![Hamilton de Moura foi assassinado com 12 tiros em julho do ano passado, em Belo Horizonte(foto: Reprodução/Facebook) Hamilton de Moura foi assassinado com 12 tiros em julho do ano passado, em Belo Horizonte](https://i.em.com.br/AsCX7AIqwj8dafkZFMYRn_sElnA=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2021/09/01/1301711/20210901230806774938u.jpg)
Gerson foi preso em São Joaquim de Bicas, na Grande BH. Ele estava escondido na casa da cunhada, segundo a equipe que efetuou a prisão do homem, que também é sindicalista.
"O serviço de inteligência fez o monitoramento e hoje conseguimos chegar até ele. Houve uma resistência do pessoal em falar que ele estava dentro de casa, mas fizemos o cerco. Iríamos atrás do mandado de busca para entrar na residência, mas no fim a proprietária acabou autorizando a entrada e conseguimos efetuar a prisão", disse Tenente Fideles, da PM.
De acordo com o inquérito de quase duas mil páginas da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Gerson e seu irmão, Antônio Carlos Cesário, haviam ajudado o ex-vereador de Belo Horizonte, Ronaldo Batista, no planejamento da execução do crime. Batista, de acordo com as investigações, foi o mandante. Coube aos irmãos Cesário intermediar o contato do executor do crime com o ex-parlamentar da capital mineira.
De acordo com as investigações, o assassinato de Hamilton foi motivado por vingança e disputas sindicais. Personalidade respeitada entre sindicalistas do setor de transportes, Hamilton era presidente do Sindicato dos Motoristas e Empregados em Empresas de Transporte de Cargas, Logística em Transporte e Diferenciados de Belo Horizonte e Região (SIMECLODIF).
Moura e Batista chegaram a ser aliados, mas romperam relações em 2010. Ronaldo, na época do crime, era presidente da Federação dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Minas Gerais (Fettrominas) e, até 2018, esteve à frente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTRBH). Ele teria pagado R$ 40 mil para que o vereador de Funilândia fosse assassinado.
"A vítima (Hamilton) então criou um sindicato à parte, que enfraqueceu o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTR-BH). A arrecadação da instituição foi, inclusive, muito impactada. Hamilton também patrocinava ações judiciais contra o rival, que resultaram em bloqueios de bens no valor aproximado de R$ 6 milhões", esclareceu, em outubro do ano passado, o delegado Domênico Rocha, do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP).
Além dos irmãos Cesário e Ronaldo Batista, o inquérito indicou que outras sete pessoas participaram da execução de Moura - três delas estiveram na cena do crime, Leandro Felix Viçoso, ex-policial penal, Felipe Vicente de Oliveira, policial militar, e Fernando Saliba Araújo.
Gerson Cesário será levado para a Delegacia Regional de Polícia Civil em Betim, também na Grande BH. De lá, deve ser encaminhado ao sistema prisional.