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Estado de Minas CARNAVAL NA PANDEMIA

Em mais um carnaval na pandemia, Então, Brilha! avisa: 'O bloco está vivo'

'Só de estar aqui, meu coração já acelera', diz o presidente do bloco ao chegar à 'concentração' da agremiação, repleta de histórias e à espera da volta em 2023


26/02/2022 04:00 - atualizado 26/02/2022 08:45

Último desfile do Então, Brilha!, em 2020: bloco aposta na superação da pandemia e fortalecimento da cultura para retorno nos próximos carnavais
Último desfile do Então, Brilha!, em 2020: bloco aposta na superação da pandemia e fortalecimento da cultura para retorno nos próximos carnavais (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
A esquina das ruas Guaicurus e Curitiba, bem no centrão de Belo Horizonte, guarda histórias eletrizantes, ainda mais para os integrantes do Então, Brilha!, o bloco que arrasta multidões no amanhecer do sábado de carnaval – em tempos, claro, de normalidade. No início do desfile pela cidade, há pouco mais de uma década, era ali a concentração da turma amarelo e rosa, e é nesse ponto simbólico que a equipe do Estado de Minas encontra Geison de Almeida Bezerra da Silva, o Jasão, presidente da Associação Cultural Então, Brilha!

Jasão está com a camisa do bloco, e se emociona algumas vezes durante a conversa ao falar sobre a empolgante trajetória. “O bloco está vivo!”, dá o aviso geral. Os olhos brilham, a voz se altera e o coração entra no compasso da história. O último desfile ocorreu em 22 de fevereiro de 2020, com o “grand finale” na Praça da Estação, sob sol escaldante e horas de empolgação ao longo da Avenida dos Andradas.

Jasão não se esquece de nenhum detalhe, principalmente das palavras ditas aos foliões, no discurso de abertura, sobre diversidade, liberdade, respeito às mulheres, travestis, trans e profissionais que atuam nos hotéis da zona boêmia de BH. Pessoas LGBTQIA+, negros, trabalhadores. Em resumo, “fora o preconceito”.

“Sou tímido. Faço o discurso, depois vou para os bastidores. Faço parte de uma tripulação engajada, onde cada um procura dar o melhor de si. Sou apenas parte de um bloco que tem artistas importantes”, diz Jasão. Associando o nome à história e à “nave louca do carnaval”, impossível não lembrar a mitologia grega, de Jasão e dos argonautas, apenas com a diferença de a avenida, no reinado de Momo, se transformar num mar de fantasias, ritmos, alegorias, desejos, folia e sabe-se lá mais o quê.

POEMA DE INSPIRAÇÃO 


A véspera do desfile, sexta-feira, seria de coração acelerado, sem dormir, cuidando de mil detalhes. “Acredita que só de estar aqui, neste local, meu coração já acelera?”, conta Jasão, que, caminhando alguns passos na Rua Guaicurus, mostra, na parede de uma casa antiga, o painel-homenagem que integrantes do bloco deixaram no ano passado com a frase “Gente é pra brilhar”.

Jasão, de máscara, mostra parede com os dizeres 'Gente é para brilhar'
Jasão não se esquece de nenhum detalhe do último desfile, principalmente do discurso de abertura, sobre diversidade e liberdade (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
A citação da frase é a deixa para Jasão, professor de literatura, explicar o nome de inspiração do bloco, ideia de Rafael Gonçalves, de Raposos, na Grande BH. “Vem de um poema de Vladimir Maiakovski (1893-1930, poeta russo), no qual estão os versos ‘Brilhar para sempre, brilhar como um farol, brilhar com brilho eterno. Gente é pra brilhar/ que tudo o mais vá para o inferno. Este é o meu slogan e o do sol.’”

Olhando a rua na manhã ensolarada de ontem, com o movimento costumeiro da Região Centro-Sul de BH, o belo-horizontino diz que não sente um vazio no peito ao pensar que não haverá desfile. O sentimento maior tem “viés político”, em razão do negacionismo do governo federal, do atraso na vacinação dos brasileiros e de outras atitudes que tornaram ainda mais difícil, segundo ele, o período de isolamento no país, sem criar oportunidades e alternativas. Outra bronca está no setor cultural, que passa por um “desmonte”. Para o retorno triunfal, em 2023, será necessário enfrentar o vírus mortal e fortalecer a cultura, “que está viva nas ruas”.

BONITO E LÍRICO 


Sempre reiterando que o sucesso do bloco nasce do esforço coletivo, nunca individual, Jasão faz questão de citar o grupo de produtores e músicos, no qual se incluem Irene Bertachini, Leandro César, Gustavito Amaral, Ismar Reis, Glauco Gonçalves, Cristiano de Souza, Lívia Gomides, Rubens Aredes e Michelle Andreazzi.

São muitas as providências nos dias que antecedem o desfile, e muita emoção na hora de colocar o bloco na rua: passagem de som, organização da bateria com 180 integrantes, grupo de dança, cordeiros (que ficam na corda de segurança), mobilização da turma e adrenalina o tempo todo. “É um momento bonito e lírico, e sempre procuramos manter um diálogo com as pessoas desta região”, diz Jasão, que promete, para ele mesmo, uma surpresa neste sábado. Mas como se trata de algo pessoal e intransferível, convém não perguntar, e só desejar: “Então, brilha!”.

Confira o que abre e o que fecha em BH

Com o aumento de casos de COVID-19, a capital mineira suspendeu o carnaval de rua por mais um ano. Com isso, em Belo Horizonte não haverá ponto facultativo. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), os serviços da administração municipal, incluindo coleta de lixo e a vacinação, funcionarão normalmente em 28 de fevereiro, segunda-feira, e 1º de março, terça. Além disso, durante o período do carnaval, os proprietários de estabelecimentos comerciais poderão abrir as portas, desde que não convoquem funcionários para trabalhar, de acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH).

Entre hoje e terça-feira, o metrô vai funcionar com intervalos de 15 minutos até as 19h, e 20 minutos nos demais horários. Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), a alteração dos intervalos foi determinada "devido ao fechamento das lojas dos shoppings e dos bancos, além de parte dos demais comércios da capital". A partir de quarta-feira, o horário seguirá normalmente como programado para dias úteis, com intervalo de 7 a 10 minutos nos períodos de pico, e 15 minutos nos demais. Serviços como bancos, Correios e INSS também terão horários diferenciados. Confira como fica no quadro. (Vinícius Prates*)

*Estagiário sob supervisão de Álvaro Duarte

COMO FICA A CAPITAL

Comércio

Hoje – Funcionamento normal

Amanhã – Não haverá expediente (compensação antecipada do feriado de  21 de abril)

Segunda-feira – Não haverá expediente (Dia do Comerciário)

Terça-feira – Não haverá expediente

 Quarta-feira – Expediente após as 12h

Bancos

Agências não terão expediente na segunda nem na terça-feira e abrem às 12h na quarta-feira de cinzas. Nas localidades em que as agências fecham normalmente antes das 15h, o início do atendimento ao público será antecipado, de modo a garantir o mínimo de três horas de funcionamento.

Correios

 As agências  não funcionarão nem na segunda nem na terça-feira. Na quarta, as agências funcionarão a partir das 12h.

INSS

As agências do INSS de todo o Brasil estarão fechadas na segunda e na terça. O atendimento será retomado na quarta-feira, a partir das 14h, para quem tiver feito agendamento.

Cidadão com atendimento agendado na quarta de manhã deve ligar para o tefone 135 para consultar novo horário.

Central de atendimento 135 funcionará em horário normal, de segunda-feira a sábado, das 7h às 22h, horário de Brasília.

Hemominas

Funciona normalmente.

Mercado Central

Funcionará normalmente, nos seguintes horários:

Hoje – das 8h às 18h

Amanhã  – das 8h às 13h

Segunda-feira – das 8h às 13h

Terça-feira – das 8h às 13h

Quarta-feira –  das 8h às 18h

Cemig

Os postos e agências de atendimento da Cemig seguirão o calendário bancário, fechando na segunda-feira, na terça-feira e na quarta-feira até 12h, reabrindo no 2º expediente da quarta-feira de cinzas, de acordo com o horário de cada agência para o 2º expediente.
 


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