Gabriela Medvedovski defende com unhas e dentes a sonhadora Pilar de “Nos tempos do imperador”. Na novela das 18h da Globo, a filha de Eudoro (José Dumont) fugiu de casa e abandonou Tonico (Alexandre Nero) no altar para ir atrás de um objetivo: ser médica. Impedida pelo pai de estudar, a personagem mostra como ser mulher nunca é uma tarefa fácil, principalmente em uma sociedade machista.
Conhecida por interpretar a mãe adolescente Keyla, em “Malhação – Viva a diferença”, e, em seguida, em “As five”, Gabriela diz que a experiência de dar vida a Pilar pode até trazer alguma semelhança com a outra personagem. Porém, enxerga a oportunidade de fazer algo distinto, mexendo em outras feridas com os dramas da mocinha de “Nos tempos do imperador”. Mesmo assim, o folhetim de Alessandro Marson e Thereza Falcão também rendeu a chance de se juntar de novo, em cena, as amigas Daphne Bozaski e Heslaine Vieira, intérpretes de Dolores e Zayla, respectivamente, a irmã e a rival de Pilar.
“Embora ambas tenham em comum a impetuosidade, Pilar é uma mulher ética, pragmática, assertiva, enquanto Keyla é mais destrambelhada. Também tenho a sorte de reencontrar duas mulheres que são minhas amigas. A gente se conhece em cena. Sabemos qual é o nosso jogo, mas com a Heslaine está em um lugar oposto, com grandes embates”, afirma.
Na trama, Zayla disputa o amor de Samuel/Jorge (Michel Gomes) com Pilar. A filha de Dom Olu (Rogério Brito) deixa claro para a amiga de Luísa (Mariana Ximenes) que não desistirá facilmente. E, portanto, não poupará a mocinha de suas maldades. Enquanto isso, Dolores herdou da parenta o compromisso com Tonico. Afinal, humilhado por ser largado no altar pela primogênita, o vilão exigiu de Eudoro o casamento com a caçula.
HEROÍNA
Pela primeira vez em uma novela de época, Gabriela relata que tem sido difícil não julgar as atitudes das personagens com o olhar contemporâneo. Mas a intérprete de Pilar tenta deixar os questionamentos de lado e se lembrar de que a trama se passa entre 1856 e 1870.
“Não posso esquecer que estou contando a história de um personagem de época. Outro desafio é tentar encontrar uma humanidade dentro da Pilar. Ela é uma heroína, mas não é maniqueísta. Tem de ter profundidade, defeitos”, observa a atriz.
(Estadão Conteúdo)