Mulher com cérebro em uma mão e a outra apontando para a própria cabeça

Cerca de 5% da população mundial tem altas habilidades, os casos mais comuns são identificados após os primeiros sinais, geralmente em crianças, sendo mais raros em pessoas adultas

Kues1/ Freepik


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 5% da população mundial tem altas habilidades ou, no popular, são superdotadas. No Brasil, a proporção corresponde a cerca de 2,3 milhões de crianças. Neste mês, comemora-se o Dia Internacional da Superdotação, data especial para chamar a atenção aos casos de pessoas com alto quociente de inteligência (QI). 

Em geral, os resultados que indicam superdotação e altas habilidades são obtidos ainda na infância, no entanto, em situações mais raras também pode ocorrer mais tarde, como é o caso da cirurgiã plástica Elodia Avila, que descobriu aos 57 anos, 141 pontos em um teste de QI. O número equivale a 99,9% de percentil - representando altas habilidades de destaque e alta inteligência. 


Os sinais de alto QI

Desde criança, Elodia Avila teve facilidade em aprender apenas observando e se destacava na escola. “Quando criança eu gostava bastante de ler e percebia que realmente ficava imersa nas histórias, na escola me destacava nas minhas redações, e a pintura era um dos meus hobbies que desenvolvi de forma autodidata”, conta.
Cirurgiã Plástica Elodia Avila

Elodia Avila descobriu aos 57 anos, 141 pontos em um teste de QI. O número equivale a 99,9% de percentil

Arquivo Pessoal
“Na área da estética existem algumas habilidades muito importantes para qualquer profissional, uma visão tridimensional é uma das principais. Desde pequena tive facilidade com atividades manuais como pintura, escultura, entre outras, o que sempre me permitiu uma visão muito ampla. Essa facilidade ajuda na área da cirurgia plástica, pois me permite analisar mais facilmente aspectos como textura de pele, elasticidade, distensão, simetria, além de conseguir ter atenção em várias coisas ao mesmo tempo, o que possibilita um melhor resultado final e otimiza o processo”, narra Elodia Avila. 

Uma descoberta rara 

De acordo com o consultor da cirurgiã plástica Elodia Avila, Fabiano de Abreu Agrela, pós PhD em neurociências e especialista em alto quociente de inteligência, a descoberta é rara pois o QI pode diminuir com a idade. “Há mais crianças que fazem teste de QI por influência dos pais, mas hoje em dia, aumentaram o número de adultos que têm interesse em conhecer mais a si mesmos e, por isso, buscam por testes de QI. Mas na idade dela, é extremamente raro, principalmente com essa pontuação tão alta. Ela já está fazendo parte do nosso grupo de adultos com muito alto QI e está muito satisfeita” informa.