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Estado de Minas BOLSONARO

'E daí?': termo está em outras declarações polêmicas de Bolsonaro

Levantamento da BBC Brasil aponta outras situações em que o presidente utilizou a expressão


postado em 29/04/2020 18:30 / atualizado em 30/04/2020 13:58

"Lamento, quer que faça o quê?", disse Bolsonaro, ao ser perguntado sobre mortes por COVID-19 no país. (foto: Isac Nóbrega/PR)
Ao comentar o fato de o Brasil ter superado a China no número de óbitos em decorrência do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi taxativo: “E daí? Lamento, quer que faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”. O Estado de Minas listou algumas ocasiões em que o chefe do Executivo utilizou o nome do meio — ele se chama Jair Messias Bolsonaro — para dizer não ser milagreiro. A BBC Brasil, por sua vez, elencou outras situações em que Bolsonaro fez uso do “E daí?” para abordar assuntos polêmicos.

Nessa terça-feira, ao comentar as mortes por COVID-19 contabilizadas em solo brasileiro, o presidente insinuou que nada pode fazer sobre o aumento no número de baixas. “E daí? Lamento, quer que faça o quê? Eu sou Messias, mas eu não faço milagre. As mortes de hoje, a princípio, foram de pessoas infectadas há duas semanas. É o que eu digo para vocês. Infelizmente o vírus vai atingir 70% da população. É a realidade. Mortes ninguém negou que haveria”, afirmou.

Segundo o Dicionário InFormal, plataforma on-line que reúne palavras e expressões cujos significados não são encontrados nos dicionários comuns, o termo “E daí?” representa “indiferença”. Trata-se, portanto, de resposta a algo que, na visão do interlocutor, não tem grande importância.

Nomeação de Ramagem

Antes da última reação, o caso mais recente do uso de “E daí?” por parte do presidente ocorreu na segunda (27). Bolsonaro foi perguntado, no Facebook, sobre a ligação entre Alexandre Ramagem, nome preferido dele para a diretoria-geral da Polícia Federal, e sua família. "E daí? Antes de conhecer meus filhos, eu conheci Ramagem. Por isso deve ser vetado? Devo escolher alguém amigo de quem?", escreveu, em resposta.

O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é o nome preferido de Bolsonaro para substituir Maurício Valeixo na chefia da PF. A exoneração do antigo diretor gerou o pedido de demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ramagem tem relação com os filhos do presidente e, inclusive, passou um réveillon ao lado de Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador do Rio de Janeiro.

Publicada nessa terça-feira pelo Diário Oficial da União, a nomeação foi suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira.

Eduardo Bolsonaro na embaixada

Em agosto do ano passado, o presidente reagiu às críticas direcionadas ao filho, Eduardo Bolsonaro, à época cotado para ser o embaixador brasileiro nos Estados Unidos. "Tem ministro com toda certeza que tem parente empregado, com DAS (cargo de comissão). E daí? Que mania de que tudo quanto é parente de político não presta. Tenho um filho que está para ir para os EUA e foi elogiado pelo presidente Donald Trump. Vocês massacraram meu filho: fritador de hamburger”, argumentou.

No mês anterior, Eduardo, que é deputado federal pelo PSL paulista, havia dito que estava apto ao cargo por ter “vivência” internacional e atuado como cozinheiro em uma lanchonete nos Estados Unidos.

Processo no STF

Em dezembro de 2018, ele foi perguntado sobre um inquérito, conduzido pela Polícia Federal, que tinha como alvo Paulo Guedes, Ministro da Economia. Para abordar o tema, o futuro chefe do Executivo traçou um paralelo com o processo que responde no Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro foi investigado — e condenado a pagar R$ 20 mil reais — por ter dito que a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) “não merece” ser estuprada.

"Eu sou réu no Supremo Tribunal Federal. E daí? Todo mundo com quem converso, seja amigo ou não, diz que é uma coisa que beira o absurdo. Eu estava defendendo uma mulher vítima de estupro. Eu defendi uma condenação para o estuprador. O outro lado defendia que o estuprador deveria ser tratado como um garotinho que abusou por cinco dias e matou uma menina de 16 anos. E eu acabei réu. É justo isso?”, indagou.

Incêndio no Museu Nacional

Ainda durante a corrida eleitoral, quando concorria ao Palácio do Planalto pelo PSL, o capitão reformado usou a expressão para falar sobre o incêndio que destruiu o acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro. “E daí? Já está feito, já pegou fogo, quer que faça o quê? O meu nome é Messias, mas eu não tenho como fazer milagre”, pontuou.

A frase dita após o fogo consumir o museu foi, também, outra ocasião em que Bolsonaro negou ser milagreiro.


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