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Homem-Aranha que veio do Ceará chama a atenção nas ruas de Valadares

Fugindo da fome, João Wellington migrou de Juazeiro do Norte para Governador Valadares depois de perder o emprego e mora na Praça do Imigrante com o filho


28/07/2021 18:52 - atualizado 28/07/2021 19:00

O Homem-Aranha que veio do Ceará e sua luta pela sobrevivência nos semáforos de Governador Valadares(foto: Leonardo Morais)
O Homem-Aranha que veio do Ceará e sua luta pela sobrevivência nos semáforos de Governador Valadares (foto: Leonardo Morais)
O Homem-Aranha, super-herói da Marvel Comics, está nas ruas de Governador Valadares vendendo balas para comprar comida. O personagem famoso das histórias em quadrinhos e do cinema chama a atenção de quem para nos semáforos da área central, sem saber que por trás daquela roupa vermelha e azul também está um super-homem, que tem nome e sobrenome.
 
João Wellington Matos Vieira, de 45 anos, veio do Ceará, da cidade de Juazeiro do Norte, e mora há alguns dias, com o filho de 15 anos, na Praça do Imigrante.

Nesta praça há um monumento que homenageia o imigrante valadarense que está nos Estados Unidos, e que foi para a América trabalhar em busca de uma vida melhor.
Wellington, o Homem-Aranha, segue a mesma saga do imigrante valadarense. Saiu de Juazeiro do Norte em busca de uma vida melhor. “Eu vim pra cá pra não morrer de fome. Estou aqui com meu filho e uma cachorrinha”, disse.
 
Em Juazeiro do Norte, até antes da pandemia do novo coronavírus, Wellington trabalhava em uma escola particular como auxiliar de serviços gerais. As restrições adotadas para combater a pandemia fecharam a escola e Wellington foi demitido.
 
O jeito foi migrar para o Sudeste. Nos semáforos de Governador Valadares, ele vende as balas por 10 centavos cada uma. E apura o suficiente para se alimentar e dar comida ao filho.
 
O fotógrafo Leonardo Morais, que flagrou Wellington e postou a foto em sua conta no Instagram, disse que sempre vê artistas nos semáforos de Governador Valadares fazendo números circenses. E sempre tem vontade de produzir uma boa foto.
 
“Mas esse Homem-Aranha me comoveu. Eu sei que ele e os artistas que estão nas ruas, muitos por causa da pandemia, são os verdadeiros super-heróis e lutam pela sobrevivência, não apenas deles, mas também de suas famílias”, disse.
 
Wellington, durante o dia, fica com o filho nos semáforos vendendo balas e exibindo um apelo dramático em um cartaz: “Me ajude a comprar comida”. À noite, os dois estão na praça, sempre com a cachorrinha Fifi, amizade conquistada em Valadares.
 
Mesmo estando lá como cidadãos comuns, sem a fantasia de super-herói, ele disse que quem quiser ajudá-los pode ir à praça à noite e procurar pelo Homem-Aranha. Comida é sempre bem-vinda. “E que Deus abençoe a todos aqueles que estão nos acolhendo”, disse, agradecido.


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