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Estado de Minas SAÚDE MENTAL

Mídias sociais impactam a saúde mental e provocam distorção da autoimagem

Como o número excessivo de horas em frente às telas pode ser prejudicial para o modo como as pessoas se enxergam e veem a vida


22/11/2022 13:02 - atualizado 22/11/2022 13:02

símbolos das redes sociais saindo da tela de um smartphone
Os possíveis efeitos negativos das redes sociais sobre a saúde mental já são confirmados por vários estudos (foto: Gerd Altmann/Pixabay )
Mesmo na década passada, o cyberbullying já era assunto muito comentado. Hoje, fala-se também sobre como o número excessivo de horas em frente às telas pode ser prejudicial para o modo como enxergamos a nós mesmos e à vida. Ou seja, o tamanho da influência das redes sociais sobre a saúde mental e seus efeitos vêm sendo analisados há algum tempo e a tendência é que esse tema esteja cada vez mais em pauta.

Isso nada mais é do que prova da importância de ter um olhar crítico frente aos possíveis efeitos que as redes têm sobre a saúde da mente, reitera Sérgio Rocha, médico psiquiatra e diretor da Clínica Revitalis, referência em tratamento de saúde mental.
 
O psiquiatra explica que esses possíveis efeitos não são notáveis apenas no dia a dia, mas também a longo prazo. O mesmo é explicitado em um estudo do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Alagoas, que analisou os impactos das mídias sociais sobre o funcionamento mental de adolescentes.

Leia também: É libertador: dizem as pessoas que abandonam as redes sociais.

As consequências podem ser observadas em alterações nas relações sociais dos jovens, por exemplo. Saiba quais são todos os possíveis resultados do uso de redes sociais sobre a 
mente humana.

Visão distorcida da própria aparência

Por conta do excessivo uso das redes, muitas pessoas acabam por desenvolver o que é chamado de distorção de autoimagem ou, em termos mais técnicos, transtorno dismórfico corporal. "Trata-se de um transtorno psicológico em que prevalece uma percepção distorcida do próprio corpo, fazendo com que a pessoa que sofre dessa condição superestime pequenas imperfeições ou até mesmo imagine essas imperfeições, inexistentes até então".

O excesso de exposição a imagens de corpos perfeitos e a comparação com seu próprio corpo, consequência de passar muito do seu tempo nas redes sociais observando as vidas e aparências alheias, pode estar associado ao aumento da prevalência desse transtorno.

Diferentemente dos tempos anteriores, em que nos comparávamos apenas com pessoas de nosso convívio ou, no máximo, com celebridades de revistas e TV, hoje somos bombardeados diariamente por imagens - cuidadosamente curadas e escolhidas a dedo - das vidas de centenas, milhares de pessoas que, muitas vezes, nem sequer conhecemos. Por isso, “o efeito desse conteúdo contínuo e constante pode ser realmente maléfico para a mente e, principalmente, para a autoestima”, afirma o psiquiatra.

Abdicar de outros hábitos - geralmente mais saudáveis e proveitosos

Ao gastar nosso tempo livre rolando o feed ao longo do dia, as pessoas acabam não fazendo outras coisas. Por vezes, essa é uma escolha consciente, mas geralmente esse não é o caso. Ou seja, muitos se abdicam de fazer outras coisas durante o tempo ocioso que temo, como ler, praticar esportes ou até mesmo passar tempo com a família e com amigos.

Leia também: O bullying é uma epidemia: um tema que urge atenção dos brasileiros.

"A longo prazo, isso pode danificar relacionamentos, afastar amigos e fazer com que a pessoa perca seus hobbies. O hábito de “surfar na internet”, se torna sempre a prioridade".

Influência sobre nossos hábitos e estilo de vida

Observar constante e diariamente as rotinas alheias também impacta diretamente sobre as vidas, ainda que muitas vezes não estejam conscientes disso.

No entanto, esse efeito das redes sociais não necessariamente é algo negativo, uma vez que podemos replicar práticas saudáveis de outras pessoas, como o costume de fazer exercícios físicos ou até mesmo o gosto pela leitura, e não apenas os maus hábitos. De qualquer forma, “é importante estar sempre consciente das motivações quando fazemos algo”, adverte Sérgio Rocha.

São propositalmente viciantes

Não é nenhuma novidade que as redes sociais são viciantes. O que é preciso entender é o porquê disso. "Em resumo, nos tornamos dependentes da sensação de gratificação que os tais aplicativos nos proporcionam. Por exemplo, ao postar uma foto, automaticamente esperamos pelos likes. Quando eles vêm, ficamos contentes. Mas e quando eles não vêm? Não é incomum ficar chateado quando algo que postamos não atingiu o número de pessoas esperado ou o número de likes que queríamos. Saiba que isso é intencional. Em longo prazo, isso também pode desencadear frustrações crônicas, podendo inclusive levar a episódios de depressão".

Esse tema é bastante explorado no documentário “Dilema das Redes”, recomendado por Sérgio Rocha como uma forma de melhor entender o impacto sobre o cérebro das ésspas. “Os Likes nas redes sociais podem causar liberação de dopamina, neurotransmissor ligado a sensação de gratificação e excitação,semelhantes àqueles que ocorrem quando somos elogiados e reconhecidos por pessoas que interagimos na vida real. Portanto, não é difícil migrar para o ambiente virtual a busca dessas “ recompensas” em forma de like. Podemos nos tornar viciados nesses estímulos, o que é muito perigoso”, acrescenta o psiquiatra.



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