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Estado de Minas SEMANA SANTA

Vai viajar na Semana Santa? Confira o mapa de risco nas estradas em MG

Buracos e desvios dificultam viagem pela BR-262, estrada líder em mortes nos recessos religiosos de 2020 a 2022. Há perigo também em outras rodovias


06/04/2023 07:15 - atualizado 06/04/2023 07:47

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Movimento em descida no Km 380 da BR-262, trecho de alto risco na rodovia que liderou desastres com mortes nas últimas três Semanas Santas (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

A variação dos destinos dos mineiros nos recessos ao longo do ano muda também a concentração de veículos e os perigos em estradas que não costumam ser destaque pela violência dos acidentes. Nos últimos três recessos da Semana Santa, por exemplo, a BR-262 se mostrou a via que mais matou em Minas Gerais, com seis óbitos, sendo três deles entre João Monlevade (Região Central) e a divisa com o Espírito Santo, e outros três entre Betim (Grande BH) e Luz (Região Centro-Oeste). É o que mostra levantamento feito pela reportagem do Estado de Minas, tendo como base os dados de ocorrências da Polícia Rodoviária Federal (PRF), entre os anos de 2020 e 2022. Além de alertar para as vias de perigos mais frequentes, o EM preparou também um mapa com as condições das estradas para os principais destinos dos mineiros na Semana Santa. (confira quadros).

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As seis mortes em desastres na BR-262 são o dobro dos três óbitos registrados no mesmo período na BR-381, que em seu trecho sul é denominada Fernão Dias (até São Paulo) e ao norte leva o apelido de Rodovia da Morte (BH a João Monlevade), sendo a campeã de vidas perdidas ao longo do ano de 2022, num total de 154 mortes. O número de pessoas que morreram na BR-381 nas Semanas Santas é igual dos três últimos anos ao registrado pela BR-365, entre Montes Claros e Patos de Minas. A via é uma ligação sem praças de pedágio muito utilizada por quem precisa viajar entre São Paulo e o Nordeste do país, região que é a origem de muitos dos trabalhadores do estado mais rico do Brasil.
Nas rodovias federais que cruzam o estado de Minas Gerais, os registros de mortes, feridos e de acidentes só aumentaram nas últimas três Semanas Santas, segundo levantamento feito pela reportagem. O ano de 2022 foi o mais violento dos três pesquisados, com 10 mortes e 118 pessoas feridas em 99 acidentes. Em seguida, os piores registros ocorreram em 2020, quando nove pessoas perderam suas vidas (-11%) e 92 se feriram (-28%) em 77 ocorrências de acidentes (-28,5%).
 
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ÁLCOOL E VELOCIDADE ALTA

 
Os três tipos de acidentes nos quais os policiais conseguiram classificar a dinâmica e que mais mataram em 2022 foram as saídas de pistas e colisões traseiras, que deixaram dois mortos cada e os tombamentos, que resultaram em um óbito. Entre os possíveis motivos dessa violência nas estradas, os agentes da PRF destacaram a ingestão de álcool pelos motoristas como fator associado a duas mortes, a alta velocidade, a reação tardia dos motoristas a obstáculos e riscos e a não manutenção das distâncias preventivas dos veículos à frente como responsáveis, cada uma, por uma morte. Os demais motivos não puderam ser identificados no momento da lavratura das ocorrências.
 
No último ano, quatro rodovias federais mineiras registraram duas mortes durante a Semana Santa. Na BR-262, foram dois desastres no sentido Triângulo, em Juatuba, na Grande BH, no Km 373 e no Km 380. A BR-381 também computou duas mortes na mesma região, mas em Betim, nos Kms 484 e 495, sentido São Paulo. O mesmo quantitativo de pessoas perdeu a vida na BR-040, sendo uma em Ribeirão das Neves, na Grande BH (Km 510) e outra em Conselheiro Lafaiete (Km 641). Mesma marca lamentável da BR-050, com duas vítimas no Km 174, em Uberaba na Região do Triângulo. Uma pessoa morreu em acidente na BR-365 (Km 681, em Monte Alegre de Minas) e outra na BR-267 (Km 178 em Olaria).
De acordo com as polícias rodoviárias federal e estadual de MG, há 118 trechos com algum tipo de bloqueio em Minas Gerais, sendo seis deles fechando completamente as estradas (MGC-259/Km 393, MGC-460/Km 62, MGC-369/Km 48, MGC-460/Km 33, BR-050/Km 22 e BR-459/Km 68). As rodovias federais com mais trechos em condições ruins são a BR-381, entre Governador Valadares e BH (Bom Jesus do Amparo, São Gonçalo do Rio Abaixo, João Monlevade, Antônio Dias, Jaguaraçu, Timóteo, Coronel Fabriciano e Ipatinga), e a BR-262, entre João Monlevade e Vitória (Abre Campo, Matipó, reduto e Martins Soares).

FIQUE LIGADO


Para evitar os principais tipos de acidentes (colisões traseiras, saídas de pista e tombamentos), a Polícia Rodoviária Federal recomenda que o motorista mantenha a distância de segurança do veículo da frente, tenha atenção no trânsito ao seu redor e esteja preparado para reagir. Além disso, a orientação é que o condutor verifique a pressão adequada e desgaste excessivo dos pneus, respeite os limites de velocidade, amarre e distribua equilibradamente a carga, certifique-se de que o seu veículo esteja em boas condições de funcionamento e realize a manutenção regularmente.
 
Em dois trabalhos científicos, especialistas estudaram as causas mais frequentes de acidentes na rodovia BR-262, a campeã de vítimas na Semana Santa em Minas Gerais. Tanto na pesquisa "Análise dos acidentes de trânsito na BR-262 em Minas Gerais", de Paulo Carvalho, publicada na Revista Transportes em Perspectiva, em 2020, quanto na "Análise de acidentes de trânsito em rodovias: estudo de caso na BR-262 em Minas Gerais", de Maurício Araújo, publicada nos Anais do 12º Congresso Nacional de Engenharia Mecânica (2018), o fator falha humana representou o mesmo índice de culpa nos desastres, de 70%. No caso da região próxima a Juatuba, onde morreram as duas vítimas da Semana Santa de 2022, o último estudo sugere “a implantação de passarelas, melhorias na sinalização e ações educativas para conscientização dos motoristas”.
 
Outro estudo rodoviário se baseou especificamente na época do feriado em questão. Em "Análise de acidentes rodoviários na Semana Santa no Brasil" (2016), da Universidade Federal de Santa Catarina, os pesquisadores identificaram que os acidentes foram mais comuns no primeiro e no último dia do recesso, com um pico de ocorrência na quinta-feira e na segunda-feira. As principais causas dos acidentes foram a imprudência dos motoristas, o excesso de velocidade e a falta de atenção.



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