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Estado de Minas ESTUPRO DE VULNERÁVEL

Pastor de BH que coordenava ações contra a pedofilia vira réu por estupros

Moisés Barbosa Ferreira Costa está preso desde 21 de junho, quando foi localizado pela polícia em casa, no Bairro Horto Florestal


19/09/2023 19:41 - atualizado 20/09/2023 23:50
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Moisés Barbosa
Moisés Barbosa atuava como pastor na Igreja Batista Unidade e Fé, no Bairro Sagrada Família, em Belo Horizonte (foto: ALMG/Reprodução)
O pastor Moisés Barbosa Ferreira Costa, de 34 anos, suspeito de abusar sexualmente de crianças e adolescentes em Belo Horizonte, tornou-se réu por estupro de vulnerável após o Juiz Milton Livio Lemos Salles, que atua na 4ª Vara Criminal, acatar nesta terça-feira (19/9) a denúncia do Ministério Público mineiro contra o religioso. 

Pregador na Igreja Batista Unidade e Fé, no Bairro Sagrada Família, Região Leste de BH, ele foi preso em casa pela Polícia Civil, em 21 de junho, no Bairro Horto Florestal, situado na mesma região da capital, e está à disposição do Poder Judiciário desde então. Todas as vítimas são do sexo masculino. 

Em um novo capítulo, o juiz ainda decretou a prisão na modalidade preventiva e com prazo prescricional de 20 anos. Para o magistrado, trata-se de “medida imperiosa ante a realidade fática extraída do caderno investigatório”. 
 
O juiz diz que a decretação da custódia cautelar é medida necessária à “preservação da ordem pública, vez que existem indícios de que o acusado, supostamente envolvido na prática dos crimes em tela, é pessoa perigosa, em razão da gravidade dos delitos praticados por ele”. 
 
“Ainda, destaca-se que o acusado conquistou a confiança das vítimas e de seus familiares, razão pela qual demorou tanto tempo para suas ações se tornarem públicas”, completa o magistrado, acrescentando que Moisés Barbosa é uma “pessoa astuta e perigosa”. “Disso também decorre a convicção de que o acusado possivelmente intentará contra a integridade física de outras vítimas”, finaliza. 
 

Pastor coordenou fórum contra pedofilia 

Vale dizer que o processo por estupro contrasta com a função de coordenador do Fórum Interinstitucional de Enfrentamento à Violência Doméstica, Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes (Fevca-MG) exercida por Moisés. 
 
Nessa toada, ele participou de diversos debates sobre a prevenção da exploração sexual infantil em órgãos públicos, como a Prefeitura de BH e Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), inclusive, no Maio Laranja, mês oficial de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes.
 
O pastor também atuou como professor da rede municipal de ensino em BH e agora é mantido na Penitenciária Professor Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, na Grande BH, segundo confirmado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
O Estado de Minas não conseguiu localizar a defesa de Moisés Barbosa Ferreira Costa. O espaço segue aberto para manifestações. 
 

Entenda o caso

As investigações começaram após uma das vítimas, atualmente com 23 anos, fazer uma denúncia na Polícia Civil. “Ela fez um depoimento relatando que foi atraída pelo investigado, que se colocava como líder religioso, instrutor de um circo e também fundador de fóruns contra pedofilia. Com as investigações, qualificamos e temos o depoimento de outras três vítimas que foram abusadas sexualmente”, detalhou a delegada do caso, Thais Degani, quando o pastor foi preso. 
 
As vítimas, todas do sexo masculino, eram atraídas sempre da mesma maneira. Moisés escolhia seus alvos na igreja e prometia levá-los para participar de um circo onde ele trabalhava como instrutor. Após se aproximar dos menores, ele se aproveitava da situação para cometer os crimes. Em algumas situações, os abusos duraram mais de quatro anos. 
 
Ao Estado de Minas, o secretário do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA), Edson de Oliveira Cunha, disse que Moisés tinha fama de intocável, conforme relatos de vítimas recebidos pelo conselho. 
 
“Na ocasião, dois jovens com mais de 18 anos nos procuraram para denunciar o pastor. Eles disseram que Moisés abusou deles desde que ambos tinham 13 anos. Esse cidadão era responsável por um projeto social chamado Circo Belô, que atendia os garotos, e oferecia oficinas circenses em uma fundação cultural no bairro Sagrada Família”, contou Edson na ocasião.


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