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Estado de Minas AUDIÊNCIA PÚBLICA

Mineração na Serra do Curral: audiência na ALMG aprofundou embate

Parlamentares e movimentos contrários à instalação da Tamisa na serra protestaram contra membros do governo estadual e da empresa durante audiência pública


05/05/2022 19:27 - atualizado 06/05/2022 16:17

Mesa de auditório na Assembleia Legislativa de Minas Gerais durante audiência pública sobre mineração na Serra do Curral
Assembleia foi palco de mais um ato na disputa pela Serra do Curral (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
A audiência pública sobre a instalação de empreendimento minerário na Serra do Curral seguiu durante toda a tarde desta quinta-feira (5/5) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Após a manifestação de ambientalistas durante a manhã, parlamentares e representantes de entidades da sociedade civil seguiram com falas em protesto ao processo que aprovou a entrada da Taquaril Mineração S.A. (Tamisa) no cartão-postal de Belo Horizonte.

Ambientalistas e parlamentares contrários ao empreendimento apresentaram críticas à forma como o licenciamento foi aprovado no Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e consideraram a audiência como uma forma de envolver o Legislativo na causa pela preservação da serra.

“A Assembleia está correndo atrás do prejuízo de não ter se posicionado em momento nenhum e alegaram que não queriam intervir no executivo antes. A gente quer que o Executivo fique envergonhado do papel que ele vem fazendo, tanto concedendo a licença, quanto com a própria opinião do nosso governador sobre a condição técnica ou não das pessoas para opinar”, disse a ambientalista Jeanine Oliveira.

O movimento contrário à mineração na Serra do Curral argumenta, essencialmente, que o empreendimento comprometerá uma adutora do sistema Bela Fama, responsável pelo abastecimento da Grande BH, causará tremores de terra, poeira e poluição sonora para a população das cidades próximas, especialmente Belo Horizonte, Nova Lima e Sabará.

A secretária de Estado de Meio Ambiente, Marília Carvalho de Melo, também presente na audiência, seguiu garantindo que as normas técnicas foram observadas na votação do Copam e que não há irregularidades no processo.

A posição do governo do estado e de entidades favoráveis à instalação da Tamisa na serra também foram alvo de críticas ao longo das falas da audiência. O professor, médico e ambientalista Apolo Heringer Lisboa afirmou que a argumentação de tecnicidade é usada para esconder interesses políticos relacionados à mineração no local.

"O termo 'técnico' é usado pra dizer que não é político, mas é político sim. (...) a crucificação de Jesus seguiu o rito legal romano e judaico, um ato jurídico perfeito, porém ilegítimo, imoral e julgado pela história. Eu conheço muita gente, inclusive meu irmão e amigos meus, que morreram torturados dentro da lei da ditadura militar", protestou Heringer.

Nas considerações finais, parlamentares de oposição ao governo do Estado se manifestaram a favor da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na ALMG para investigar possíveis irregularidades no processo de licenciamento da Tamisa.

O coro pela CPI foi inflamado após, durante a audiência, o deputado federal Rogério Corrêa (PT) ter apresentado um contrato de assessoria jurídica da Tamisa com um escritório de advocacia no valor de R$ 5 milhões. O parlamentar disse considerar o valor superior ao praticado no mercado e enviará o material ao Ministério Público do Estado (MPMG) para investigação.

De acordo com o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e da audiência, Deputado Noraldino Júnior (PSC), todos os depoimentos, perguntas e materiais levantados durante esta quinta-feira na ALMG serão reunidos e entregues ao MPMG para acionamento das devidas decisões judiciais.
 


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