(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas Acidente aéreo

Avião de cantora podia estar numa altitude abaixo do ideal para pousar

Piloto analisa o que pode ter contribuído para a queda do avião, que transportava Marília Mendonça


08/11/2021 13:20 - atualizado 08/11/2021 13:54

Avião que levava Marília Mendonça e caiu em Caratinga
Há indícios de que avião que transportava Marília Mendonça estava numa altitude muito abaixo da desejada para o local (foto: CBMMG/Divulgação)

Pode ter havido um erro de cálculo do experiente piloto que comandava a aeronave que se acidentou em Caratinga, na última sexta-feira (5/11), provocando a morte da cantora e compositora Marília Mendonça, seu produtor, seu tio e assessor, piloto e copiloto. A informação é do piloto mineiro Caio Libório, de 45 anos, bastante experiente, com mais de 20 anos de pilotagem. Caio, que conhece bem o aeroporto de Caratinga, diz que existem peculiaridades naquela pista de pouso e que provavelmente o avião estaria abaixo da altitude desejada.


“Cada aeroporto tem uma peculiaridade. Até mesmo na Pampulha, por exemplo, a lagoa muda a sensação de profundidade para chegar a pista”, comenta Caio, que explica que, para pousar em Caratinga, existem dois tipos de aproximação, uma curta e uma longa, que foi a escolhida pelo piloto do referido avião.


Segundo ele, o aeroporto tem uma característica diferente de outros aeroportos por estar entre duas montanhas. “A sensação de profundidade por ter feito com que o avião estivesse numa atitude abaixo da recomendada. Mesmo com o altímetro, a sensação de profundidade para chegar à pista pode mudar aos olhos do piloto.”


Ele conta que existe uma semelhança entre dois aeroportos mineiros, o de Caratinga e o de Ubá. “Os dois  têm uma cabeceira que é mais recomendada que a outra, pois tem menos obstáculos. Angra dos Reis, por exemplo, você só acessa a pista do mar, tanto para pouso quanto para decolagem. De oura forma, o risco de acidente é muito grande.”

 

Leia também: Destroços de avião que levava Marília Mendonça vão para aeroporto do Galeão. 


Caio diz que o aeroporto de Maraú tem uma característica diferente, pois tanto o pouso quanto a decolagem têm de ser feitos da terra para o mar. “Lá, existe um hotel na ponta do aeroporto e tem ainda a fiação. A sensação de quem tenta pousar no sentido contrário é que há um encurtamento da pista.”


O piloto conta que informações sobre cada aeroporto estão disponíveis na internet, com acesso somente para pilotos e que é comum, quando um piloto vai pousar num aeroporto que ainda não conheça, se abastecer com essas informações.


Falta de sinalização


Caio diz que existe, sim, uma grande possibilidade de que o piloto estivesse baixo demais e que por isso teria atingido a fiação, mas acrescenta que faltava sinalização.


“Independentenente de a fiação não  estar tão próxima, ela teria de ter a sinalização, que são os balões de borracha. Com certeza, o piloto teria visto essa sinalização. Do jeito que está, é praticamente impossível ver um fio e arremeter”, afirma.


De qualquer forma, o piloto explica que todas as informações virão das investigações do Cenipa, que deve conter todos os detalhes.



 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)