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Estado de Minas

Lava-Jato aperta cerco a Lula com investigações em Curitiba, São Paulo e Brasília

Ex-presidente pode virar réu outra vez esta semana, por decisão do Supremo Tribunal Federal


postado em 24/09/2017 06:00 / atualizado em 24/09/2017 07:31

Lula afirma que jamais praticou atos de corrupção e que é alvo de perseguição política(foto: HEULER ANDREY/AFP)
Lula afirma que jamais praticou atos de corrupção e que é alvo de perseguição política (foto: HEULER ANDREY/AFP)

São Paulo
-  A Operação Lava-Jato e seus desdobramentos ampliam o cerco ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e dificultam ainda mais seu plano de disputar um terceiro mandato presidencial em 2018. Condenado pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e seis meses de prisão no caso do triplex do Guarujá (SP), réu em seis ações penais e denunciado em outros dois casos, o petista agora é alvo de seis procedimentos de investigação criminal abertos pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal em Curitiba, São Paulo e Brasília. As novas apurações podem resultar em processos na Justiça por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e obstrução das investigações.

Caso o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, confirme a sentença de Moro, o petista pode ficar inelegível. Como consequência das investigações provenientes da Lava-Jato, estão abertas apurações em razão da megadelação premiada da Odebrecht, homologada pelo Supremo Tribunal Federal em janeiro deste ano. Em São Paulo, os procedimentos instaurados desde julho deste ano tratam de supostos pagamentos em benefício do filho caçula do ex-presidente, Luís Cláudio Lula, de uma mesada para seu irmão Frei Chico e de desvios na construção da Arena Corinthians, o Itaquerão.

Em Brasília, é apurada suspeita de ele ter agido em parceria com o ex-ministro e ex-governador Jaques Wagner (PT) para editar uma medida provisória em favor da leniência da Odebrecht. Há duas frentes abertas em Curitiba: uma para apurar fraudes e corrupção em negócios do setor petroquímico relacionados à Braskem – empresa do Grupo Odebrecht – e outra, a mais avançada, para investigar doações ao Instituto Lula e pagamentos por palestras via a Lils Palestras, Comunicação e Eventos – empresa aberta, em 2011, após deixar a Presidência. As investigações decorrem de citações de “contrapartidas” oferecidas pelo empresário Emílio Odebrecht a Lula e depositadas na “conta-corrente”.

O dinheiro seria gerenciado pelo “Italiano”, codinome do ex-ministro Antonio Palocci, segundo a contabilidade paralela da empreiteira organizada pelo Setor de Operações Estruturadas – o departamento da propina desbaratada pelo força-tarefa que revelou o esquema de desvios e corrupção na Petrobras. O montante na conta, segundo depoimento de Palocci no dia 6 deste mês a Moro, era de R$ 300 milhões para gastos do PT.

Interrogado pela segunda vez como réu na Lava-Jato em Curitiba, no dia 13, Lula afirmou que investigações, denúncias e eventuais condenações não serão obstáculos intransponíveis no seu caminho em busca de um terceiro mandato presidencial – seria sua sexta disputa. O ex-presidente nega todas as acusações contra ele e sua família, sustenta que os procuradores da Lava-Jato empreendem uma “caça às bruxas” para imputar-slhe falsamente papel de liderança no bilionário esquema de corrupção descoberto na Petrobras e que seus delatores mentem. Nos tribunais, o criminalista Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente nos processos, tem questionado a isenção dos julgadores.

SUPREMO
O Supremo Tribunal Federal (STF) decide nos próximos dias se torna Lula mais uma vez réu em ação e o coloca como líder de uma organização criminosa supostamente responsável pelo desvio mais de R$ 2 bilhões em propinas para o PT resultantes de desvios em contratos da Petrobras e outros órgãos do governo. No último dia 6, Lula foi alvo da denúncia do chamado “quadrilhão do PT”, imputada ao petista papel de figura central no esquema de distribuição de cargos estratégicos do governo entre políticos do PT, PMDB e PP.

Terminada a fase de instrução da ação penal em que o petista é acusado de receber propinas de R$ 12,5 milhões da Odebrecht simuladas pela compra do terreno para o Instituto Lula e aluguel de apartamento em São Bernardo do Campo, o juiz Sérgio Moro deve decidir, até novembro, pela condenação ou absolvição. Em Curitiba, Lula ainda é réu na ação penal, que trata de suposta propina paga pela Odebrecht e OAS nas reformas do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). Em fase inicial, esse processo deve ser julgado em 2018.

Na última semana, a 10ª Vara Federal, no Distrito Federal, abriu novo processo em que ele é acusado de vender medida provisória para beneficiar montadoras de veículos. Nessa mesma vara, Lula será julgado por tráfico de influência para beneficiar empresas do setor automotivo, com a edição de outra MP, e na compra de caças suecos pelo governo.


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