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Estado de Minas DECRETO

BH: Corredor Ecológico quer fechar minas na Serra do Curral

Conforme adiantou o Estado de Minas, o decreto que será publicado nesta terça-feira (7/6), pretende reforçar a proteção contra impactos da mineração


06/06/2022 20:18 - atualizado 06/06/2022 20:18

Vista da Serra do Curral
Vista da Serra do Curral (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Conforme antecipou o Estado de Minasnesta terça-feira (7/6) sairá no Diário Oficial de Belo Horizonte o decreto que institui o Corredor Ecológico Espinhaço, na Serra do Curral. Serão mais de 1,8 mil hectares de território para reforçar a proteção contra impactos, inclusive do controverso Complexo Minerário Serra do Taquaril, da Taquaril Mineração S/A (Tamisa).

No total, o Corredor Ecológico Espinhaço vai incluir: a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Minas Tênis Clube, no Bairro Taquaril, até a Mineração Lagoa Seca, no Bairro Belvedere, passando por três parques municipais, pela Mata da Baleia e pelo Parque Estadual da Baleia. De acordo com a prefeitura, essa região da Serra do Curral já compreende um número expressivo de áreas verdes protegidas que apresentam conexões físicas entre elas num arranjo ideal de corredor, favorecido também pela formação da crista da Serra.
 

Desse modo, o Corredor Ecológico pode embasar políticas públicas de preservação e contribuir para o incentivo da pesquisa científica em temas como biodiversidade, recursos hídricos e restauração florestal. Além disso, representa um avanço significativo no estabelecimento de ferramentas de gestão e monitoramento do território, a fim de garantir o fluxo genético e a movimentação das populações existentes nos ecossistemas compreendidos, promovendo a recolonização de áreas degradadas.
 
Ainda de acordo com o decreto, “a fragmentação dos biomas, causada majoritariamente por ações humanas como incêndios florestais, desmatamento, mineração e urbanização, implica para as espécies grande vulnerabilidade, com perda da diversidade biológica, inclusive levando espécies para ameaça de extinção em médio e longo prazo”.
 
 
Assim sendo, a prefeitura aponta que “conservar áreas contíguas e promover conectividade são consideradas estratégias eficientes para garantir maior autossuficiência do território e permitir o fluxo migratório adequado às populações que demandam para sua sobrevivência áreas com maior extensão do que as unidades de conservação ambientais individuais.”
 
Além disso, o decreto ressalta que, em detrimento da proteção da área e reconexão com as demais unidades de conservação do Quadrilátero Ferrífero, criado no âmbito da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, dependem de projetos eficientes de fechamento de minas no contexto desse território. São elas: Mina de Águas Claras (VALE), da Mina Acaba Mundo (Magnesita) e da mina Corumi (EMPABRA). Nesse sentido, o Corredor Ecológico vai garantir o devido processo de recuperação ambiental.
 

Três Zonas

O decreto que institui o Corredor prevê, ainda, para fins de gestão da área, a sua divisão em três zonas, sendo:

1) Zona de Proteção, composta por áreas de uso restrito, abrangendo as Unidades de Conservação públicas e privadas, de proteção integral e uso sustentável, os Parques Municipais e fragmentos de vegetação nativa bem preservados; 

2) Zona de Manejo e Recuperação, composta por áreas degradadas com potencial de recuperação natural ou induzida a serem incorporadas na paisagem natural, visando promover a conectividade da paisagem e constituindo zonas temporárias, com a finalidade de deter a degradação dos recursos ou de restauração;

3) Zona de Uso Intensivo, composta por áreas de uso antrópico consolidado já presentes no território até a data de publicação do decreto.
 

Estudos e metodologia

O reconhecimento legal do Corredor Ecológico da Serra do Curral decorre de anos de estudos, pesquisas e levantamentos, intensificados a partir de 2015, com a medida compensatória 1 da LI 0065/15, resultado do processo de licenciamento ambiental do Hospital Oncomed, localizado aos pés da Serra do Curral.

Ainda segundo a PBH, "o trabalho incluiu a realização de estudos que subsidiaram a delimitação do território desse Corredor, com vistas a promover a conectividade entre as áreas protegidas e trechos degradados presentes no território, favorecendo a manutenção e proteção da biodiversidade, dos recursos ecossistêmicos local e regional, da paisagem natural e cultural da porção da Serra do Curral em Belo Horizonte". O objetivo principal dos trabalhos foi traçar um plano de implantação de forma a garantir que o Corredor exercesse as funções ecológicas e socioculturais que lhes são atribuídas.
 
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Após os levantamentos, foram realizadas oficinas com o objetivo de traçar um plano eficiente de implantação do Corredor, das quais participaram representantes de equipes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, da Universidade Federal de Minas Gerais, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, do Parque Estadual da Baleia, da Fundação Biodiversitas, do Minas Tênis Country, da GND Construções, da Vale e do Hospital Oncomed, entre outros.

Conforme o decreto, o modelo de gestão e o plano de trabalho do Corredor Ecológico –  incluindo as etapas de implementação – serão definidos por um grupo técnico assessor, cuja composição e atribuições serão fixadas em portaria da Secretaria Municipal de Meio Ambiente a ser editada no prazo de 90 dias, contados da data de publicação do decreto.
 


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