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Estado de Minas

'Reação quase imediata', diz Bolsonaro sobre hidroxicloroquina

Presidente de 65 anos diz que começou a tomar medicamento no início dos sintomas da COVID-19 e teria melhorado 'horas após o uso'


07/07/2020 12:17 - atualizado 08/07/2020 12:01

(foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
(foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
"Estou perfeitamente bem", disse o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta terça-feira (7), após confirmar que está infectado pelo novo coronavírus. O diagnóstico foi informado na manhã desta terça (7) em entrevista concedida em frente ao Palácio da Alvorada. Para o chefe do executivo, de 65 anos, o bom quadro de saúde se deve, em parte, ao uso da hidroxicloroquina, medicamento que ele afirma estar tomando desde que começou a sentir os primeiros sintomas da COVID-19

Na conversa com os jornalistas, o presidente celebrou os supostos efeitos positivos do fármaco pelo menos cinco vezes. A primeira, ao descrever a evolução da doença em seu organismo. Bolsonaro relata que sentiu melhoras poucas horas após fazer uso da cloroquina, ministrada pelo médico dele. “Eu tomei no dia de ontem (6) às 17h o primeiro comprimido. A reação foi quase imediata. Às 0h, eu já senti uma melhora. Às 5h da manhã, tomei a segunda dose e confesso a vocês que estou perfeitamente bem”, afirmou o mandatário. 

A frebre de 38,5°C que o político afirma ter apresentado na segunda (6) teria baixado graças ao remédio. Ele contou que, nesta manhã, acordou se sentindo bem-disposto e que teve vontade de fazer uma caminhada. "Não vou por recomendação médica”, ponderou. 

Outra menção à hidroxicloroquina ocorreu diante de um questionamento sobre a eficácia da droga que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), não traz benefícios significativos no tratamento da COVID-19. "Não tem uma comprovação científica, mas a eficácia da cloroquina tem aparecido", argumentou.

Bolsonaro também demonstrou insatisfação com o pedido do Ministério Público para que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigasse denúncias de superfaturamento na compra de insumos para a produção do composto, fabricado pelo Exército Brasileiro. "Você não tinha outra alternativa", lamentou. 

Mais uma exaltação à cloroquina foi feita no momento em que o presidente fazia recomendações de prevenção ao coronavírus à população. "Cuidem dos idosos, dos que têm comorbidades. E se vocês forem jovens, se cuidem, mas fiquem tranquilos que o risco é quase zero de um problema grave", minimizou. "Reforço aqui o que médicos têm dito pelo Brasil: a hidroxicloroquina na fase inicial tem chance de sucesso de por volta de 100%", acrescentou, enquanto retirava a máscara de proteção facial. 

Bolsonaro mencionou estar com sintomas da COVID-19 pela primeira vez nessa segunda-feira (6). Ao chegar ao Palácio da Alvorada, ele disse a apoiadores que o aguardavam que teria que evitar contato, pois acabava de voltar do hospital. Referia-se ao Hospital das Forças Armadas (HFA), onde fez os testes para detectar a doença. 

Remédio controverso

A Organização Mundial de Saúde (OMS) chegou a realizar testes com a hidroxicloroquina - tradicionalmente empregada no tratamento da malária e doenças autoimunes - em pacientes gravemente afetados pela COVID-19. Os estudos envolvendo a droga foram definitivamente encerrados em 4 de julho, após a constatação de que a substância não reduz significamente a mortalidade dos contaminados. 

Discordâncias sobre o fármaco contribuíram para a saída Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich do Ministério da Saúde em 16 de abril e 15 de maio, respectivamente. Ambos alegam que foram pressionados por Bolsonaro a mofidificar o protocolo de uso da cloroquina. A OMS, até então, liberava a utilização do medicamento apenas em quadros graves, mas o presidente desejava expandir a administraçao para os casos leves. 

Desde 20 de maio, o Ministério aprova a utilização da cloroquina e seu derivado, a hidroxicloroquina, no tratamento pacientes com sintomas amenos de infecção por coronavírus - desde que o médico deseje fazer a prescrição e a pessoa manifeste declarada vontade de tomar a droga.  O consentimento precisa ser expreso por meio da assinatura de um Termo de Ciência. O documento deve conter um alerta de que o remédio não tem benefícios comprovados. 


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