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Estado de Minas ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS

Sociólogo mineiro ganha força para ser ministro da Igualdade Racial de Lula

Martvs das Chagas tem apoio de setores negros de partidos e de movimentos antirracistas; no Desenvolvimento Social, André Quintão surge como possibilidade


18/12/2022 06:00 - atualizado 18/12/2022 07:59

Martvs das Chagas é um homem negro, de barba e usa óculos; ele gesticula ao falar
Martvs das Chagas tem apoio de entidades e partidos para ocupar o Ministério da Igualdade Racial (foto: Leonardo Costa/PT/Reprodução)
O sociólogo mineiro Martvs das Chagas ganhou apoio de diversos representantes do movimento negro brasileiro para assumir o Ministério da Igualdade Racial no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O presidente eleito recebeu uma carta construída por 13 entidades antirracistas defendendo Martvs para o posto.

A indicação dele é referendada, também, pelos setoriais de igualdade de nove partidos: PV, PSDB, Pros, PDT, Solidariedade, MDB, Cidadania, Psol e PSB. Lideranças das legendas também escreveram um segundo texto, que também reivindica Martvs como titular do ministério. O documento foi enviado à presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

Martvs se soma a outros mineiros cotados para cargos no primeiro escalão da nova formação da Esplanada dos Ministérios. Na semana passada, segundo soube o Estado de Minas, o deputado estadual André Quintão (PT) passou a ser aventado para o Ministério do Desenvolvimento Social.

Há, ainda, possibilidades que circulam há mais tempo e já foram mostradas pela reportagem, como o senador Alexandre Silveira (PSD), mencionado como opção para o Ministério da Infraestrutura. O deputado federal Reginaldo Lopes (PT) chegou a ser aventado para algum cargo ligado a temas educacionais e recebeu apoio da bancada do partido, mas tendência é que o MEC fique com o governador cearense Camilo Santana.

Secretário de Igualdade Racial do diretório nacional petista, Martvs atuou como secretário nacional de Ações Afirmativas do governo federal durante a primeira passagem de Lula pelo Palácio do Planalto e foi chefe interino do antigo Ministério de Promoção da Igualdade Racial. Hoje, é secretário de Planejamento do Território e Participação Popular da Prefeitura de Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira. 

Entre as 14 instituições que advogam por Martvs das Chagas, estão a Coordenação Nacional dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros (CONNEABS), a Coordenação Nacional de Entidade Negras (CONEN) e o Fórum Nacional de Mulheres Negras (FNMN).

"Para essa indicação, amplamente debatida nas nossas organizações, estamos considerando a trajetória do companheiro Martvs das Chagas na luta social, sua proximidade e abertura para diálogo com a sociedade civil e com as organizações do movimento negro, e sua experiência técnica-administrativa comprovada e de larga escala, já tendo ocupado cargos em nível federal, municipal e estadual, assim como em organismos como a própria Organização das Nações Unidas (ONU)", lê-se em trecho da carta escrita pela coalizão.

"Martvs também possui trânsito político com os partidos de todos os espectros que compõem a nossa base política - elemento que será indispensável durante este governo que assume em 1º de janeiro, um governo de frente ampla", completa o grupo. As entidades que subscrevem o texto dão amparo a outras 500 organizações conectadas ao movimento antirracista.

'Histórico' motiva apoios

Os partidos que desejam Martvs no ministério, por sua vez, lembraram da atuação do sociólogo no movimento que deu forma à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial no primeiro mandato de Lula.

"A unidade criada por nós em torno do nome do companheiro Martvs, foi fruto de muito diálogo na busca do melhor perfil que reunisse as condições objetivas de liderar um difícil processo que será a reconstrução do Ministério da Igualdade Racial, depois de anos de desmantelamento das políticas públicas e, sem dúvidas esse companheiro reúne essas condições por todo o seu histórico de vida dedicado à causa negra", afirmaram.

As entidades que apoiam Martvs apontam a necessidade de fortalecer a Fundação Palmares. Durante parte do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), a autarquia foi comandada por Sérgio Camargo, alvo de críticas por parte do movimento negro. Na carta, as 14 organizações apontam "destruição simbólica" da fundação ao longo dos últimos quatro anos.

A necessidade de refundar as bases da Fundação Palmares vai ao encontro, justamente, do discurso pregado por Martvs das Chagas durante a transição governamental. O sociólogo atuou no grupo de trabalho sobre Igualdade Racial.

"Nosso papel em relação à Fundação Palmares é desintoxicá-la do racismo institucional cometido. A gestão desse senhor foi, na verdade, uma grande intoxicação de racismo ali", afirmou ele, em entrevista ao EM no início de novembro. "A gestão desse senhor (Sergio Camargo) acabou sendo o produto mais bem-acabado do racismo. O racismo tem sucesso no momento em que faz a pessoa renegar a si próprio; ele tem sucesso quando as instituições que lutam contra o racismo renegam a si próprio. Foi uma ação muito bem orquestrada", emendou, à ocasião.

Otimismo por Silveira


Já está certo que o terceiro governo de Lula terá 37 ministérios. O martelo a respeito do número foi batido ontem, em Brasília (DF), durante reunião entre o presidente eleito, Gleisi Hoffmann, Rui Costa, futuro ministro da Casa Civil, e Aloizio Mercadante, indicado para o comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Costa disse que Lula deve anunciar mais ministros ao longo da semana que começa amanhã, mas aliados de Alexandre Silveira estão otimistas sobre eventual indicação dele para o Ministério da Infraestrutura.

Fontes ouvidas pela reportagem acreditam que a nomeação de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, para o posto de secretário de Estado de Governo de São Paulo sob Tarcísio de Freitas (Republicanos), alçam o senador mineiro ao posto de primeira opção dos pessedistas para representar o partido em um cargo no governo Lula.

Há quem creia que, no caso de Silveira, seja preciso aguardar os desdobramentos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que deve ser votada pela Câmara dos Deputados na terça-feira (20). O parlamentar foi o relator do texto na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

A favor dele está, ainda, o fato de ter sido um dos principais aliados de Lula em Minas no segundo turno. Em meio a uma tentativa do governador Romeu Zema (Novo) de atrair prefeitos ao arco de alianças de Bolsonaro, Silveira conseguiu segurar lideranças regionais no grupo lulista por meio de contatos com pequenas associações de prefeitos e consórcios regionais.

No caso de André Quintão, citado por interlocutores para o Desenvolvimento Social, é preciso lembrar que a pasta pode ser entregue à senadora Simone Tebet (MDB-MS). O deputado mineiro, porém, aparece como opção caso Tebet não fique com a vaga. A possibilidade dele ser o chefe da pasta de Desenvolvimento Social foi publicada, primeiramente, pela "Rádio Itatiaia". 


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