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Estado de Minas CÂMARA

Após impasse, União Brasil fica com relatoria de MP do governo

Boulos desiste de assumir parecer da medida provisória que recria programa Minha casa, minha vida


14/04/2023 04:00 - atualizado 14/04/2023 07:02

Guilherme Boulos será o vice-presidente da comissão mista da MP do Minha casa, minha vida
Guilherme Boulos será o vice-presidente da comissão mista da MP do Minha casa, minha vida (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A.PRESS)

Brasília - As lideranças da Câmara definiram ontem os parlamentares que irão relatar as medidas provisórias que recriam os programas Minha casa, minha vida e Bolsa-Família, em derrota para o líder do Psol, Guilherme Boulos (SP).
 
Sem acordo, o deputado havia sido designado para relatar a MP do Minha casa, minha vida na terça-feira, o que irritou parlamentares da União Brasil, que afirmavam que havia entendimento na Casa para que o relator fosse um deputado do partido.
 
Diante do impasse, Boulos abriu mão de relatar o projeto. Em contrapartida, ele será o vice-presidente da comissão mista que analisará o texto e será designado relator de um projeto de lei do governo que cria o Programa de Aquisição de Alimentos.

"Nós temos tido nos últimos meses impasse no estabelecimento das comissões e, finalmente, se chegou a um acordo que destravou [a tramitação das MPs]. O nosso entendimento é que não se podia andar para trás para que as comissões sejam estabelecidas e funcionem na semana que vem", disse Boulos, após reunião de líderes na residência oficial da Presidência da Câmara. "Houve um problema de mal-entendido de informações. Para viabilizar o entendimento para que a comissão ande, houve acordo e eu não serei relator do Minha casa, minha vida", completou.
 

O líder da União Brasil, Elmar Nascimento (BA), confirmou que o relator será o deputado Fernando Marangoni (União Brasil-SP). "É claro e compreensível que eu defenda os interesses do meu partido. Peço desculpa se em algum momento eu extrapolei na defesa desses entendimentos", disse. Na tarde de quarta-feira, o líder da União Brasil elevou o tom contra Boulos, dizendo esperar que ele renunciasse da posição. Elmar afirmou que o líder sem-teto agiu de "má-fé" e não descartou acionar o Conselho de Ética.

"Isso nunca aconteceu no Parlamento. Tem uma decisão do colégio de líderes e eu vou lá ao presidente de uma comissão mista, um senador, e dizer que fui escolhido para me locupletar disso? Não pode, absoluta má-fé. Acho que ele deveria renunciar, era o mais correto a fazer." Aliados do psolista alegavam, no entanto, que já havia um acordo anterior, firmado com o Executivo ainda na transição de governo, de que Boulos seria o relator da MP, justamente pela proximidade do parlamentar com o tema —ele é coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto.

Uma pessoa próxima de Boulos criticou a decisão de tirar a relatoria do psolista e disse que o governo não está cumprindo acordos firmados anteriormente. Ela afirmou que o Executivo está cedendo para o centrão e tratando mal seus aliados de esquerda, que apoiaram a candidatura de Lula desde o começo.  O último impasse relacionado às MPs também foi solucionado ontem. O PT terá a relatoria da medida provisória que promove alterações no Bolsa Família, e o deputado Dr. Francisco (PI) foi designado para a função.
 

Após a reunião, o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), afirmou que o Planalto enviaria "a qualquer momento" os projetos de lei que foram definidos no acordo entre Câmara, Senado e governo. São os textos das MPs que não serão analisados pelo rito tradicional do Congresso, diante do impasse entre as presidências das duas Casas de como deve ser a tramitação das medidas provisórias após o arrefecimento da COVID. (Folhapress)








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