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Estado de Minas PODER

Eleição para Conselho Tutelar reflete polarização no país

Dalila Roseana, apoiada pela militância de esquerda, e Patrícia Reis, que teve apoio da direita, foram as candidatas mais votadas na capital mineira


05/10/2023 04:00 - atualizado 05/10/2023 07:25
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Disputa pelas vagas no Conselho Tutelar mobilizou número recorde de eleitores, apesar dos muitos problemas nos locais de votação
Disputa pelas vagas no Conselho Tutelar mobilizou número recorde de eleitores, apesar dos muitos problemas nos locais de votação (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press)

As duas conselheiras tutelares mais bem votadas na capital mineira refletiram a polarização que marca o país desde as eleições gerais de 2014 e que se estendeu para a disputa este ano das vagas pelo Conselho Tutelar, órgão público responsável pela garantia e defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes.

A conselheira mais votada de todas as nove regionais de Belo Horizonte, entre os 45 escolhidos por voto direito e popular, no último domingo, 1° de outubro, foi Dalila Roseana, 25 anos, reeleita com 1.825 votos, e com o apoio da militância de esquerda, para a Regional Centro Sul. Na mesma regional também foi reeleita a conselheira Patrícia Reis, com 1.809 votos, apoiada pela direita belo-horizontina, e segunda mais votada da capital.

Ambos os lados cantaram vitória e conseguiram mobilizar um número recorde de eleitores, apesar dos problemas registrados durante a votação, como pane nos computadores que captavam os votos, o que acabou acarretando o uso de cédulas de papel, filas enormes, a extensão do horário de votação e até mesmo um pedido de cancelamento por parte da Defensoria Pública.

Pedro Martins, coordenador do Coletivo Alvorada, uma organização que reúne a militância de esquerda em Belo Horizonte, comemorou a eleição e destacou que o campo progressista conseguiu eleger as candidatas mais votadas em toda a capital Além de Dalila, Kele Christina Nunes De Miranda, mais votada da Regional Barreiro, também um grande colégio eleitoral na cidade, foi a terceira mais votada na capital com o apoio da esquerda.

De acordo com Pedro Martins, essa disputa foi muito importante, pois chamou a atenção da esquerda para a importância de garantir que esses espaços de atuação do poder público sejam ocupados por pessoas comprometidas com os direitos das crianças e dos adolescentes e não por representantes de igreja. “O campo progressista voltou seu olhar para esses espaços de participação popular que devem ser laicos como o estado. Foi uma disputa acirrada, mas muito produtiva e vitoriosa”, destacou Pedro Martins, que defende o uso das urnas eletrônicas e a definição de critérios que impeçam a influência da religião sobre a votação.

Direita

A reeleição de Patrícia Reis para a regional Centro Sul, um dos maiores colégios eleitorais da capital, também foi comemorada pelos dois principais nomes da direita mineira, o deputado estadual Bruno Engler (PL) e o federal, Nikolas Ferreira (PL). O nome da conselheira, que se apresenta nas redes sociais como mãe e cristã e que ficou em segundo lugar na disputa em sua região e em toda a cidade, não foi textualmente citado por Nikolas, mas foi listado pela assessoria do deputado Bruno Engler (PL) como alinhada da direita na capital. Também foram citados os conselheiros Maxwell Miguel, reeleito na Regional Oeste com 943 votos, o mais votado; e Lívia Santos, candidata mais votada na Região Leste, com 823 votos, que vai exercer seu primeiro mandato.

Engler também informou, por meio de sua assessoria, que a campanha dos candidatos de direita e fiéis às pautas conservadoras resultou na eleição de 27 dos 45 conselheiros de BH, mas sem informar quem seriam esses nomes. Os dois parlamentares consideraram o pleito uma vitória das causas conservadoras e afirmam ter conseguido eleger, ao menos, um membro para cada um dos nove conselhos da capital mineira. Nas redes sociais, Nikolas disse ter conseguido eleger 20 conselheiros, entre eles quatro suplentes, mas não informou os nomes.

Prévias

Realizada um ano antes das eleições municipais, a votação para os conselhos tutelares tem atraído cada vez mais atenção da classe política. Por sua atuação dentro das comunidades, em um tema sensível como a regulação e exercício dos direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), os conselheiros têm contato direto com as famílias e podem funcionar como cabos eleitorais eficientes, ou até mesmo como candidatos a vereador, para quem está de olho no pleito de 2024.
 

CONSELHO TUTELAR

 
Mais votadas em BH 
 
Dalila Rosane (Centro Sul) - 1.825 votos
 
Patrícia Reis (Centro-Sul) - 1809 votos

Mais votados por regional

Dalila Rosane (Centro Sul) 1.825 votos
 
Kele (Barreiro) 1087 votos
 
Carlos Junior (Nordeste) 1.024 votos
 
Rosimeire Pinto (Noroeste) 1.134 votos
 
Maria Elisa (Pampulha) 956 votos
 
Maxwell Miguel (Oeste) 943 votos
 
Lívia Santos (Leste) 823 votos
 
Mônica da Vila do Índio (Venda Nova) 825 votos
 
Tia Cris (Norte) 803 votos 


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