A intenção é clara: os bolsonaristas querem chamar a atenção para uma narrativa de perseguição alimentada por Alexandre de Moraes, ministro do STF, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) -  (crédito: Paulinho Miranda/EM/D.A. Press)

A intenção é clara: os bolsonaristas querem chamar a atenção para uma narrativa de perseguição alimentada por Alexandre de Moraes, ministro do STF, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

crédito: Paulinho Miranda/EM/D.A. Press

Circula entre os deputados federais apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) uma ‘lista de presença’ para o ato convocado pelo ex-chefe do Executivo na Avenida Paulista, em São Paulo, no próximo dia 25 de fevereiro. Acusado de tentativa de golpe, Bolsonaro convocou a manifestação para dizer que é inocente. Com um discurso de que é perseguido e censurado, o ex-presidente aguarda a presença de muitos aliados para confirmar sua força de oposição ao governo Lula. Até o fechamento da coluna, na manhã de ontem, 68 parlamentares estavam confirmados nos atos em São Paulo. Desses, apenas quatro são mineiros: Cabo Junio Amaral (PL-MG), Zé Vitor (PL-MG), Rosângela Reis (PL-MG) e Eros Biondini (PL-MG).

Em conversa com a coluna, Cabo Junio afirmou que vê como imprescindível a participação dos representantes políticos, que se posicionam à direita, principalmente, porque está “havendo uma crescente nessas arbitrariedades, um atropelo das prerrogativas e um desrespeito aos direitos dos cidadãos com relação à liberdade de expressão”. “Então é um momento de reagir, de manifestar essa indignação e demonstrar que não estamos apáticos em relação a isso tudo”, concluiu.

Já Eros Biondini, que está cotado para disputar o Senado em 2026, afirmou que o ato será pela liberdade. “Estarei lá por Minas, pelo Brasil e pela liberdade. Uma manifestação pacífica, legítima e fundamental nesse atual momento do Brasil.”

Na convocatória do ato, Bolsonaro pede aos apoiadores que compareçam usando roupas verdes e amarelas. Ele também ressalta que quer se defender das acusações feitas pela Suprema Corte. Assim como apurou a coluna, os deputados devem chegar ao local por conta própria. São esperados discursos do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus filhos: Flávio (senador pelo PL), Eduardo (deputado pelo Republicanos) e Carlos (vereador pelo Republicanos). Existe uma possibilidade também de que os parlamentares alvos de investigações do Supremo também façam discursos.

A intenção é clara: os bolsonaristas querem chamar a atenção para uma narrativa de perseguição alimentada por Alexandre de Moraes, ministro do STF, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os discursos serão intencionalmente feitos para mídia estrangeira, para que o caso seja repercutido nos jornais internacionais.

Como alguns outros deputados bolsonaristas descreveram à coluna, a ideia não é mostrar apenas força, mas apontar as “injustiças” sofridas pelo ex-presidente. Sobre uma possível prisão de Bolsonaro antes que o ato aconteça em São Paulo, os bolsonaristas parecem despreocupados. Segundo eles, essa possibilidade não existe e, caso aconteça, fomentaria o discurso de perseguição política.

O que chamou a atenção foi a ausência do nome de Nikolas Ferreira (PL-MG) na lista de confirmados. Procurado pela coluna, o deputado confirmou sua presença no evento através de sua assessoria. Vale relembrar que a esposa de Nikolas, Lívia Orreti, está grávida de 9 meses e pode dar à luz a qualquer momento.

Senadores mineiros que apoiaram Bolsonaro

O senador Cleitinho (Republicanos-MG), que recentemente declarou que jamais abandonaria o ex-presidente Bolsonaro, ainda avalia se comparecerá ao evento. Ele tem compromissos familiares agendados para o dia. Já o senador Carlos Vianna (Podemos-MG), que teve um desentendimento público com Bolsonaro quando foi candidato ao governo de Minas Gerais, apoiado pelo ex-presidente, e viu seu apoio ser transferido para o atual governador Romeu Zema (Novo), não estará presente.

Governo mineiro

O governador Romeu Zema ainda está ponderando a possibilidade de comparecer à manifestação. No entanto, dado que o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos-SP), aceitou o convite de Bolsonaro, existe a possibilidade de que o governador de Minas siga o exemplo do seu colega paulista.

Foco nas eleições

O pré-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG), também é presença confirmada nos atos bolsonaristas. Escolhido por Bolsonaro para disputar a prefeitura, ele vem fazendo agendas nacionais ao lado de nomes ligados ao ex-presidente. Nesta semana, esteve com Tarcísio de Freitas.

Da ALMG ao Senado

Com as viagens frequentes a Brasília e o destaque conferido na questão da dívida mineira, nos bastidores políticos, o presidente da ALMG, Tadeu Leite (MDB), é considerado como um nome na disputa a uma das duas vagas ao Senado em 2026. Sendo apoiado por Pacheco, que almeja a posição de governador de Minas, Tadeuzinho pode ser a escolha para preencher a vaga que será deixada pelo presidente do Congresso no Senado Federal.

PBH

O ex-vice-governador de Minas Gerais Paulo Brant (PSB) obteve o apoio do presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, para lançar sua pré-candidatura à prefeitura de Belo Horizonte.

Bolsa Família

Em Minas Gerais, mais de 1,62 milhão de famílias começam a receber o Bolsa Família de fevereiro nesta sexta-feira (16/02). O benefício pode ser antecipado nas cidades em situação de emergência.