
De acordo com a organizadora do evento, a advogada Camila Leite, o intuito do ato foi reforçar o direito da liberdade de se expressar como quiser e criticar as ações dos tribunais superiores, que, segundo a jurista, significam uma “relativização” do que é disposto na Constituição Federal.
“Tive a ideia de reunir algumas pessoas na qualidade de cidadã e também na qualidade de advogada, porque eu estou perplexa com as recentes decisões do nosso Tribunal Superior Eleitoral. Liberdade para mim é um valor inegociável e a gente tem essas cláusulas pétreas. São direitos constitucionalmente preservados e o que a gente vê hoje é o TSE começando a relativizar isso e a criar exceções que fazem com que determinadas situações, como o direito de liberdade de expressão, não prevaleça e, na minha opinião, é um direito praticamente absoluto. Porque se alguém se incomodar, se houver alguma difamação, algum crime contra a honra naquela fala daquele cidadão, ela tem esse direito resguardado pelo nosso ordenamento e ela pode buscar a reparação. O que não dá é para censurar previamente antes da pessoa falar”, afirmou a advogada.
Os participantes do protesto afirmaram que se sentem “perseguidos” pelo TSE por defenderem valores conservadores. Karina Coelho, que esteve na Praça da Bandeira protestando contra a censura, afirmou que a Justiça está cerceando a liberdade dos cristãos.

“Eles já estão nos primeiros passos de regular a nossa liberdade. Isso é muito triste. É uma censura clara. E hoje, infelizmente, eles não se preocupam nem mais em fazer algo que seja discreto. Hoje, apoiou a direita, apoiou o país, eles censuram. Eles podem até querer, mas eles não vão acabar porque o povo cristão é muito maior. Tem mais volume no Brasil. O poder emana do povo”, disse Karina.
Quem também afirmou que os Tribunais Superiores estão censurando os valores cristãos foi a Fabiana Britto, apoiadora do presidente Bolsonaro, que esteve no ato com o marido e a filha pequena. De acordo com Fabiana, a censura é tão “abrangente”, que chega na juventude dos dias atuais, já que, para ela, muitos jovens não "têm coragem de se assumirem conservadores”.
“Está muito claro que a candidatura do Bolsonaro e as pessoas que optaram por defender os valores conservadores, hoje, são perseguidos. Não existe respeito. Foram muitos anos de um governo de esquerda, um governo que não respeitou a família, haja visto, queria colocar dentro das escolas, a ideologia de gênero. Então eu acho que a candidatura dele tem sido perseguida sim e as pessoas que seguem as ideias conservadoras hoje, no Brasil, são perseguidas e isso fica muito claro quando a gente olha a juventude, porque o jovem tem vergonha de se posicionar como um conservador”, afirmou.

Apesar dos participantes do evento bolsonarista alertarem para uma suposta “perseguição” sofrida por quem defende os valores conservadores e, também, o próprio presidente, a organizadora Camila Leite afirmou que não enxerga o momento atual por essa ótica. De acordo com a advogada, há “ânimos exaltados” dos dois lados e que é preciso lidar com os espectros políticos “sem paixão”.
