Cada político faz seu movimento no xadrez da disputa pela PBH -  (crédito: Ilustração)

Cada político faz seu movimento no xadrez da disputa pela PBH

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Os movimentos no xadrez político da disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte têm andamentos diferentes num cenário de polarização inevitável. No campo progressista, há muitos nomes lançados em pré-candidaturas. Do outro lado, há uma centralização em torno do nome do deputado estadual Bruno Engler (PL-MG). Desde o ano passado Engler foi escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que teve mais votos do que Lula em BH nas últimas eleições presidenciais, para representar a direita conservadora na capital mineira. 

Enquanto Engler vem fazendo reuniões para poder se aliar ao governador Romeu Zema (Novo) e cogitar uma chapa em conjunto com um vice da escolha do Executivo mineiro, a esquerda se divide em arena com mais de seis pré-candidatos. Isso se torna ainda mais evidente com o surgimento, esta semana, de mais um nome na aliança Psol-Rede – o terceiro do grupo – Paulo Lamac, líder do Rede, que planeja lançar sua pré-candidatura. Além dele, a federalização conta com as pré-candidaturas da deputada estadual Bella Gonçalves (Psol) e da deputada estadual Ana Paula Siqueira (Rede). 

Dentro da federalização, há incerteza em relação às candidaturas. Até o momento, parece mais provável lançar um dos três nomes como vice em outra chapa. Em conversas com alguns membros dos partidos, o nome de Bella Gonçalves é lembrado tanto para representar a federalização em caso de candidatura própria quanto para ser lançada como vice em outra chapa. 

No mesmo time, porém com estratégias diferentes, o deputado federal Rogério Correia (PT) marcou o anúncio da sua pré-candidatura para PBH ao lado da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, em 29 de fevereiro. Mesmo tendo sido colocado de lado pelo presidente Lula (PT) durante sua visita a Minas Gerais há cerca de duas semanas, Rogério garante a interlocutores que sua candidatura é certa. Para amigos próximos, o deputado inclusive já se coloca como nome da esquerda para a polarização. 

Mas Rogério pode ter de dividir o apoio do presidente da República com o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD). O chefe do Executivo de BH apoiou Lula (PT) nas eleições presidenciais e conta com a retribuição do líder petista nas eleições municipais. O lançamento da pré-candidatura do prefeito está marcado para a próxima segunda-feira, dia 26. 

Enquanto Rogério e Fuad disputam o apoio de Lula, a deputada federal Duda Salabert (PDT) também garante seu nome na disputa, inclusive com reuniões com a cúpula do PT. Com discursos de ataque tanto a Fuad quanto a Engler, a pedetista dá como certa sua pré-candidatura à PBH. Ela já chegou a se sentar com Gleisi Hoffmann para debater um apoio petista, mas até o momento nada foi dado como garantido. 

Por isso, a dispersão de nomes preocupa alguns pré-candidatos progressistas. Eles temem que, caso não haja uma unificação, o bolsonarismo tenha chances de vitória ainda em primeiro turno. 

Movimentação 

Interlocutores do governo de Minas voltaram a estranhar publicações do ex-secretário Igor Eto. Nomeado no BDMG como assessor da presidência, Eto aguarda aval do Banco Central para a criação de uma vice-presidência do banco responsável por relações institucionais. Enquanto o cargo e sua indicação não são aprovadas, ele tem aproveitado para rodar prefeituras do interior, conforme amplamente divulgado em suas redes sociais.

Mudanças 

O problema é que, dentro do BDMG, o ambiente anda pesado por causa de recentes mudanças no conselho de administração, com reuniões de diretoria cada vez mais intensas. Enquanto isso, Eto tem sido criticado por estar em "campanha" - não só para 2026, quando pretende ser candidato a deputado federal, mas também por supostamente ajudar prefeitos aliados que devem tentar a reeleição.

Secretários ausentes 

Na Câmara de BH, o grupo político aliado ao presidente da Casa, Gabriel Azevedo (sem partido), reclama que os secretários de Fuad Noman não têm comparecido às reuniões para as quais são convocados pelos vereadores. Ontem, Gilson Guimarães (Rede), Marcela Trópia (Novo) e Jorge Santos (Republicanos) não estavam nada satisfeitos ao se depararem com mais uma ausência, desta vez do secretário de Políticas Urbanas, João Antônio Fleury, na Comissão Especial de Estudos do Código de Posturas.

Ato bolsonarista 

Para quem espera discursos de deputados federais e senadores mineiros no ato de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista amanhã pode haver decepção. No PL, já ficou claro que apenas o ex-presidente terá o microfone aberto, quando deverá fazer discurso moderado, apenas para repercutir nas mídias sociais. 

Fazenda 

Interlocutores têm apontado o presidente da Codemge, Thiago Toscano, como um sucessor natural para comandar a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais. O atual titular, Gustavo Barbosa, deixará o cargo e passará a atuar no governo como assessor do vice-governador Matheus Simões (Novo). 

Uberlândia 

A deputada Dandara (PT) será a escolhida do Partido dos Trabalhadores (PT) para disputar a prefeitura de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Será a tentativa do partido de retomar o comando do Executivo do município após oito anos. Nas redes sociais, a parlamentar comemorou: “A política, para mim, só tem sentido se for expressão de um desejo coletivo. É dessa forma que encaro esse novo desafio”.