Festival Rede In Dança começa nesta terça-feira (2/12), na Funarte
Em seis dias de programação, evento reúne solos de dança com performers do Brasil e do exterior, além de residência artística
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A dança é, por definição, uma arte da presença. Talvez por isso, a edição deste ano do Festival Rede In Dança, que começa nesta terça-feira (2/12) e segue até domingo, na Funarte, chegue com gostinho de estreia. Afinal, as duas últimas edições, realizadas em 2020 e 2021, ocorreram exclusivamente on-line.
Ao longo dos seis dias de programação, haverá solos de dança com performers do Brasil e do exterior, além de residência artística, workshop e bate-papo sobre a dança como expressão de subjetividades e territórios.
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“Pensamos em curadoria focada na ideia de ‘movendo para coexistir’”, explica Priscila Patta, artista,pesquisadora, produtora e cofundadora da Rede Sola de Dança, responsável pelo festival.
“Este conceito me chegou muito forte quando refletia sobre os 10 anos da Rede Sola de Dança, celebrados neste ano. Olhando para trás, percebi que só chegamos até aqui graças a esse pensamento em rede, de pontos que se conectam. Por mais que sejamos todos profissionais da dança, somos muito diferentes uns dos outros. E é justamente por isso que construímos o que construímos e conseguimos avançar. Dependemos dessa coexistência entre diversas danças, corpos e indivíduos”, acrescenta.
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A programação reflete essa coexistência. Nesta terça-feira (2/12), o brasileiro radicado na França Wagner Schwartz apresenta “La bête”, obra em que manipula a réplica de plástico de uma das esculturas da série “Bichos” (1960), de Lygia Clark, convidando o público a participar.
Na quarta-feira (3/12), é a vez de Paula Lena e Karla Mendes com “Hamsa” e “Luminar”, respectivamente.
Em “Hamsa”, o público é convidado a entrar numa casa de inspiração oriental e ouvir histórias de uma família de artistas. A obra promove uma viagem que atravessa o século 20, os contos de “As mil e uma noites” e as danças da Pérsia. Cinco estilos são apresentados com a intenção de ativar os cinco sentidos dos espectadores.
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“Luminar”, por sua vez, nasce da escuta profunda do corpo em sintonia com os ciclos da lua. Suas fases funcionam como metáfora da existência. A partir delas, a coreografia entrelaça dança, respiração e ritual a fim de fazer o público reconhecer em si os ritmos que atravessam a vida.
A programação segue com os solos do cabo-verdiano Djam Neguin e da brasileira Carolina Corrêa, na quinta-feira (4/12); de Alexandre Américo e Priscila Patta, na sexta-feira (5/12); de Ricardo Aparecido, Lima Dorta e Ítalo Augusto, no sábado (6/12); e de Gaya de Medeiros, no domingo (7/12).
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“São artistas com contextos culturais e profissionais muito diferentes, mas que têm aspectos em comum. O Djam, por exemplo, embora seja da África, vem de um país que também integra o sul global. Mesmo sendo outro continente, encontramos pontos de conexão com a nossa experiência. Nem parece que há um oceano entre nós”, comenta Priscila.
Muito mais do que a obra que cada artista traz, o foco está no próprio artista, ela diz. “O artista é, em si, a sua grande obra”, conclui.
“FESTIVAL REDE IN DANÇA”
Desta terça-feira (2/12) até domingo (7/12), na Funarte (Rua Januária, 68, Centro). Pelas manhãs, a partir das 9h, residência artística. Apresentações de dança a partir das 20h. Ingressos à venda por R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia), na bilheteria ou pelo Sympla. Programação completa no Instagram (@redeindanca).