
'Xixi contagioso': cientistas revelam descoberta sobre chimpanzés
Os cientistas dedicaram mais de 600 horas ao estudo de 20 chimpanzés que viviam em um santuário de vida selvagem
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Siga noChimpanzés estão sujeitos a "micções contagiosas", em que o ato de urinar de um indivíduo da espécie provoca a mesma vontade nos outros. A descoberta, feita por cientistas da Universidade de Kyoto, no Japão, foi publicada na revista Current Biology nesta segunda-feira (20/1).
A pesquisa acompanhou um grupo de chimpanzés (Pan troglodytes) no Santuário Kumamoto, no Japão. Os cientistas dedicaram mais de 600 horas ao estudo de 20 chimpanzés em cativeiro que viviam em um santuário de vida selvagem, observando-os urinarem mais de 1.300 vezes. A análise constatou que o grupo realmente sincronizava suas micções, sugerindo que o ato funcionaria de forma semelhante ao impulso de bocejar entre humanos.
Ena Onishi, integrante do grupo de pesquisadores da Universidade de Kyoto, comentou o estudo em entrevista ao portal Science News: “Percebi uma tendência dos indivíduos urinarem ao mesmo tempo”, afirmou. “Essa semelhança com certos comportamentos humanos despertou minha curiosidade. No Japão, meu país natal, existe um termo específico chamado ‘Tsureshon’, que se refere ao ato de urinar na companhia de outras pessoas.” Intrigada com esse fenômeno, ela se perguntou se a micção, assim como o bocejo e a higiene, seria contagiosa entre chimpanzés, o que inspirou o projeto.
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Observou-se que a espécie apresenta predisposição para urinar simultaneamente. O comportamento parece ser hierárquico, iniciando pelos indivíduos mais dominantes e seguindo para os mais passivos. Alternativamente, os chimpanzés de baixo escalão "podem ter maior probabilidade de perceber e responder aos comportamentos dos outros, incluindo urinar", explica Onishi, devido "à maior vigilância que mantêm em ambientes sociais".
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Essa é a primeira vez que esse fenômeno é observado em animais. Ainda são necessários mais estudos para compreender plenamente o impulso, o que permitirá um entendimento mais profundo sobre as interações hierárquicas entre esses mamíferos. Além disso, será possível investigar se esse comportamento tem algum papel na coesão do grupo, contribuindo para a coordenação ou o fortalecimento dos vínculos sociais entre os chimpanzés.
Estagiária sob a supervisão da subeditora Fernanda Borges