória; a importância do fomento público para a manutenção dos saberes; e a malha ferroviária em um contexto de produção de espaços e patrimônios.
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GALERIA VIRTUAL
O Projeto Estação inaugura, também no sábado (6/12), sua Galeria Virtual , espaço digital criado a partir da convicção da importância da ampliação do acesso à arte e da democratização cada vez maior da cultura. O ambiente vai contar com oito salas de fotografias selecionadas, contemplando o acervo de 240 imagens produzidas pelos alunos durante as oficinas, e mostra das produções audiovisuais, com a exibição de oito curtas-metragens. O acesso à Galeria Virtual, gratuito, poderá ser feito pelo site www.estação.art.br.
“MEMÓRIAS, SABERES E PATRIMÔNIOS”
Mostra do Projeto Estação, desta quarta-feira (3/12) até 19/12, na sala de exposições da Escola de Design da Uemg (Rua Gonçalves Dias, 1.434, Praça da Liberdade), com horário de visitação de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h, e aos sábados, das 8h às 17h. Entrada franca