NÚCLEO DE GELO

Cientistas recuperam núcleo de gelo de 1,2 milhão de anos na Antártida

Núcleo de gelo pode fornecer respostas sobre a história do clima terrestre; o anúncio foi feita na última quinta-feira (9/1)

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Uma equipe internacional de pesquisadores perfurou e recuperou um núcleo de gelo a 2.800 metros de profundidade, em um local conhecido como Pequeno Domo C, na Antártida. O anúncio foi feito na última quinta-feira (9/1).

O núcleo faz parte do projeto Beyond EPICA - Oldest Ice, financiado pela União Europeia e que promete revelar registros atmosféricos e climáticos de até 1,2 milhão de anos, estendendo o conhecimento sobre o passado da Terra.

Em comunicado à agência The Associated Press, o coordenador do projeto do Instituto de Ciências Polares do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália (Cnr-Isp), Carlo Barbante, explicou: “Este é o registro contínuo mais longo do clima da Terra obtido de um núcleo de gelo, possibilitando entender a relação entre o ciclo do carbono e a temperatura do planeta”.


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Um trabalho congelante

Após mais de 200 dias de trabalho em quatro temporadas de campo, a equipe realizou a perfuração em condições extremas. O Pequeno Domo C está localizado a 3 quilômetros e 200 metros de altitude no planalto central da Antártida, onde as temperaturas médias chegam a -35°C durante o verão.

Os cientistas utilizaram a tecnologia de radar de eco de radiofrequência para encontrar o local preciso da perfuração. Isso permitiu o mapeamento da espessura do gelo, auxiliando na identificação das camadas mais antigas e preservadas, onde poderiam ser encontrados registros climáticos de milhões de anos.

Além disso, o radar ajudou a equipe a desviar de ambientes onde o gelo poderia ser derretido previamente devido ao calor do manto terrestre, um problema considerável quando se lida com camadas densas de gelo.


O que descobriram?

O núcleo de gelo já revelou informações importantes sobre as condições climáticas do planeta.
Estudos anteriores do projeto EPICA já haviam revelado que as concentrações de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono e metano, nunca ultrapassaram os níveis registrados desde o início da Revolução Industrial, mesmo nos períodos mais quentes.

“Hoje estamos vendo níveis de dióxido de carbono 50% acima dos níveis mais altos que tivemos nos últimos 800 mil anos”, destacou Barbante.

Além de revelar detalhes sobre a atmosfera do passado, os cientistas acreditam que o núcleo de gelo pode trazer novos dados sobre as mudanças climáticas causadas por atividades humanas e até informações sobre eventos da história da Terra que vão além do registro de gelo.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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