
“Antes do Jair se tornar presidente, eu administrava as contas da nossa casa. Quando chegamos no Alvorada, tinha essa figura para fazer esse trabalho. Pagar as despesas do dia a dia. A gente tinha vários eventos, uma demanda muito grande de trabalho, então a gente deixava tudo na planilha. Eu passava para a minha assessora, que passava para o Cid, que tinha acesso ao cartão pessoal. Ele sacava e pagava a manicure, ou cabeleireiro, um dinheiro para o lanche das crianças”, disse Michelle em um trecho da entrevista.
A Polícia Federal (PF) apura suspeitas de que Cid tenha usado verba pública para pagamentos em dinheiro vivo e de maneira fracionada, para dificultar a investigação sobre a origem do recurso, prática similar a de rachadinha.
Esses pagamentos teriam sido feitos pelo militar à Michelle Bolsonaro e, segundo PF, ocorreram em pelo menos sete ocasiões, conforme comprovantes de depósitos encaminhados às assessoras da ex-primeira-dama. As conversas foram interceptadas por meio da quebra do sigilo telemático de Cid.
Em vídeo divulgado pelo UOL, nessa quinta-feira (18/5), Bolsonaro afirmou que os gastos em dinheiro vivo feitos por Michelle eram para coisas pessoais e pequenas, como cabeleireiro, manicure e absorvente. O ex-presidente ainda se disse incomodado com as especulações a respeito da família.
“Quando mexe com familiar, minha esposa, no caso, é um negócio muito pessoal. Ela deu uma entrevista para uma revista muito grande, que vai ser mostrado aqui o que ela falou, no fim de semana. (...). As compras dela é (sic) absorvente, uma roupinha para filha, manicure, cabeleireiro”, explicou.
