![Homem trans procurou a PM e registrou duas ocorrências no Bairro Ipiranga, na zona sul da cidade(foto: Reprodução/Google Street View) Bairro Ipiranga, em Juiz de Fora](https://i.em.com.br/Gro7lpLhI1aW2u2xKeWEwlZARSI=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2021/10/14/1313869/bairro-ipiranga-em-juiz-de-fora_0.jpg)
No registro oficial da PM, o denunciante foi qualificado com o nome feminino, apesar de adotar um nome social compatível ao gênero com o qual se identifica. O suspeito não foi localizado.
“Esta é a segunda vez que ela (sic) sofre violência por parte deste autor e afirma que acredita tratar-se de um caso de homofobia, já que o autor mencionou o fato de ela (sic) se vestir como homem”, relata trecho da ocorrência, acrescentando que as agressões foram testemunhadas por uma mulher de 26 anos – também qualificada no registro policial.
A vítima, ainda segundo a PM, também apresentou uma lesão na testa, mas afirmou que não havia necessidade de procurar atendimento médico. O autor, conforme depoimento do denunciante, quebrou a tela do telefone celular da vítima, pisando sobre o aparelho.
Primeira agressão
O homem trans foi agredido pela primeira vez no dia 24 de setembro, quando, ao abrir o portão de casa para se deslocar ao trabalho, acabou esbarrando no autor, que passava pela calçada. Na oportunidade, a vítima registrou a primeira ocorrência na mesma unidade policial.
Conforme a ocorrência, o suspeito ficou irritado com o esbarrão e, embora a vítima tenha pedido desculpas, ele a agrediu com dois socos no olho esquerdo, aplicou um golpe do tipo “mata-leão” (estrangulamento) e a derrubou no chão com uma rasteira.
Ainda segundo o registro policial, após as agressões, o autor disse a um colega com quem estava caminhando que “sapatão tem que apanhar igual a um homem, já que gosta de se vestir como tal”.
O caso foi encaminhado para a 1ª Delegacia de Polícia Civil, informou a assessoria da instituição em contato com a reportagem nesta quinta-feira (14/10).
Suspeito não localizado
Na segunda vez que o homem trans foi supostamente agredido, a PM orientou que a vítima procurasse a delegacia da Polícia Civil para que “fossem tomadas as medidas legais cabíveis”.
Os boletins de ocorrência deste e do primeiro caso não mencionam se houve empenho da Polícia Militar em localizar o suposto agressor – cujo nome e apelido foram informados pelo denunciante.
A reportagem perguntou à Polícia Militar o motivo do nome social da vítima não ter sido usado no registro das ocorrências, mas, até esta publicação, não havia recebido resposta. Tão logo a corporação se manifeste, este material será atualizado.