Rapper Clara Lima se apresenta nesta sexta (25/7) no viaduto Santa Tereza
Show marca o lançamento do novo álbum da artista, "As ruas sabem", no palco onde sua carreira começou, em meio a batalhas de rap
compartilhe
Siga no
O novo álbum da rapper Clara Lima, “As ruas sabem”, surge como desabafo e relato pessoal da artista. As faixas são íntimas e pessoais, ao mesmo tempo em que retratam a realidade de diversas pessoas e músicos, visando, especialmente, o movimento negro e periférico. As batalhas vividas por Clara em sua trajetória, como rapper e mulher preta, estão evidenciadas nas letras.
No interlúdio “Tudo ou nada”, parceria de Clara com o ativista Galo de Luta, o questionamento “mas onde tava escrito que você podia sonhar?” é dito por ele. Criada no Bairro Ribeiro de Abreu, Zona Norte de BH, Clara Lima sonhou, participando desde os 14 anos de batalhas de rap e construindo sua carreira musical.
Leia Mais
Nesta sexta-feira (25/7), a rapper sobe ao palco do viaduto Santa Tereza, berço da cena do rap na capital, para o show de lançamento do novo álbum, a partir das 19h, durante o Duelo de MC ‘s.
“É um sentimento difícil de colocar em palavras, mas é como voltar para a base. Tem um pouco daquele sentimento nostálgico, mas estou voltando com uma bagagem maior. Então estou feliz, emocionada e ansiosa”, conta Clara.
No colégio
Ainda no colégio, em 2014, Clara Lima iniciou sua caminhada no rap, por meio das batalhas de rimas. “Meu rolê começou novinha mesmo. Fui começando a ir mais às batalhas, assistindo. Minha primeira batalha foi na Liga Feminina de MCs, em 2014. Era uma batalha só de minas, organizada pelas minas. Era a seletiva mineira para escolher a representante mineira para a final em São Paulo.”
Logo no primeiro duelo, Clara já saiu campeã e nunca mais parou de batalhar. Passou a conhecer outros lugares, como a Batalha da Trindade, no Rio de Janeiro. Em 2016, ela se juntou aos rappers Djonga, FBC, Hot e Oreia e ao produtor Coyote Beatz no grupo DV Tribo.
“Tivemos nosso primeiro ato em 2016, em meados de 2018 já não estávamos atuando como DV Tribo, cada um estava seguindo seu caminho. A partir daí, comecei a dar o start musical na minha carreira e deixar um pouco de lado as batalhas”, explica.
O álbum “As ruas sabem” é o terceiro lançamento da rapper, sucedendo a “Selfie” (2019) e “Além” (2023).
Presença feminina
Na cena do rap, os homens sempre tiveram mais espaço. Desafiando essa realidade, a presença das mulheres no hip-hop vem crescendo nos últimos anos, assim como o reconhecimento das artistas. Ainda assim, as dificuldades e o machismo se fazem presentes.
“Acho que 2025 tem sido o ano das mulheres na cena. As meninas estão tendo protagonismo, um espaço que é nosso por direito. Acho que ainda falta muito, mas estou feliz com o caminhar. Ver Duquesa, MC Luanna, a Julia Costa, Tasha e Tracie crescendo, Negra Li continuando a lançar trabalhos me faz pensar que estamos em um caminho legal”, reflete Clara.
A arte visual é um ponto marcante do novo álbum. A ideia da capa surgiu por inspiração de uma obra de Carla Arakaki, fotógrafa e amiga de Clara.
“O ‘Retratos de rua’ é um livro lançado por ela com imagens de 2014 a 2024, com registros de pichações de diversos pichadores de São Paulo e do Brasil. A partir doe livro da Carlinha, tivemos um start para a capa do álbum”, conta Clara.
“Chamamos nosso parceiro Tex, pichador da Zona Oeste de São Paulo, compramos tinta branca, pintamos o muro, compramos spray e ele fez o picho no dia. A Carlinha veio com a câmera e fizemos as fotos.”
Afinal, o que as ruas sabem?
Para Clara, a resposta é simples. “As ruas sabem a importância desta construção que venho fazendo no rap nesses anos todos, desde as batalhas de 2014 até agora em 2025, com o novo lançamento. As ruas sabem também o respeito que eu tenho com o rap, com a rua e com o hip-hop. Por isso, o ‘As ruas sabem’ é um tributo à cultura de rua”, conclui.
“AS RUAS SABEM”
Durante a Batalha de MCs, Clara Lima faz show de lançamento de seu álbum. Nesta sexta-feira (25/7), a partir das 19h, no Viaduto Santa Tereza (Avenida Assis Chateaubriand, 619, Floresta).
* Estagiária sob supervisão do editor Enio Greco
OUTRAS ATRAÇÕES
• FESTIVAL DE VINHOS
Festival de Vinhos no Mercado de Origem (Rua Adriano Chaves e Matos, 447, Olhos D’Água) celebra a produção nacional neste sábado (26/7), das 11h às 20h, e domingo (27/7), das 11h às 18h. O evento terá degustações, cursos, bate-papos com produtores e rótulos de diversas regiões do país, além de seleções internacionais. Com curadoria da Enoteca Brasileira, o festival é uma divulgação da loja que será inaugurada no segundo semestre, no próprio Mercado. A programação inclui curso de vinhos com o sommelier Marcelu Dvin, às 14h30 do sábado, masterclasses e encontros com produtores, às 16h30 e 18h30, também no sábado. Já no domingo, o produtor Carlos Sanabria ministra um bate papo sobre vinhos naturais, às 12h. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso pela plataforma Sympla. Ingresso para a Masterclass à venda por R$180 e Curso de vinhos por R$150, à venda no Sympla.
• SHOW DE GEORGE ISRAEL
Neste sábado (26/7), das 14h às 22h, a Praça Quatro Elementos, no Jardim Canadá, será palco do Festival do Vinho, evento gratuito que reúne mais de 40 rótulos de vinhos de diferentes países. Atrações musicais compõem a programação, com shows como “Baile do George”, do ex-Kid Abelha George Israel, além de apresentações da banda U2 Tribute, Maoe, No Label e DJ DH. O evento inclui venda de massas artesanais, queijos, frios, chopp Krug Bier, drinks e espaço kids, em ambiente pet friendly. Entrada gratuita até às 16h, mediante a retirada de ingresso na plataforma Sympla. Entrada a qualquer horário com ingressos à venda por R$ 25, também no Sympla, opção Combo dos amigos por R$ 20, e Espaço Kids, por R$ 30.
• FESTA INÉDITA NA AHOUSE
AHouse comemora um ano de caminhada na cena eletrônica de BH, neste sábado (26/7), das 23h às 7h, com edição especial no Cento e Quatro (Praça Rui Barbosa, 104, Centro). Pela primeira vez no espaço, o coletivo celebra a data com line-up formado pelos DJs residentes Jotta Januzzi, Daniel D, Rebecca e Larys, além do convidado Caio T, do coletivo paulistano Gop Tun. Com curadoria autoral e foco na house music, a festa promove uma experiência de pista livre e conectada. Ingressos disponíveis por R$ 50, entrada individual e R$ 80, ingresso duplo, à venda na plataforma Shotgun.