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Estado de Minas AVALIAÇÃO NEGATIVA

Financial Times diz que 'populismo de Bolsonaro está levando o Brasil ao desastre'

Artigo fala ainda que o 'país está pagando um preço alto pelas palhaçadas do presidente'


postado em 25/05/2020 11:15 / atualizado em 25/05/2020 11:26

Bolsonaro afirmou, na manhã desta segunda, que 'imprensa mundial é de esquerda'(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
Bolsonaro afirmou, na manhã desta segunda, que 'imprensa mundial é de esquerda' (foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
O tradicional jornal britânico Financial Times publicou um artigo, nesta segunda-feira (25), assinado pelo jornalista Gideon Rachman. O texto trata das ações do presidente Jair Bolsonaro durante o período de pandemia do novo coronavírus no Brasil. Rachman disse que o ‘populismo de Bolsonaro está levando o país ao desastre’, se referindo aos índices ruins da COVID-19 que o Brasil acumula.

O artigo comparou Bolsonaro ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Gideon Rachman conta que conversou com um investidor brasileiro no ano passado e que ambos concluíram de que o chefe do Executivo brasileiro era ‘pior’.


Rachman classificou a ação de Bolsonaro durante a pandemia como 'irresponsável e perigosa'. O jornalista lembrou a determinação do presidente do Brasil para o Ministério da Saúde emitir um novo protocolo que recomendasse o uso da cloroquina para combater a COVID-19, destacando a demissão de Luiz Henrique Mandetta e a saída de Nelson Teich do comando da pasta por causa das discordâncias acerca do medicamento.

“Infelizmente, o Brasil já está pagando um preço alto pelas palhaçadas de seu presidente – e as coisas estão piorando rapidamente. O coronavírus atingiu o Brasil relativamente tarde. Mas o país tem a segunda maior taxa de infecção do mundo e a sexta maior taxa de mortes por COVID-19. O número de mortes no Brasil, responsável por aproximadamente metade da população da América Latina, agora está dobrando a cada duas semanas, em comparação com a cada dois meses no Reino Unido atingido”, escreveu Gideon.

O jornalista também ressaltou que Bolsonaro incentivou apoiadores a desrespeitarem o isolamento social e que, por causa de ações como essa, 'os danos à saúde e à economia serão ainda mais severos e profundos do que deveriam ter sido'.

Gideon também lembrou o pedido de demissão do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, citando as acusações do ex-juiz de que Bolsonaro estaria tentando interferir na Polícia Federal e lembrando que o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma investigação que pode resultar no impeachment do presidente.

Para Gideon, as ações populistas de Bolsonaro podem lhe dar 'proteção política'. O jornalista chegou a ouvir um professor da Fundação Getúlio Vargas, que afirmou que o presidente 'quer se desassociar da crise econômica que se aproxima'.

De acordo com balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, nesse domingo (24), o total de mortes por coronavírus no Brasil alcançou a marca de 22.666. Os casos confirmados somam 363.211.

'Imprensa mundial é de esquerda', diz Bolsonaro


Também nesta segunda, na porta do Palácio do Alvorada, Bolsonaro disse a apoiadores que a ‘imprensa mundial é de esquerda'. Sem falar com os jornalistas, o presidente conversou apenas com os seus seguidores.

"A imprensa mundial é de esquerda. O Trump sofre muito nos EUA também", disse.


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