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Estado de Minas ENTREVISTA EXCLUSIVA

Haddad diz que Bolsonaro pode armar 'guerra civil' se não vencer em 2022

Petista teceu críticas a posicionamentos do presidente; ele crê que parte da população não aceita agenda bolsonarista


25/02/2021 11:10 - atualizado 25/02/2021 12:21

Haddad não poupou palavras ao repudiar posturas de Bolsonaro(foto: Rafael Alves/EM/D.A Press)
Haddad não poupou palavras ao repudiar posturas de Bolsonaro (foto: Rafael Alves/EM/D.A Press)
O presidenciável Fernando Haddad (PT) acredita que Jair Bolsonaro (sem partido) não debate temas de interesse nacional. Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, nesta quinta-feira (25/02), ele criticou a postura do chefe do Executivo nacional. O petista lembrou tópicos, como a edição de decretos que flexibilizam o acesso a armas de fogo e a defesa de medicamentos sem eficácia comprovada contra a COVID-19.

Temeroso com os reflexos que o arrocho nas regras para a compra de munições pode causar, Haddad diz que o presidente pode fomentar uma 'guerra civil' caso não consiga a reeleição no próximo ano.

“Existe uma camada enorme da população que não aceita os termos que Bolsonaro coloca para o país. Que não aceita essa guerra que ele está querendo deflagrar. Bolsonaro está preparando até uma guerra civil, dependendo do resultado eleitoral de 2022. É uma pessoa que está armando as milícias do país como aconteceu na Bolívia. A bandidagem está comprando armas graças aos decretos de liberalização. Ele é uma pessoa muito instável psicologicamente falando e perigosa”, afirmou.

O ex-prefeito de São Paulo também lembrou dos ataques feitos pelo presidente a instituições democráticas, como o Supremo Tribunal Federal (STF). Em maio do ano passado, Bolsonaro esteve em um ato antidemocrático contra a Suprema Corte. Ele chegou a garantir que não admitiria mais 'interferências'.

“Bolsonaro está fugindo do debate o tempo todo, só fala do que interessa. Interessa a ele, não ao país. Fica falando de cloroquina, quantas vezes ele pronunciou a palavra cloroquina no último ano? Você já fez essa conta? Quantas pessoas foram levadas à morte por entender, acharem, que tinha tratamento precoce para COVID-19, por causa do Bolsonaro? Quantas ameaças ele fez às instituições do país? Isso é o que temos que discutir”, defendeu.

Decretos sobre armas


Neste mês, o presidente publicou quatro decretos sobre armas. Com as alterações, cidadãos comuns aptos a adquirir revólveres poderão ter até seis exemplares – e não quatro. O laudo de capacidade técnica exigido para atiradores e caçadores poderá ser substituído por um certificado emitido por clubes de tiro. Esse grupo poderá também comprar até 2 mil munições por ano, ante o limite de 1 mil que vigorava até a edição das medidas. Comerciantes de armas de pressão, como as de chumbinho, não precisarão mais de registro no Exército.

A edição de decretos é prerrogativa do chefe do Executivo e, ao contrário de projetos de lei e propostas de emenda à Constituição (PEC), não precisa do aval do Senado e da Câmara dos Deputados para que comecem a valer. O Congresso, contudo, pode derrubá-los por meio de Projeto de Decreto Legislativo (PDL).

Agendas com mineiros


Nesta quinta, Haddad se encontra com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD). A ideia é apresentar a ele o Plano de Reconstrução Nacional traçado pelo PT e discutir alternativas ao bolsonarismo. Devem estar presentes figuras como a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT, e o mineiro Luiz Dulci, secretário-geral da Presidência da República entre 2003 e 2011.

Nessa quarta (24/02), Haddad foi a Brumadinho, na Região Metropolitana de BH. Ele visitou o local de rompimento da barragem do Córrego do Feijão. O ex-presidenciável esteve com a correligionária Marília Campos, prefeita de Contagem. Hoje, vai se encontrar com Margarida Salomão, de Juiz de Fora.

Essa é a primeira de uma série de viagens a serem feitas por Haddad. Ele foi prefeito de São Paulo de 2013 a 2017. Entre 2005 e 2012, foi ministro da Educação.


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