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Estado de Minas

Temer, Lula e JBS: Brasil saturado por escândalos de corrupção


postado em 13/09/2017 21:07

O Supremo Tribunal Federal rejeitou nesta quarta-feira um pedido do presidente Michel Temer para impugnar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a quem o mandatário acusa de ter uma "obsessiva conduta persecutória" contra ele, em um dia marcado pelo novo depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro.

Os ministros do Supremo negaram o pedido contra Janot, a quem resta apenas quatro dias de mandato e que se tornou inimigo de Temer após denunciar o presidente por supostamente ter recebido propina dos donos da gigante brasileira da carne JBS.

Segundo a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo, não há demonstração de qualquer dúvida sobre a condução do caso que envolve Temer, o que levou o STF a negar o recurso por unanimidade.

A magistrada garantiu que o Ministério Público continuará a combater a corrupção, mesmo após a saída de Janot da PGR.

"A chamada Operação Lava Jato e todos os processos que se referem à matéria penal não vão parar, porque muda um ou outro, por uma ou outra causa, extinção de mandato ou suspeição, ou impedimento. O processo penal e a busca de apuração de erros praticados no espaço público, como se tem no espaço privado, não vai parar", afirmou a ministra.

O Supremo deixou para a próxima semana a discussão de outro pedido de Temer, para bloquear possíveis novas denúncias de Janot contra ele, e a validade da delação do grupo J&F;, proprietário da JBS.

O procurador denunciou Temer em junho por corrupção passiva, depois da revelação da gravação de uma conversa com Joesley Batista, um dos donos da JBS, nas quais o presidente parecia aprovar o pagamento de propina ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje preso em Curitiba, em troca de seu silêncio.

Mas a Câmara dos Deputados votou em agosto contra o encaminhamento desta denúncia ao STF.

Nesta semana, no entanto, vazaram acusações contra Temer e a cúpula do PMDB, supostamente obtidas da colaboração de Lucio Funaro, um operador preso por lavagem de dinheiro.

Segundo Funaro, o presidente Temer recebeu propina do grupo Odebrecht.

"O presidente quer trabalhar e não consegue. A cada momento aparece uma denúncia ou ameaça", protestou Antonio Mariz, advogado do presidente, ao falar ao Supremo.

- Lula -

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou mais um depoimento em Curitiba, nesta quarta-feira, ao juiz Sérgio Moro, na ação que responde por "corrupção passiva" envolvendo o grupo Odebrecht.

Durante pouco mais de duas horas de interrogatório, Lula - que recorre em liberdade de uma primeira condenação - afirmou que o processo é "ilegítimo" e "injusto".

"Apesar de entender que este processo é ilegítimo e injusto, eu prefiro falar. Talvez eu seja a pessoa que mais queira a verdade nesse processo. Só quero dizer que há uma caça de bruxas".

Moro deverá determinar se a Odebrecht - peça-chave da operação Lava Jato - pagou um terreno para a instalação do Instituto Lula em São Paulo e colocou à disposição da família do ex-presidente um apartamento em São Bernardo do Campo.

Sobre as declarações de seu ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, que admitiu na semana passada que as acusações contra o ex-presidente têm fundamento, Lula declarou que "o Palocci tem o direito de querer estar livre (...), o que não pode é se você não quer assumir a tua responsabilidade pelos fatos ilícitos que você fez, jogar em cima dos outros".

Lula atacou o Ministério Público afirmando que seu "objetivo e tentar encontrar alguém para me incriminar, todas estas ações são feitas contra mim".

O ex-presidente enfrenta atualmente cinco acusações, que vão de corrupção passiva e lavagem de dinheiro até organização criminosa e tentativa de obstrução da justiça.

- Wesley Batista -

O presidente do grupo JBS, Wesley Batista, foi preso nesta quarta-feira pela Polícia Federal na segunda fase da Operação Tendão de Aquiles, por suposto uso de informação privilegiada na Bolsa de Valores aproveitando-se do caos político causado com a delação premiada envolvendo o presidente Michel Temer.

A prisão de Wesley acontece três dias após a prisão de seu irmão Joesley, junto com o executivo Ricardo Saud.

Wesley Batista é suspeito de ter negociado ações da JBS entre 24 de abril e 17 de maio, quando foi revelado que seu irmão e ele haviam alcançado um acordo de delação premiada, que provocou uma queda violenta nas ações da empresa, a maior processadora de carne do mundo, e fragilizou o real frente ao dólar.

A defesa de Joesley e Wesley Batista considerou a prisão dos irmãos "injusta, absurda e lamentável".


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