
PL pretende eleger 100 prefeitos em Minas nas eleições de outubro
Se Minas Gerais foi palco da derrota de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, no último fim de semana, se destacou como polo bolsonarista durante a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC). Com palestras do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e do deputado estadual e pré-candidato do partido à Prefeitura de BH, Bruno Engler, o estado voltou ao centro das discussões sobre a reorganização do Partido Liberal para conquistar bases estratégicas em 2026.
A mensagem foi clara: vencer no futuro começa em 2024 e passa pelo território mineiro. Afinal, quem ganha em Minas ganha no Brasil. Por isso, o PL já está traçando suas estratégias, mirando em 100 cidades do estado. Nos bastidores do evento conservador, foi orientado aos palestrantes que eles deveriam enfatizar os votos para candidatos a vereadores e prefeitos do PL, argumentando que esses cargos são essenciais para formar uma base sólida de cabos eleitorais, influenciando as eleições de deputados, senadores e até mesmo para a presidência.
Jair Bolsonaro segue inelegível, mas o partido espera que a situação do ex-presidente mude até a chegada do pleito. Até o momento, a possibilidade de reverter a decisão é nula. Por isso, a mudança de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e atualmente no Republicanos, para o PL, em busca do Planalto é a hipótese mais provável para a ala bolsonarista. Na semana passada, Bolsonaro foi indiciado por peculato, que é a apropriação de bens públicos, associação criminosa e lavagem de dinheiro pela Polícia Federal (PF) na investigação que apura se o ex-presidente e assessores se beneficiaram indevidamente de joias milionárias dadas de presente pelo governo saudita.
No sábado, durante um painel com o ex-presidente, Nikolas Ferreira afirmou que, se as circunstâncias mudarem, ele considera três possibilidades para 2026: “Jair, Messias e Bolsonaro”. Engler endossou o discurso, dizendo que a direita “precisa trabalhar” para eleger o “máximo de vereadores e prefeitos alinhados com Bolsonaro” neste ano. Os mineiros foram destaques em painéis que contaram com a presença de líderes da direita mundial, incluindo o presidente da Argentina, Javier Milei, líder do partido La Libertad Avanza e autodeclarado “anarcocapitalista”.
Quando se trata de 2024, o PL está concentrado em Minas Gerais com uma estratégia voltada para os eleitores insatisfeitos com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Aproveitando a popularidade em baixa do presidente no estado, o partido aposta em pautas conservadoras e de costumes para criar a percepção de que os candidatos do PL são a alternativa ao governo petista. Essa estratégia busca aumentar a presença da legenda bolsonarista de 40 para 100 prefeituras em Minas. As convenções partidárias, que definirão os candidatos e coligações, estão marcadas para o período entre 20 de julho e 5 de agosto.
Enquanto discutiam a importância das bases, Nikolas Ferreira e Bruno Engler estavam acompanhados de seus pré-candidatos à Câmara de BH: Pablo Almeida (PL), ao lado de Nikolas, e Vile (PL), ao lado de Engler. Ambos são ex-assessores de seus padrinhos políticos e são considerados pelo PL mineiro puxadores de votos na capital. E como Minas foi destaque, a ausência do governador Romeu Zema (Novo) chamou a atenção. Colocado como possível sucessor ao legado bolsonarista e de olho no Planalto, o chefe mineiro não foi convidado oficialmente para participar do evento.
Porém, a coluna apurou que, apesar de não ter sido chamado pela organização, Zema foi convidado por Engler a comparecer, mas resolveu não viajar para Santa Catarina. Nas últimas semanas, o governador tem gradualmente ensaiado uma retirada de cena, deixando claro que aceitaria ser vice em uma possível chapa. Até o momento, a aliança seria com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União-Brasil). Apesar disso, a possibilidade de uma dupla com Tarcísio de Freitas ainda não foi descartada. Segundo fontes próximas a Zema, se o paulistano desejar, ele também pode se unir à chapa.
Unificação em BH
Reunião da federação Psol-Rede realizada ontem confirmou a desistência de Bella Gonçalves (Psol) da corrida pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). A deputada estadual decidiu apoiar o deputado federal Rogério Correia (PL), com o acordo sendo formalizado após uma visita ao presidente Lula em Brasília. Marina Silva, uma das líderes da federação, chegará a Belo Horizonte nesta quarta-feira (10/7) para acompanhar os próximos passos do processo.
Aos tiros
Em Brumadinho, uma placa de publicidade para o vereador Gabriel Parreiras (PRD) foi alvo de tiros, um ato que vem se arrastando como parte das tensões políticas em torno da pré-candidatura dele à prefeitura do município da Grande BH. O grupo do atual prefeito, Nenem da Asa (PP), tem intensificado as ações contra o vereador. A polícia registrou boletim de ocorrência e está investigando o incidente.
O prefeito de Brumadinho, Neném da Asa enviou uma nota ao Estado de Minas após a publicação da nota. No texto, o chefe do Executivo municipal negou o envolvimento do seu grupo político no caso.
"Nenen da Asa, que não concorre a eleição deste ano por estarcumprindo seu segundo mandato, repudia todo ato de violência e reitera totalrespeito pelo processo democrático e por todos os pré-candidatos que seapresentaram no intuito de ser o sucessor de sua gestão", diz o texto.
Codemig
A proposta de emenda à Constituição (PEC) para a federalização da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) conseguiu as 26 assinaturas necessárias, na manhã dessa segunda-feira (8/7), marcando o início formal de sua tramitação na Assembleia Legislativa. Com o número mínimo de subscrições alcançado, o texto será agora oficialmente recebido em plenário para os próximos trâmites.
“Beija mão” de Minas
Na corrida para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (União-BA) tem intensificado suas ações nos bastidores, com um foco particular nos deputados de Minas Gerais. Ele tem se reunido com parlamentares mineiros para angariar o apoio necessário e apresentar sua visão para o futuro da Câmara.
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Ministra das mulheres
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, participará do seminário "Políticas públicas para as mulheres nos municípios", nesta terça-feira (9/07), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.