xícara de café ao lado de alguns grãos de café

Abic e BSCA estabelecem classes de qualidade do café, mas teor de cafeína não é determinado por categoria. Descubra a diferença entre os tipos de café

Anja/Pixabay
Muitos brasileiros acreditam que o café extraforte proporciona mais disposição devido a um maior teor de cafeína. No entanto, as categorias de classificação do café - extraforte, tradicional, superior, gourmet e especial - não estão diretamente relacionadas ao teor de cafeína. Estas categorias são determinadas pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) e pela Brazilian Specialty Coffee Association (BSCA ) e referem-se à qualidade e complexidade sensorial da bebida.

O café extraforte, na verdade, é caracterizado por uma torra mais intensa, quase carbonizada, resultando em um sabor bastante amargo e adstringente. Até 2020, a Abic classificava os cafés em uma escala de 0 a 10, sendo os extrafortes e tradicionais aqueles com pontuação mais baixa. No entanto, em 2021, a associação alterou os critérios de avaliação, que agora levam em conta atributos como doçura, acidez, amargor, adstringência, torra e intensidade.

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As diferenças entre as categorias de qualidade do café

  1. Café extraforte: Tem amargor intenso, encorpado e adstringente. Anteriormente, era classificado com notas entre 4,5 e 5,9 na escala da Abic. Representa a maior parte do consumo de café no Brasil.
  2. Café tradicional: Menos amargo que o extraforte, com amargor, doçura e acidez variando de leve a moderado. Pode apresentar notas sensoriais amendoadas e de chocolate. Antes, recebia notas entre 6 e 7,2 na escala da Abic.
  3. Café superior: Bebida com baixo amargor e acidez e doçura variando entre moderado e alto. Destaca-se pelos atributos frutado e floral. Recebia notas acima de 7,3 na antiga classificação da Abic.
  4. Café gourmet e especial: São classificados pela BSCA, que ainda utiliza a escala de nota na avaliação sensorial. Têm ao menos 80 pontos numa escala de 0 a 100 e não apresentam impurezas nem defeitos. Produzem bebidas limpas e doces, com corpo e acidez equilibrados, além de respeitar critérios de sustentabilidade socioambiental em todas as etapas de produção.

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Para identificar a categoria do café, basta verificar a embalagem, que geralmente traz o selo da Abic ou da BSCA. O teor de cafeína na bebida varia de acordo com fatores como espécie do café e método de extração, mas não depende do perfil sensorial.

Adição do açúcar

Portanto, o café extraforte não tem mais cafeína, apenas um sabor mais amargo. A disposição pode ser resultado da adição de açúcar para tornar a bebida mais palatável. A espécie de café mais valorizada é a robusta, e o consumo sem açúcar é considerado um gosto adquirido.

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