Anna Marina*
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ANNA MARINA

Os custos ocultos de estar sempre ocupado

Se não nos enxergarmos e passarmos a dedicar tempo para nós mesmos, morreremos e as empresas continuarão aí

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Estar ocupado é uma espada de dois gumes. Para muitas pessoas, estar ocupado significa sucesso, ou poder, ou pode simplesmente ser uma forma de esconder a solidão.

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Por outro lado, o excesso de ocupação leva a pessoa a viver isolada, pois não tem tempo para a vida social e isso pode afetar negativamente a saúde mental e física. E quem vive em função do trabalho, quando é demitido ou se aposenta, sofre com a inatividade.


Pesquisas mostram que jornadas de trabalho mais longas e estilos de vida cada vez mais agitados deixam as pessoas mais isoladas socialmente do que nunca. Embora os viciados em trabalho possam parecer pessoas de alto desempenho, sua busca incessante por resultados muitas vezes prejudica sua saúde e seus relacionamentos.


Uma especialista em reestruturação corporativa, que fazia sucesso em um ambiente de muita agitação, viu seu mundo virar de cabeça para baixo quando foi demitida. A pausa forçada mudou completamente sua perspectiva sobre a vida e sobre sua rotina agitada.


Seus dias cheios de estratégias, números e reuniões que a fizeram conhecida por levar empresas em dificuldade de volta à lucratividade se tornaram um marasmo. Ela começou a sentir que havia perdido sua competência.


Na verdade, estava presa na gaiola da agitação, enraizada na necessidade profunda de provar seu valor aos outros. Tinha se esquecido de quem era de verdade, não via valor nela mesma.


Segundo a neurocientista Lila Landowsk, diretora da Australian Society for Medical Research e professora da Universidade da Tasmânia, o sistema de recompensa do cérebro desempenha um papel fundamental no reforço do comportamento, incluindo o excesso de trabalho.


Sempre que você está perto de riscar algo da sua lista de tarefas, seu sistema de recompensa é ativado, motivando você a terminar e dando uma pequena dose de dopamina. A sensação é boa, então você faz de novo.


Um estudo realizado em 2016 com estudantes do ensino médio e universitários descobriu que aqueles que baseavam sua autoestima em conquistas (conhecida como autoestima contingente) tendiam a ser altamente motivados, mas também mais ansiosos e emocionalmente esgotados.


Frequentemente, eles se esforçavam para provar seu valor, em vez de fazê-lo por interesse genuíno. Ao se depararem com desafios, essa mentalidade pressionada pode aumentar a tensão e reduzir a persistência, revelando como vincular autoestima ao desempenho pode prejudicar o bem-estar e a motivação a longo prazo.


Tenho um amigo que foi aposentado aos 65 anos. Ele sempre se cuidou, malha, é ativo, pratica esporte, a cabeça está em pleno funcionamento e é cheio de vida.


Aquilo para ele foi um baque, e, mesmo sem admitir para as pessoas, teve que encarar essa nova fase da vida e fazer um trabalho com ele mesmo para se adaptar ao novo ritmo de vida.


Olhe que não era daqueles que vivem para trabalhar, sabia muito bem equilibrar a vida entre trabalho, família, amigos, esporte, lazer.


Imaginem o que representa para uma pessoa que vive para o trabalho se ver, de uma hora para outra, totalmente parada.


Por isso, abram os olhos e olhem para vocês mesmos. Se não nos enxergarmos e passarmos a dedicar tempo para nós mesmos, morreremos e as empresas continuarão aí. Fica a dica.

*Isabela Teixeira da Costa/Interina

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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