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Estado de Minas CRUZEIRO

Cruzeiro: patrocinador 'esquecido' atinge R$ 4,4 bilhões em ativos em 2021

Mesmo com contrato, clube celeste e Digimais não 'interagem' nas redes


24/12/2021 07:37 - atualizado 24/12/2021 07:41

Cruzeiro pouco interage com banco Digimais nas redes sociais
Cruzeiro pouco interage com banco Digimais nas redes sociais (foto: Bruno Haddad/Cruzeiro)
É comum ver o Cruzeiro promover ações nas redes sociais com os patrocinadores, como o Supermercados BH, o aplicativo de ônibus Buser, a casa de apostas PixBet e a cerveja Brahma. Em contrapartida, um parceiro não é lembrado há muito tempo: o banco Digimais, que exibiu sua marca na parte frontal da camisa na temporada 2019, em que a Raposa acabou rebaixada à Série B - 17º lugar no Brasileirão, com 36 pontos.

O Digimais foi apresentado como patrocinador master do Cruzeiro em 6 de março de 2019 no Hotel Intercontinental de Buenos Aires, na Argentina, na véspera da estreia na fase de grupos da Copa Libertadores, contra o Huracán. À época, João Urbaneja, diretor-presidente da instituição financeira, fez uma previsão muito otimista ao esperar que o aplicativo personalizado com a identidade da Raposa atingisse 1 milhão de contas.

A parceria que seria a maior da história do clube - conforme afirmado por integrantes da gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá - passou longe de recordes.  Consta no balanço financeiro de 2019 que o Cruzeiro recebeu R$ 23,8 milhões em patrocínios, sendo R$ 18,1 milhões com "atividade desportiva profissional" e R$ 5,7 milhões com "social e esportes amadores" - queda de 33% em comparação aos R$ 35,6 milhões de 2018.

Não há no documento a quantia paga por cada empresa, embora a diretoria tenha citado informalmente R$ 11 milhões aportados pelo Digimais. No demonstrativo de 2020, o Cruzeiro informou ter quitado um empréstimo de R$ 3,5 milhões contraído junto ao banco em 2019, com juros mensais de 0,35% ao mês mais a taxa Selic.

Com cerca de 10,8 mil seguidores, a conta Digimais Cruzeiro publicou pela última vez no Twitter no dia 8 de dezembro de 2019, na derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, no Mineirão, que decretou a queda à Série B. "Cruzeirense, estamos contigo sempre!", dizia a mensagem. Já o clube citou o banco em uma thread com outros parceiros no dia 7 de abril de 2020, época de paralisação do futebol devido à pandemia de COVID-19.

"O DIGIMAIS joga junto com o #Cruzeiro! Com o nosso parceiro, você pode depositar, sacar, transferir, recarregar o celular e ter todos os outros serviços de um banco tradicional, mas sem tarifas de conta e sem anuidade no seu cartão de crédito".

Apesar do aparente fracasso e das inúmeras reclamações de correntistas quanto ao funcionamento do aplicativo, o Digimais colheu frutos positivos de sua participação como patrocinador de clubes de futebol e mostrou a marca ao país. Além do Cruzeiro, com o qual tem contrato até dezembro de 2023, o banco fundado em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, fechou acordos com Fortaleza, Athletico-PR e Sport.

Quando se tornou patrocinador do Cruzeiro, em março de 2019, o Digimais tinha ativo total de R$ 1,4 bilhão e patrimônio líquido de R$ 155 milhões. No mesmo ano, a empresa vendida pela família Renner ao grupo Record, do bispo Edir Macedo, atingiu seu maior lucro líquido, de R$41,1 milhões, e uma rentabilidade de 22,49%. Houve ainda um salto no patrimônio líquido para R$214,9 milhões.

No último balanço publicado pelo Digimais, referente a junho de 2021, o ativo total atingiu R$ 4,4 bilhões, de acordo com o site Banco Data. São R$ 3,1 bilhões em depósitos a prazo - nos quais os clientes aplicam em algum título de renda fixa (CDB, LCI, etc.) - e um patrimônio líquido de mais de R$ 335 milhões. Segundo o Banco Central do Brasil, o Digimais tinha cerca de 295 mil correntistas no 1º trimestre de 2021.

Nos próximos meses, o contrato do Cruzeiro com o Digimais será transferido para a Tara Sports, empresa do ex-jogador Ronaldo, que adquiriu a Sociedade Anônima do Futebol pelo aporte de R$ 400 milhões no futebol e no pagamento de dívidas da associação civil, que ainda receberá 20% das receitas mensais e 50% do lucro do clube-empresa pelos próximos 10 anos para abater o passivo total de R$ 1 bilhão.

Segundo a Rádio Itatiaia, o Cruzeiro chegou a abrir conversas com um banco digital, porém não pôde avançar no acordo justamente em função do vínculo com o Digimais. Torcedores nas redes sociais ligaram a notícia ao BS2, do empresário Paulo Henrique Pentagna Guimarães, com ativo total de R$ 13,4 bilhões, R$ 5 bilhões em captações, R$ 610,6 milhões em patrimônio líquido e 777 mil clientes.

Leia a descrição sobre o Digimais no site oficial do Cruzeiro:

O Digimais possui as mesmas funcionalidades, serviços e a segurança que um banco convencional do mercado brasileiro. Mas a grande diferença está na facilidade de resolver seus problemas pelo aplicativo, sem a necessidade de enfrentar a burocracia das agências físicas. E o melhor de tudo, com planos a preços baixos, a partir de R$ 9,90/mês.

Através do banco digital do cruzeirense, o torcedor celeste receberá um cartão personalizado com as cores do clube cinco estrelas e poderá pagar contas, realizar transferências e fazer saques na rede Banco24horas. O correntista também poderá pedir um cartão de crédito e também efetuar investimentos em renda fixa. Tudo isso a qualquer momento, com a vantagem de ter tudo na palma da mão.

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