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Estado de Minas LEVANTAMENTO EXCLUSIVO

Hospitais estão entre o alerta e a saturação em 13 grandes cidades de Minas

Levantamento feito pelo EM em BH e municípios populosos do interior mostra que ocupação de UTIs passa de 50% na maioria e alcança 100% em dois deles


24/02/2021 04:00 - atualizado 24/02/2021 06:39

Cidade-polo do Norte de Minas, Montes Claros vê a ocupação de UTIs chegar ao nível inédito de 80% (foto: Santa Casa de Montes Claros/divulgação )
Cidade-polo do Norte de Minas, Montes Claros vê a ocupação de UTIs chegar ao nível inédito de 80% (foto: Santa Casa de Montes Claros/divulgação )
A crise no atendimento hospitalar com o agravamento da disseminação da COVID-19 após a mutação do novo coronavírus, que afeta diversas capitais e grandes cidades país afora, se alastra e eleva as taxas de ocupação dos leitos de unidades de terapia intensiva e de enfermaria dedicados ao tratamento de pacientes contaminados pela doença respiratória. Em Minas Gerais, levantamento feito ontem pela reportagem do Estado de Minas mostra o drama da lotação de equipamentos hospitalares em municípios populosos e importantes para a economia estadual em quase todas as regiões.

Entre 12 cidades médias do estado, além de Belo Horizonte, 11 municípios enfrentam taxas de ocupação de leitos hospitalares de unidades de tratamento intensivo (UTIs) e/ou enfermarias superiores a 50%, portanto, na faixa de alerta do acompanhamento da COVID-19. As informações coletadas pelo EM junto às secretarias municipais de Saúde e às prefeituras indicam percentuais de uso de leitos de UTI e enfermaria destinados a pacientes contaminados pelo coronavírus variando de 43% na UTI da rede pública de Muriaé, na Zona da Mata, a 100% nos casos das UTIs do Sistema Único de Saúde (SUS) de Araguari, no Triângulo Mineiro; e da rede privada de Patos de Minas, no Alto Paranaíba.
 
Em Uberlândia, município classificado como segunda maior economia de Minas, onde foram adotados toque de recolher e lei seca para conter o avanço da COVID-19, a taxa de ocupação de UTIs das redes pública e particular alcança 99%. A vizinha Uberaba atingiu o maior nível de uso de leitos de UTI na rede particular, de 97%, destinados a pacientes em tratamento contra a doença em hospitais particulares desde o início da pandemia.

Em Montes Claros, no Norte do estado, 80% dos leitos de UTIs dedicados a pacientes graves com a doença estão ocupados. A prefeitura decretou toque de recolher por 10 dias a partir de amanhã, das 22h às 5h.
Em Belo Horizonte, metade dos equipamentos de enfermarias dedicadas a pacientes com COVID-19 estão em uso, voltando à fase de alerta. A capital dispõe de 1.461 unidades clínicas. Portanto, 730 estão ocupadas. As UTIs têm nível de ocupação de 64,2%.

Uberaba

A situação em Uberaba, com 97% de ocupação de leitos de UTI/COVID da rede particular, só não é pior porque a taxa de uso dos leitos de UTI/COVID da rede pública está em 58% para UTI e 67% para enfermaria. O Hospital Regional José Alencar (HRJA) aguarda a habilitação de 20 novos leitos de UTI, que foram doados pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura municipal, para que os novos leitos estejam em pleno funcionamento, são necessários profissionais intensivistas. Um novo decreto municipal proibiu a abertura de comércios de rua, shoppings, restaurantes, bares, entre outros estabelecimentos comerciais, nos fins de semana.

Juiz de Fora

De acordo com o boletim epidemiológico de ontem da Prefeitura de Juiz de Fora, a taxa de ocupação de UTI do Sistema Único de Saúde (SUS) é de 74,76% e a de UTI da rede privada é de 52,03%. A ocupação de UTI geral alcança 66,37%. O total de leitos ocupados na UTI/Covid é de 107 e as enfermarias têm 167 leitos/COVID ocupados. A cidade registra 274 pessoas hospitalizadas por Covid-19. Atualmente, a cidade está na chamada ‘faixa laranja’ do programa municipal Juiz de Fora pela Vida, que estabelece protocolos sanitários de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. O comércio está aberto e o consumo de bebidas alcoólicas está liberado em bares e restaurantes. Porém, eventos e aulas presenciais na rede de educação estão proibidos.

Montes Claros

O aumento do número de casos de COVID-19 e da ocupação de leitos de UTI levou a Prefeitura de Montes Claros adotar toque de recolher por 10 dias, a partir de amanhã, entre 22h e 5h. Supermercados e lojas de conveniência, bares, restaurantes e similares ficarão proibidos de funcionar das 21h30 às 6h. Após reunião do Comitê de Enfrentamento da COVID-19 do município, a secretária de Saúde, Dulce Pimenta, disse que chegou a 80% a ocupação de leitos de UTI para pacientes graves da doença respiratória em hospitais da cidade. “Nem no pico da primeira onda da pandemia a ocupação de leitos de UTI na cidade chegou nesse percentual”, destacou.

Uberlândia, Araguari, Ituiutaba, Patos de Minas e Araxá

Boa parte das principais cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba enfrentam a ocupação de leitos de UTI acima de 90%, realidade vivida tanto pela rede pública quanto pela rede privada de saúde locais e que reflete crescente demanda de pacientes com COVID-19. Cidade mais populosa, Uberlândia tem 99% dos leitos de ambas as redes de saúde em uso. Entre as medidas para conter esse avanço, a cidade adotou toque de recolher entre as 20h e as 5h e está proibida a venda de bebidas alcoólicas até segunda ordem. Araguari, a pouco mais de 30 quilômetros, tem todos os 20 leitos de UTI da Santa Casa de Misericórdia em uso, segundo boletim do município. Recentemente, a cidade transferiu pacientes para cidades vizinhas e também restringiu a venda de bebidas até as 18h, entre segunda e sexta-feira. Em Patos de Minas, a rede pública vive uma situação ligeiramente melhor que os hospitais privados. O município do Alto Paranaíba tem 93% dos leitos de UTI ocupados. Em Araxá, a ocupação de leitos de UTI da rede pública está em 62%.

Belo Horizonte

Em BH, ocupação dos leitos de enfermaria retornou à fase de alerta, ao atingir 50%. Das UTIs/COVID-19, 64,2% estão em uso (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Em BH, ocupação dos leitos de enfermaria retornou à fase de alerta, ao atingir 50%. Das UTIs/COVID-19, 64,2% estão em uso (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
A taxa de ocupação das enfermarias para pacientes com COVID-19 voltou à fase de alerta em Belo Horizonte ontem. De acordo com boletim epidemiológico e assistencial da prefeitura, exatamente metade dos leitos estão em uso. A faixa de alerta é determinada justamente a partir dos 50%. Atualmente, BH conta com 1.461 unidades clínicas. Em comparação ao levantamento de segunda-feira, houve aumento de 1,3 ponto percentual da ocupação. Outra estatística importante para análise sobre a pandemia é a ocupação das UTI. Conforme esse último balanço, o índice é de 64,2%. Esse parâmetro está na fase de alerta desde o boletim do último dia 11. Já na comparação com o balanço anterior, houve diminuição no parâmetro: de 65,5% para 64,2%.

Contagem

O município da Grande BH registrava até segunda-feira 19.501 casos confirmados de COVID-19, 710 óbitos em decorrência de complicações do coronavírus, outros cinco em investigação e mais de 118 mil casos notificados.
A taxa de ocupação de leitos de UTI para pacientes com COVID-19, que passou dos 80% na semana passada, estava em 77%. Já os leitos de enfermaria para pacientes com coronavírus estão com 64% de ocupação.
 

Sete Lagoas

O município-polo da Região Central de Minas registrou até segunda-feira 10.325 diagnósticos e 170 óbitos em decorrência da doença. Segundo o boletim epidemiológico municipal, mais de 22 mil pessoas foram testadas com resultado negativo. Ao todo, 64 pacientes estão hospitalizados na cidade por causas respiratórias, sendo 28 em enfermaria e 36 em UTI. A taxa de ocupação de leitos de UTI destinados exclusivamente a pacientes com COVID-19, incluindo leitos do SUS e da saúde suplementar, encontra-se em 65,45%.

Muriaé

Após passar várias semanas com altos índices de ocupação dos leitos de UTI disponíveis para tratamento da COVID-19, Muriaé, na Zona da Mata mineira, apresenta números mais brandos de internações. Ontem, o censo hospitalar apurou que, no momento, 32 pessoas estão internadas com suspeita ou confirmação de COVID-19. O número atual representa redução de 25% em relação ao total que havia na sexta-feira passada. A ocupação no SUS dos leitos de UTI caiu de 81% para 43%.

Divinópolis

A taxa de ocupação de leitos, considerando UTI e enfermaria, está em 46,8%. O número considera apenas aqueles com suspeita ou confirmação da COVID-19. A cidade recebe pacientes de outros 52 municípios da macrorregião Oeste. Na última semana, também foi porta de entrada para a macrorregião Triângulo Norte. Pelo menos 13 pacientes de Coromandel e Monte Carmelo, no Alto Paranaíba, foram transferidos para o Hospital de Campanha e Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD). O boletim mais recente da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) aponta 104 pacientes internados. Desse total, 46 estão em UTIs e outros 58 em  leitos clínicos. 


Alerta vermelho

Ocupação de leitos destinados ao tratamento de pacientes com COVID-19 

l ARAGUARI 
» Rede pública UTI 100% 

l UBERLÂNDIA 
» Redes pública e privada UTI 99% 

l ITUIUTABA 
» Rede pública UTI 82% 
» Rede privada UTI 75% 

l PATOS DE MINAS 
» Rede pública UTI 93% 
» Rede privada UTI 100%  

l UBERABA 
» Rede pública UTI 58% 
» Enfermaria 67% 
» Rede privada UTI 97% 
» Enfermaria 48%  

l MONTES CLAROS 
» Redes pública e privada  UTI 80% 

l JUIZ DE FORA 
» Rede pública UTI 74,76% 
» Rede privada UTI 52,03% 

l CONTAGEM 
» Redes pública e privada UTI 77% 
» Enfermaria 64% 

l SETE LAGOAS 
» Redes pública e privada UTI 65,45% 
» Enfermaria 60,52% 

l ARAXÁ 
» Rede pública UTI 62% 
» Enfermaria 54% 

l BELO HORIZONTE 
» Redes pública e privada UTI 64,2%  
» Enfermaria 50% 

l DIVINÓPOLIS 
» Redes pública e privada UTI e enfermaria 46,8% 

l MURIAÉ 
» Rede pública UTI 43% 


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