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Estado de Minas

Drama: ter um bebê e não poder tocá-lo pelo coronavírus

Casal espanhol, pais de primeira viagem, teve resultado positivo para a doença e precisa manter quarentena antes de tocar no filho sem proteção


postado em 03/04/2020 08:55 / atualizado em 03/04/2020 09:41

(foto: FAMILY HANDOUT / COURTESY OF THE CARRILLO MURO FAMILY / AFP)
(foto: FAMILY HANDOUT / COURTESY OF THE CARRILLO MURO FAMILY / AFP)

Positiva para o coronavírus, Vanesa Muro ficou separada por 10 dias de seu recém-nascido. Agora em casa com o pequeno Oliver, ela conta os dias para o fim da quarentena, quando poderá beijar e tocar o filho sem luvas.


Não ter contato com a pele da criança para evitar contagiá-lo "é duro", admite Vanesa à AFPTV em sua casa emMadri, a capital da Espanha, epicentro da pandemia no país, com mais de um terço do total de mortes no país.


"Ele agarra seu dedo, coitadinho, e agarra o plástico, não agarra você, mas é um dia a menos. Tenho que pensar desse jeito porque, se não for assim, fico deprimida", explica a mulher de 34 anos.


Vanesa e Óscar Carrillo, também de 34 anos, se preparavam para um parto por cesárea a partir de 16 de março, mas a epidemia de COVID-19 acelerou tudo.


A avó de Vanesa, de 87 anos, que ela encontrava todos os dias, apresentou resultado positivo para o coronavírus e faleceu. Com uma gravidez de risco, Vanesa também foi submetida a um exame. Estava infectada.


De maneira imediata, "Óscar me levou (ao Hospital Universitário La Paz) e evidentemente não pôde passar, me deixou na porta da emergência e ali fiquei", relata Vanesa.


Os médicos adiantaram a cesárea. "Foi um acúmulo de sensações, brutal", revela Vanesa, entre o "medo" de contagiar o bebê, a separação do marido e ser atendida por médicos que usavam trajes especiais para evitar uma infecção.


"Aquela foi a hora e meia mais longa da minha vida", confessa Óscar, que não sabia o que acontecia.


"Foi duro", completa o marido, que também apresentou resultado positivo para o coronavírus.


Oliver nasceu no dia 13 de março, saudável, com 3,6 kg e 50 cm. Imediatamente foi colocado em uma incubadora e isolado. Até apresentar dois resultados negativos para o coronavírus, o bebê não seguiu para o berçário com outros recém-nascidos.


Após 48 horas de recuperação no hospital em um isolamento quase total porque a equipe médica entrava o mínimo possível no quarto por falta de trajes de proteção, Vanesa foi liberada e voltou para casa, mas sem Oliver.


Apenas em 23 de março Vanesa e Óscar conseguiram buscar o bebê, com luvas e máscaras.


"Campeão, vamos para casa agora, você é um boneco", foram as primeiras palavras de Vanesa para o filho em um encontro muito emotivo.


"Foi incrível", afirma o pai. "Foi como se ele nascesse também naquele dia", completa a esposa.


"Foi o momento mais lindo que aconteceu comigo desde que comecei a trabalhar", admite Arantxa Fernández, psicóloga do Hospital Universitário La Paz, um apoio emocional que o casal admite que foi "vital". Arantxa enviava fotos e vídeos de Oliver quando ele estava no hospital.


"Dar um beijo" 


Apesar da felicidade com o bebê em casa, os pais admitem que é difícil não ter contato sem proteção. Já passaram os primeiros 14 dias desde que foram diagnosticados com o coronavírus, mas diante da impossibilidade de passar por outro teste que confirme a recuperação, eles devem respeitar mais 14 dias de quarentena por segurança.


"Eu ainda não toquei o meu filho sem as luvas (...) estamos como loucos para que termine (a quarentena) para poder tocá-lo, dar um beijo", afirma Óscar ao lado de Vanesa.


Além disso, os pais de primeira viagem não podem contar com a ajuda familiar. Os sogros de Óscar "moram muito perto, mas por causa do confinamento parece que vivem quilômetros de distância", afirma.


"É duro, mas vai passar. Em breve (Oliver) terá um mês e já vamos sair à rua. Conhecerá os avós, os tios. E tudo isto vai virar um pesadelo que superamos", resume Vanesa.

O que é o coronavírus?

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

 

Como a COVID-19 é transmitida?

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia


Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o coronavírus é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:

Especial: Tudo sobre o coronavírus 

Coronavírus: o que fazer com roupas, acessórios e sapatos ao voltar para casa

Coronavírus é pandemia. Entenda a origem desta palavra


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