
O festival, que começaria na última sexta-feira (12/11), foi embargado pelos bombeiros pela ausência do Projeto de Evento Temporário (PET), que passou a ser exigido depois que a prefeitura de Sabará instalou estruturas extras contra a chuva. Com o documento aprovado, o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) foi emitido e o evento passou a ser autorizado, gerando alívio para comerciantes e entretenimento para os visitantes.
Durante todo o sábado, alguns comerciantes foram até a porta do Centro Administrativo Prefeito Hélio Geraldo de Aquino, onde acontece o festival, para tentar vender jabuticabas, visando minimizar os prejuízos. Uma dessas pessoas foi Joel, que levou 30 caixas da fruta para a rua e conseguiu negociar apenas oito, voltando com 22 unidades para casa.
Este domingo seria mais um dia de vendas na rua para Joel. Ele saiu de casa às 4h para encontrar um bom local para vender jabuticabas, mas, ao chegar na porta do centro administrativo, uma surpresa: o evento estava autorizado a acontecer. O sentimento de tristeza, então, deu lugar ao otimismo. Quando conversou com a reportagem, por volta das 11h, o comerciante havia vendido 10 caixas, do total de 40. Aos poucos o público chegava no evento.

Apreensão e solidariedade
Virgínia Santos Ferreira estava com o seu stand pronto para receber o público na sexta-feira, quando recebeu a notícia de que o evento havia sido embargado pelos bombeiros. A partir desse momento, o clima foi de apreensão não só para ela, mas para outras produtoras. Virgínia faz parte da Associação de Produtores de Derivados da Jabuticaba de Sabará (Asprodejas). Segundo ela, o primeiro pensamento que veio na cabeça dela e das colegas foi em relação ao capital investido.
"É muito investimento para poder fazer acontecer e muitas pessoas investem para pagar depois. Então a apreensão de muitas era sobre como fazer para pagar depois. Tem muito fornecedor que oferece para pagar depois. A maior renda anual nossa é o Festival da Jabuticaba. Programamos o ano inteiro para esse festival. Assim que recebemos a notícia (da liberação), foi um alívio", celebrou.

"A expectativa de vendas para essa semana é recuperar os dois dias perdidos. Na sexta tinha muita gente do lado de fora".
15 anos de festival
Artur Henrique Santos, de 28 anos, já dedicou 15 deles ao Festival da Jabuticaba. No momento em que conversava com a reportagem, ele observava a chegada dos clientes nesta manhã, após passar todo o sábado aguardando a liberação dos bombeiros. Em uma hora de vendas, já havia negociado três caixas e a meta é vender 12.

Alegria
O secretário municipal de Cultura e Turismo de Sabará, André Alves, destacou o sentimento de alegria após a cidade conseguir a autorização para realizar o festival. Com expectativa de casa cheia, já que o evento pretende receber 2 mil pessoas, André destacou que os comerciantes se mobilizaram em prol da festa, que possui movimentação financeira semelhante ao do carnaval.
"Há, realmente, essa expectativa do comércio estar participando efetivamente do evento. É a grande festa do município, semelhante em movimentação financeira ao carnaval, então a gente tem visto realmente que o comércio tem se mobilizado e, se Deus quiser, será uma grande festa", concluiu.
