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Estado de Minas VERSÃO CONTROVERSA

Bolsonaro x Moro: promoção de militar revela contradições em alegação da AGU

Oficialmente, chefe do Executivo afirma que queria interferir no Departamento de Segurança da Presidência, mas elevação de cargo concedida a responsável pelo setor expõe incoerência


postado em 15/05/2020 22:41 / atualizado em 15/05/2020 23:06

Desavenças entre Jair Bolsonaro e Sérgio Moro ganham novo capítulo: alegação do presidente tem contradições(foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Desavenças entre Jair Bolsonaro e Sérgio Moro ganham novo capítulo: alegação do presidente tem contradições (foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
A versão dada pela Advocacia-Geral da União (AGU), que defende o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), para explicar as falas dele na reunião ministerial é cercada por contradições. Os dizeres do chefe do Executivo nacional foram apontados pelo ex-ministro Sérgio Moro como tentativa de interferência de Bolsonaro na Polícia Federal (PF).

 

"Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Não pode trocar o chefe, troca o ministro", disse Bolsonaro na reunião de 22 de abril, que motivou o pedido de demissão de Moro.

 

Oficialmente, a AGU alega que quando o presidente disse "gente da segurança nossa" se referiu, na verdade, ao Departamento de Segurança da Presidência, não à PF.

 

Contudo, 28 dias antes do encontro com Moro, Bolsonaro promoveu o diretor responsável por sua equipe de segurança, o que expõe o presidente a uma contradição.

 

Isto é, se havia insatisfação com o trabalho do general André Laranja Sá Correa, não havia motivações para indicá-lo ao comando da Oitava Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, em Pelotas (RS), cargo de alto escalão nas Forças Armadas.

 

As informações sobre a incoerência na tese apresentada pelo governo federal são da repórter Andreia Sadi, da TV Globo, e foram exibidas no Jornal Nacional desta sexta-feira (15).

 

Segundo Andreia, a promoção do general aconteceu em 26 de março e entrou em vigor no dia 31 do mesmo mês.

 

No lugar dele, assumiu o diretor-adjunto do Departamento de Segurança da Presidência, Gustavo Suarez – fato que expõe outra contradição na tese da AGU, já que Suarez era braço-direito de Sá Correa na equipe de segurança que acompanha o presidente. 

 

A reunião foi gravada em vídeo, que passa por perícia da PF. O ministro decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, ainda analisa se as imagens se tornarão ou não públicas.

 

À Globo, o Palácio do Planalto informou que não comentará o assunto. Já o Gabinete de Segurança Institucional, do qual o Departamento de Segurança da Presidência é subordinado, não se manifestou. 

 

Presidente com a palavra

 

Três dias após ter sido categórico ao afirmar que não havia citado a Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta sexta-feira (15) ter usado o termo "PF" para se referir à instituição durante reunião ministerial do dia 22 de abril.  

 

"Ô cara, tem a ver com a Polícia Federal, mas é a reclamação 'PF' no tocante ao serviço de inteligência", afirmou Bolsonaro a jornalistas na manhã desta sexta-feira, quando deixava o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. 

 

"A interferência não é nesse contexto da inteligência não, é na segurança familiar. É bem claro, segurança familiar. Não toco em PF e nem Polícia Federal na palavra segurança", disse o presidente, que defendeu a divulgação do vídeo da reunião.  


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