A evolução da filiação partidária no Brasil, Minas e em Belo Horizonte é sugestiva de que partidos com plataformas programáticas pouco nítidas, aos olhos do eleitor, seguem em dificuldade para estabelecer conexões com a sociedade -  (crédito: Ilustração)

A evolução da filiação partidária no Brasil, Minas e em Belo Horizonte é sugestiva de que partidos com plataformas programáticas pouco nítidas, aos olhos do eleitor, seguem em dificuldade para estabelecer conexões com a sociedade

crédito: Ilustração

Entre 2020 e 2024, anos de eleições municipais, o engajamento de eleitores com partidos políticos – expresso na filiação partidária – cresceu no Brasil e em Minas em proporção bem inferior ao eleitorado. Enquanto o eleitorado brasileiro cresceu 6,8%, em média – de 146,6 milhões para 156,6 milhões –, o número de filiados a legendas no país evoluiu, no mesmo período, de 15,63 milhões para 16,01 milhões – crescimento de 2,4%. Ao mesmo tempo, em Minas, o aumento médio do eleitorado foi de 2,79% – de 15,79 milhões para 16,23 milhões – enquanto filiados passaram de 1,62 milhão para 1,65 milhão, variação de 1,6% no estado.

 

Diferentemente, em Belo Horizonte, embora entre 2020 e 2024, o eleitorado tenha registrado variação média próxima à do estado, de 2,73% – subiu de 1,943 milhão para 1,996 milhão –, na capital mineira houve redução de filiações partidárias de 130.916 para 124.833. Entre os 29 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que não passaram por processos de fusão neste período e que contam com mais de mil filiados, cinco apresentaram aumento de filiados em Belo Horizonte: PT, PL, Psol, PSB e Republicanos.

 

Entre estes, o PL foi aquele que mais cresceu: de 5.791 para 6.417 filiados, variação de 10,8%. Com 21.299 filiados, o PT apresentou, em 2024, crescimento de 4,5% em relação a 2020. Já o Psol saltou de 931 filiados para 1.609 no mesmo período, aumento de 7,3%. Com 2.806 filiados em 2024, o PSB cresceu 3,7%. Já o Republicanos tem 2.552, ampliação de 2% em relação a 2020.

 

 

A evolução da filiação partidária no Brasil, Minas e em Belo Horizonte é sugestiva de que partidos com plataformas programáticas pouco nítidas, aos olhos do eleitor, seguem em dificuldade para estabelecer conexões com a sociedade. Mas PL, PT e Psol, que apresentaram maior crescimento, são justamente as legendas que se batem dentro de uma polarização na dimensão bolsonarista-antibolsonarista ou lulista-antilulista, cada um dos polos arrastando um debate comportamental, de valores e de atitudes cristalizadas que dá sentido ao engajamento de segmentos do eleitorado.

 

As legendas que mais perderam filiados em Belo Horizonte neste período são aquelas que podem ser classificadas num espectro mais ampliado de centro – da centro esquerda à centro direita: com 12.272 filiados na capital mineira, o PSDB decresceu 10,2%; o MDB registra, em 2024, 10.663 eleitores, 6,7% a menos do que há quatro anos; já o PDT tem 9.852 filiados, 5,9% a menos do que em 2020; o União Brasil registra 7.671 filiados, variação negativa de 5,3%. Com 7.115 filiados em 2024, o PP perdeu 7,4% na capital mineira em relação a 2020.

 

No Executivo

 

Se por um lado, com 1.038 filiados em 2024, o Novo decresceu 12% em relação às últimas eleições municipais em Belo Horizonte, por outro, o PSD, legenda que comanda a Prefeitura de Belo Horizonte, tem apenas 478 filiados na capital mineira, 126 a mais em relação a 2020.

 

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Capital e interior

 

Enquanto Psol, Cidadania, PT e Novo concentram em Belo Horizonte entre 12% e 14% de seus filiados no estado, as demais legendas têm na capital entre 4% e 8% de filiados, marcando maior presença no interior de Minas.

 

Novos blocos

 

Após o entra e sai de partidos, quatro novos blocos se formaram na Câmara Municipal de Belo Horizonte. O bloco “Mulheres Podem” é composto por Cida Falabella e Iza Lourença, ambas do Psol, e pela professora Nara (Rede). O “Unidos por BH” é formado por Helinho da Farmácia e Maninho Félix, do PSD, e por Wanderley Porto (PRD). O bloco “MDB-PSB” conta com Gilson Guimarães (PSB) e a bancada emedebista: Loíde Gonçalves, Cleiton Xavier, Henrique Braga e Sérgio Fernando Pinho Tavares. O quarto bloco, “Todos por BH”, reúne Professora Marli (PP), Reinaldo Gomes Preto Sacolão, Flávia Borja e Marcos Crispim, todos do partido Democracia Cristã. (Bernardo Estillac)

 

No contracheque

 

Enquanto no Congresso Nacional tramita a PEC dos Quinquênios, com base em resoluções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) tribunais de Justiça e ministérios públicos do país já incorporaram o adicional de quinquênio à remuneração dos magistrados, promotores e procuradores. No Tribunal de Justiça de Minas e Gerais e no Ministério Público de Minas Gerais, o que se discute é como “escalonar” o retroativo. Para que tramitar PEC, se na prática, o adicional já é pago, eis a questão.

 

Manifestação

 

Servidores das forças de segurança de Minas Gerais protestam nesta terça-feira à tarde, em frente ao Palácio Tiradentes, na Cidade Administrativa, contra perdas inflacionárias da categoria. Reivindicam a recomposição. Participam policiais militares, civis, penais, bombeiros militares e agentes socioeducativos. Também integram a pauta as mudanças propostas pelo governo ao Ipsemg e à previdência dos militares.

 

Feriadão

 

A Câmara dos Deputados vai emendar o feriado de 1º de maio. Nesta terça, a única sessão do plenário será em homenagem ao Dia Mundial da Propriedade Intelectual, com o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Propriedade Intelectual e de Combate à Pirataria. O Senado continua os trabalhos da CPI das apostas esportivas e tem na pauta dois projetos que impactam a economia do país: o projeto de lei que retoma o Seguro Obrigatório para Danos Pessoais por Veículos Automotores Terrestres (DPVAT) e que antecipa R$ 15 bilhões para o governo Lula. Também em pauta o projeto de lei que recria o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), instituído durante a pandemia de COVID-19.