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Estado de Minas GOVERNO ZEMA

Uma semana após escândalo na vacinação, SES-MG muda comando da comunicação

Uma das imunizadas, Virgínia Cornélio da Silva, que chefiava setor, diz que tem como provar que fazia parte do grupo prioritário por 'estar na linha de frente'


19/03/2021 15:43 - atualizado 19/03/2021 16:23

CPI instalada pela Assembleia de MG investiga possíveis irregularidades na vacinação de servidores da Cidade Administrativa(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
CPI instalada pela Assembleia de MG investiga possíveis irregularidades na vacinação de servidores da Cidade Administrativa (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
O governo de Romeu Zema (Novo) oficializou, nesta sexta-feira (19/3), a troca no comando da assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Saúde. Virgínia Cornélio da Silva, que consta na lista de servidores cujo recebimento de vacina contra a COVID-19 vai ser investigado, foi substituída por Everton Luiz Lemos de Souza.

A troca ocorre cerca de uma semana após Carlos Eduardo Amaral ser substituído por Fábio Baccheretti no posto de secretário. O novo chefe presidia a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Everton, que assume o comando da comunicação, também dava expediente na Fhemig.

Virgínia está na lista de 828 servidores da Saúde estadual que davam expediente na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, e foram imunizados.

A Assembleia Legislativa instaurou Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar, caso a caso, se os funcionários tinham direito à dose – a suspeita é que alguns deles não façam parte dos grupos prioritários para a vacinação contra a COVID-19.

Procurada pelo Estado de Minas, a ex-assessora da Saúde afirmou acreditar que a demissão é consequência da chegada de um novo secretário.

Ela garante ter como provar ter direito à vacina, por participar de operações da “linha de frente” da pasta, como viagens e visitas a hospitais.

“Entendi a exoneração como um processo de transição. Existem outras pessoas, que não estavam tão na linha de frente quanto eu. Se fosse para ser exonerado porque tomou vacina, poderiam pegar outros cargos e funções. Eu, sim, estava na linha de frente – e sou uma das que tenho como comprovar”, diz.

Virgínia compôs a delegação que esteve em Coromandel, no Alto Paranaíba, em fevereiro, quando a cidade enfrentou colapso no sistema de saúde.

“Quem viajava e estava na linha de frente era eu. Minha equipe também viajava, mas nas pautas mais “cabeludas” era eu que estava lá”, sustenta.

Segundo a lista enviada pelo Executivo aos deputados estaduais, 18 assessores de comunicação compõem o grupo de 828 servidores vacinados.

O Legislativo já iniciou as atividades da CPI, que deve convocar pessoas envolvidas no caso para depor.

A reportagem procurou a Secretaria de Saúde para saber se a troca no comando da assessoria de imprensa está ligada ao casos dos “fura-filas” ou se ocorreu por conta, somente, da mudança no comando da pasta. Se houver retorno, este texto será atualizado.

Exonerada se defende


Ainda segundo a ex-servidora, nem toda a equipe de comunicação da pasta de Carlos Amaral foi vacinada. Servidores em teletrabalho, por exemplo, não receberam as doses.

Ela garante que o processo seguiu as regras impostas pelas autoridades competentes, como o setor de Vigilância em Saúde.

“A vacinação ocorreu de maneira documentada e foi pactuada pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB). Eu, como todos os servidores vacinados, não fui bater na porta e pedir para ser vacinado”, pontua, em menção ao comitê que tem representantes da Secretaria Estadual de Saúde e de secretarias municipais de Saúde.

“Para a gente, foi uma grande surpresa. Não estávamos fazendo nada ilegal”, assevera Virgínia.

Carlos Eduardo Amaral deu declaração similar na semana passada, horas antes de ser demitido por ZemaEle assegurou não enxergar “ilícito ou imoralidade” no processo.

A profissional diz que a vacinação ajudou a equipe de comunicação no processo de escolha dos profissionais que precisariam fazer trabalhos de campo em locais associados à “linha de frente” da doença.

“Sofri ameaça de servidor falando que, se pegasse COVID-19 no trabalho, iria me processar”, conta Virgínia.

Outras listas em análise


Além do documento com os 828 nomes de servidores que dão expediente na capital mineira, a “CPI dos fura-filas” se debruça sobre lista com 1.852 assessores da Saúde que trabalham no interior. Esse grupo também recebeu a vacina. 

Entre os vacinados no interior, constam pessoas que, segundo a secretaria, estavam em home office.

Além dos imunizados no governo, os parlamentares receberam material indicando os 55 servidores da Assembleia vacinados. Há, entre outros, médicos, dentistas, psicólogos e recepcionistas do ambulatório da Casa.

Todos os casos – independentemente da entidade de origem – serão analisados pela comissão de inquérito.


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