O disco

O disco "AmarElo" foi lançado em 2019, mas teve shows interrompidos durante a pandemia e retomados apenas em 2021; álbum venceu o Grammy Latino em 2020

crédito: Julia Rodrigues/divulgação

Foi no palco da Casa de Francisca, um aconchegante teatro no coração da cidade de São Paulo, que o rapper Emicida anunciou a última turnê do álbum “AmarElo” (2019), num encontro virtual com a imprensa, na manhã desta terça-feira (30/1).

Batizado como “AmarElo - A gira final”, o último capítulo da história do disco passa por 12 cidades brasileiras, começando por Belo Horizonte, em 9 de março, com uma apresentação no Arena Hall.

Depois de quatro anos de sucesso, que inclui o prêmio de Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa no Grammy Latino de 2020, chegou a hora de o paulistano engatar novos projetos na carreira, não sem antes fechar com chave de ouro esta fase.

“Voltamos agora com o que a gente chama de Gira Final. Vejo essa coisa do teatro e acho lindo – a temporada final, a temporada de encerramento (do espetáculo) que muita gente viu, mas muitos não”, afirmou o cantor.

“Vamos fazer algumas alterações (no show) e queremos fazê-las nesses próximos seis meses, para podermos entrar de fato em uma nova história no futuro. É um espetáculo que foi incrível, mas ele vai chegar ao fim. Vamos baixar as cortinas”, completou.

“Com o cheiro doce da arruda/ Penso em Buda calmo/ Tenso, busco uma ajuda, às vezes me vem um Salmo/ Tira a visão que iluda, é tipo um oftalmo/ E eu, que vejo além de um palmo/ Por mim, 'to Ubuntu, ó, uau”.

Os primeiros versos de “Principia”, faixa de abertura de “AmarElo”, anunciam o tom de delicadeza com que o rapper aborda o sincretismo religioso e o vencer negro.

Com uma pausa forçada pela pandemia de COVID-19, as faixas do trabalho de estúdio do paulistano chegaram efetivamente aos palcos apenas no final de 2021, quando a crise sanitária amenizou. Desde então, as doces e emocionantes letras arrastaram fãs entusiasmados, que esgotaram shows em todo o país e no exterior.


FORMA ESPIRITUAL

Recordando essa trajetória, Emicida diz: “A pandemia entrou entre o lançamento do disco e a turnê, então nós tivemos oportunidade de fazer uns dois shows. Quando a vacina veio, com a iminência de retornar, a gente não sabia como”.

Segundo ele, a interrupção realçou o significado do reencontro com o público. “Essa pausa fez a gente olhar de outra maneira para tudo. Quando voltou, vimos que o show era muito especial e a forma com que ele foi montado era muito espiritual, um momento de acalento mesmo. Então pensamos que seria bonito dividir isso com mais pessoas.” O projeto teve a adesão de convidados ilustres, como Fernanda Montenegro e Zeca Pagodinho.

Sobre o nome da turnê de despedida, ele diz: “Gira, porque é uma coisa espiritual do candomblé e porque, na América Latina, os artistas não chamam de turnê. Eles chamam de gira. Esse duplo sentido é especial. Muitas pessoas falam da espiritualidade do espetáculo, de associar com o culto, com a catarse, com a redenção”.


NOVO SHOW

Com uma elaborada identidade visual, “AmarElo” foi objeto de diversas produções audiovisuais da Laboratório Fantasma, empresa cultural fundada pelo rapper, em 2008. Doze anos depois do início da gravadora e um ano após o lançamento do disco, Emicida atingiu números expressivos com o documentário “AmarElo - Ao Vivo”, lançado em julho de 2020 pela Netflix.

Filmado durante os únicos dois shows apresentados pelo artista na época pré-pandemia, no Theatro Municipal de São Paulo, em novembro de 2019, o documentário foi indicado a Melhor Produto Artístico no Emmy de 2021.

Emicida respondeu ao Estado de Minas que pretende produzir novos materiais audiovisuais sobre o capítulo final. Afirmou ainda que o público pode esperar por novidades em cima do palco.

“A gente está redesenhando algumas coisas, mexendo, mas não vai ser uma coisa drástica, senão criamos um espetáculo novo. Estamos segurando um pouco a mão para manter a energia do que foi, algo que a gente gosta muito, mas expandir um pouco mais essa coisa da imersão”, explica.

“Sobre o audiovisual, é um desejo que eu tenho faz tempo. Tenho um desejo monstro de ir para a ficção e não trabalhar só com documentário. Acho que, nos próximos anos, a gente vai conseguir fazer isso com a mesma excelência que a gente fez as outras coisas”, completa.

Ingressos à venda

Além da capital mineira, “AmarElo - A gira final” passa por Porto Alegre (6/4); Brasília (12/4); Goiânia (13/4); Olinda (26/4); Salvador (11/5); Rio de Janeiro (18/5); São Paulo (25/5); Florianópolis (21/6); Curitiba (22/6); Manaus (28/6) e Belém (30/6).

Clientes cartão Elo contarão com pré-venda de ingressos exclusiva entre esta quarta (31/1) e quinta-feiras (1/2), começando às 10h, on-line, e às 12h nas bilheterias oficiais (sem taxa de serviço), além de parcelamento exclusivo em até cinco vezes sem juros.

Para demais compradores a venda começa na próxima sexta-feira (2/2), nos mesmos horários e canais. Os ingressos, que podem ser adquiridos em até três vezes sem juros, estarão disponíveis on-line no site Ticketmaster e nas bilheterias físicas.

“AMARELO - A GIRA FINAL”
Show de Emicida. Dia 9/3, no Arena Hall (Av. Nossa Senhora do Carmo, 230 - Savassi). Ingressos: R$ 200 (inteira) e R$ 100 (meia) para pista, no 1º lote; R$ 220 (inteira) e R$ 110 (meia) para arquibancada ouro, no 1º lote; R$ 180 (inteira) e R$ 90 (meia) para arquibancada prata, no 1° lote; R$ 350 (inteira) e R$ 175 (meia) para camarote, no 1° lote.

*Estagiária sob supervisão da editora Silvana Arantes