torrões de café espalhados pela mesa, imagem com tons terrosos e amarelos, xícara de café quente saindo fumaça ao meio

Efeito está associado ao consumo excessivo

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Um estudo de meta-análise, que avalia diversas pesquisas científicas já realizadas, foi publicado no periódico General Hospital Psychiatry no final de 2021. Segundo os autores, a cafeína pode desencadear crises de pânico em grande parte dos pacientes diagnosticados com transtorno do pânico e potencializar a ansiedade em pacientes e grupos de adultos saudáveis, com doses equivalentes a cerca de cinco xícaras de café.

Estima-se que 5% da população sofra de transtorno de pânico, cujos sintomas incluem palpitações, falta de ar, tontura e sensação de morte próxima. A pesquisa aponta que os ataques de pânico induzidos pela cafeína são semelhantes aos espontâneos, apresentando sintomas como medo de morrer, falta de ar, palpitações e tonturas.



Em um estudo conduzido por cientistas da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, foi identificado que a cafeína pode desencadear sintomas de ansiedade em indivíduos saudáveis, especialmente naqueles predispostos a transtornos de ansiedade.

Em 1992, pesquisadores britânicos também investigaram a relação dos efeitos ansiogênicos da cafeína em pacientes com transtorno de ansiedade. Eles descobriram que os pacientes com TAG (transtorno de ansiedade generalizada) são anormalmente sensíveis à cafeína.

Uma das explicações para a relação entre a cafeína e a ansiedade/pânico pode estar nas variantes do gene receptor de adenosina 2A (ADORA2A). Segundo o artigo de 2021, as variantes do ADORA2A têm sido associadas ao risco aumentado de desenvolver TP (transtorno de pânico) e efeitos ansiogênicos mais intensos de doses normais de cafeína (100 mg-150 mg), mas isso pode ser restrito a indivíduos com baixo uso de cafeína.

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A cafeína não é a única fonte de cafeína. Jovens, principalmente, costumam consumi-la em bebidas energéticas, que podem conter quantidades muito mais elevadas do que um expresso. A cafeína também pode estar presente em chocolates e produtos à base de cacau, chás, refrigerantes, além de suplementos e medicamentos.

Por fim, os cientistas concluíram que 'há relatos de casos de pacientes com ansiedade excessiva apresentando melhora com a abstinência de cafeína', mas reforçam que essa dever ser uma decisão adaptada individualmente. 'Existem efeitos positivos do consumo de cafeína, e nem todos os pacientes com TP ou outros transtornos de ansiedade precisam interromper a cafeína devido aos efeitos ansiogênicos, mas médicos e pacientes devem estar cientes dos potenciais efeitos ansiogênicos da cafeína'.

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