![Reportagem aponta que cerca de 50 pacientes fizeram parte do suposto estudo com a Proxalutamida(foto: Osmar Nólibus / BM) Reportagem aponta que cerca de 50 pacientes fizeram parte do suposto estudo com a Proxalutamida(foto: Osmar Nólibus / BM)](https://i.em.com.br/_bsidHz6pQPmIL2wR85CwRCNSXk=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2021/08/24/1299092/20210824215901642428a.jpeg)
A proxalutamida, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para pacientes com COVID-19, também é utilizada para tratar câncer de próstata e de mama. No entanto, não há eficácia comprovada contra o coronavírus. Mesmo assim, ela foi administrada em uma policial militar que não quis se identificar.
De acordo com a mulher, após se internar no hospital, em março, ela foi procurada por dois capitães-médicos que a convidaram a participar do suposto estudo com a proxalutamida, que estava sendo utilizado em pacientes graves com COVID-19 na unidade hospitalar em caráter de teste. A militar relatou à reportagem que estava "tonta" e que não "pensava claramente", por isso acabou aceitando participar do teste, assinando, na sequência, um termo de consentimento. Ela alegou que não recebeu uma cópia do documento.
A reportagem ouviu dois médicos que apontaram o major médico Christiano Perin como um dos responsáveis pelo "estudo". Perin foi chefe da UTI no hospital até 2016. No entanto, ele negou e disse que o endocrinologista Flávio Cadegiani e o infectologista Ricardo Zimerman são os verdadeiros tutores do experimento. Ainda segundo a matéria, além de a proxalutamida não ter tido autorização da Anvisa para ser importada para o Brasil, não houve inscrição da unidade hospitalar na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para conduzir os testes com humanos.
Ricardo Zimerman, inclusive, chegou a participar da CPI da COVID, no Senado Federal, a pedido do senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS), um dos parlamentares que mais defendem o uso de remédios que não possuem comprovação científica contra a COVID-19.
A Brigada Militar não se manifestou oficiamente à reportagem do Matinal. O major-médico Perin afirmou que houve autorização para os experimentos no hospital, mas o responsável pelo Departamento de Saúde, coronel Igor Wolwacz disse que o Estado-Maior da Brigada Militar é que tinha que responder sobre os questionamentos, que não foram esclarecidos.
A Anvisa esclareceu ao Matinal que não autorizou a importação da proxalutamida no Brasil na época do experimento no hospital em Porto Alegre e que, em caso de uso humano para presquisa, precisa aprovar previamente. A primeira solicitação de importação, segundo o órgão, foi em agosto, mesmo assim, para dois projetos sem vínculo com o centro médico citado na matéria.
Leia mais sobre a COVID-19
Confira outras informações relevantes sobre a pandemia provocada pelo vírus Sars-CoV-2 no Brasil e no mundo. Textos, infográficos e vídeos falam sobre sintomas, prevenção, pesquisa e vacinação.
- Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil e suas diferenças
- Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
- Entenda as regras de proteção contra as novas cepas
- Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
- Os protocolos para a volta às aulas em BH
- Pandemia, epidemia e endemia. Entenda a diferença
- Quais os sintomas do coronavírus?
Confira respostas a 15 dúvidas mais comuns
Guia rápido explica com o que se sabe até agora sobre temas como risco de infecção após a vacinação, eficácia dos imunizantes, efeitos colaterais e o pós-vacina. Depois de vacinado, preciso continuar a usar máscara? Posso pegar COVID-19 mesmo após receber as duas doses da vacina? Posso beber após vacinar? Confira esta e outras perguntas e respostas sobre a COVID-19.