
Com "Bacuri", Boogarins chega a uma bela síntese de sua música
Sétimo álbum de estúdio da banda goiana de sucesso internacional foi gravado de forma caseira em São Paulo e abre novo capítulo na carreira do grupo
Mais lidas
compartilhe
Siga noNuma carreira de pouco mais de uma década, a banda goiana Boogarins vem cavando um lugar de destaque na cena internacional de rock alternativo. São figuras conhecidas na Europa e nos Estados Unidos, que tocaram em festivais importantes, como o Primavera Sound, em Barcelona; e South By Southwest, em Austin, e retornaram recentemente ao Brasil, depois de mais uma apresentação – a terceira – no cultuado festival Levitation, também em Austin.
-
14/12/2024 - 11:13 Cinemas sofrem com público que canta, faz baderna e fuma maconha nas salas -
14/12/2024 - 18:03 Eduarda Fernandes é aclamada Miss Universe Belo Horizonte 2025 -
15/12/2024 - 15:10 Cantata de Natal viraliza após tocar 'funk proibidão' por engano
Formado por Benke Ferraz (guitarra e voz), Dinho Almeida (guitarra e voz), Raphael Vaz (baixo, moog e voz) e Ynaiã Benthroldo (bateria e voz), o Boogarins acaba de lançar seu sétimo disco de estúdio, “Bacuri”.
Para um grupo tão internacional, “Bacuri” representa uma espécie de retorno da banda ao Brasil e a uma filosofia mais "caseira". Produzido pela banda e pela engenheira de áudio Alejandra Luciani na casa em que ela, Raphael Vaz e Dinho Almeida moram no bairro da Barra Funda, em São Paulo, este é o primeiro disco inteiramente gravado de forma caseira desde a estreia da banda, com "As plantas que curam", de 2013.
Experiências incríveis
"A gravadora OAR queria botar um produtor conhecido para fazer o disco com a gente", diz Benke. "Mas acabamos escolhendo fazer o disco com nossos próprios recursos, começando um novo capítulo na história da banda."
Antes de optar por produzir o próprio disco, o Boogarins conversou com vários candidatos ao cargo de produtor, incluindo nomes famosos, como Adrian Quesada, do grupo Black Pumas; e Mario Caldato Jr., famoso por trabalhos com Beastie Boys, Bjork e Marcelo D2.
"Foi maravilhoso trocar ideia com esses caras", diz o guitarrista Dinho Almeida. "Acabamos mandando músicas para o Adrian, visitamos o estúdio do Mario, e foram experiências incríveis."
Outros nomes cogitados foram Wayne Coyne, líder do grupo psicodélico Flaming Lips, e o megaprodutor Brian Eno, que assinou discos de U2, Coldplay, Talking Heads e Devo. "O papo com Brian Eno foi todo por e-mail", conta o baixista Raphael Vaz. "Mas aí escrevi que a gente poderia apresentar ele para um novo público no Brasil, acho que ele se irritou e não respondeu mais."
O trabalho em “Bacuri” foi lento e sem pressão. O fato de estarem literalmente em casa, e não em um estúdio com horários limitados, possibilitou à banda experimentar com timbres e sons diferentes.
“Bacuri” traz a bonita mistura de psicodelia sessentista e sons brasileiros que sempre marcou a música do Boogarins, uma banda que se sente tão à vontade dividindo palcos com bandas lisérgicas e pesadas como The Black Angels quanto fazendo shows com repertório do Clube da Esquina.
Uma das faixas mais curiosas é "Só Deus sabe", um folk-rock que a banda queria oferecer para a dupla Chrystian e Ralf, conta Benke. "A gente não curte essa massificação do sertanejo, mesmo sendo de Goiás, mas gostamos de Chrystian e Ralf desde crianças. Lembro a minha mãe ouvindo discos deles e contando histórias, de como eram dois irmãos que cantavam muito bem, eram considerados a dupla mais afinada do sertanejo."
Homenagem a sertanejos
A morte de Chrystian, em junho de 2024, acabou com os planos, mas o Boogarins homenageou a dupla colocando o nome dos irmãos no título da canção – "Chrystian e Ralf (Só Deus sabe)".
Com "Bacuri", o Boogarins espera ter chegado até a síntese da sonoridade que vinham elaborando desde sua estreia. “Uma mistura de nossas influências com muita coisa brasileira que nos marcou. O disco mostra essa maturidade”, diz Dinho.
Ele cita outras bandas nacionais, a paraibana Papangu e a paulista Bike, que misturam música brasileira a gêneros como o black metal, vertente mais pesada do heavy metal, e rock psicodélico.
“Existem várias bandas brasileiras fazendo um som muito maduro e pessoal. Isso tem a ver com a vivência, com conhecer mais música e ter outras influências. A gente quer fazer a coisa do nosso jeito, fazer o nosso trem.”
Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia
“BACURI”
Álbum do Boogarins
10 faixas
Disponível nas plataformas digitais