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Estado de Minas COVID-19

Santa Casa de Montes Claros recorre à arte para humanizar ambiente hospitalar

Instituição recebeu obras de artista reconhecido nos EUA e na Europa e uma delas fica na área de oncologia do hospital


12/11/2020 16:40 - atualizado 12/11/2020 17:45

Artista plástico Célio Olímpio e o superintendente da Santa Casa de Montes Claros, Maurício Sérgio Sousa e Silva e a obra Odisseia Irmã Malvina
Artista plástico Célio Olímpio e o superintendente da Santa Casa de Montes Claros, Maurício Sérgio Sousa e Silva e a obra Odisseia Irmã Malvina (foto: Hudson Brazil/divulgação)
 

 

Com a pandemia do coronavírus, muitas pessoas passaram a ter um certo temor de entrar em um hospital, com receio de ser contaminado pela COVID-19. A Santa Casa de Montes Claros recorreu à arte como maneira de tornar o ambiente hospitalar mais leve e humanizado.

 

Dois espaços do hospital foram decorados com obras do artista plástico Célio Olímpio. Norte-mineiro de Januária, Olímpio já teve seu trabalho reconhecido com peças expostas e comercializadas nos Estados Unidos (onde morou por sete anos). em países da Europa, como Portugal, França, Suécia, Itália e Espanha. Ele conta que também viveu seis anos no continente europeu (Portugal e Espanha).

 
O artista trabalha com uma técnica denominada “metalglass”, que usa minerais para colorir o vidro, a base de calor. Recorre a metais caros, como o ouro e a prata.

“Como os pigmentos de ouro e prata são muito fortes, ao entrarem em contato com o fogo, criam formas e figuras que remetem ao cosmos. O fogo é o grande responsável por dar forma à minha pintura e por produzir a magia no contato com os minerais, dando origem a imagens fantásticas e cores inimagináveis”, descreve Célio Olímpio.
 
Na recepção da unidade de oncologia da Santa Casa de Montes Claros, que recebe pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) foi instalada a obra “Odisseia Irmã Malvina”, de autoria de Célio Olímpio e doada por ele.
 
“Com a obra de arte, o local passou a ter mais leveza, deixando o ambiente mais agradável e humanizado. Além de ser um destaque na recepção, (a peça artística) colabora para o bem-estar dos colaboradores, equipe multiprofissional e, principalmente, para os pacientes, pois possibilita uma introspecção na qual é permitido alcançar um momento único de contemplação para todos que ali passam”, afirma o superintendente da Santa Casa de Montes Claros, Maurício Sérgio Sousa e Silva.

“Diante da situação de pandemia, mesmo com as dificuldades que vieram junto com ela, o hospital continua com seu propósito de humanização dos ambientes”, assegura Sousa e Silva. Até agora, deste o inicio da pandemia – até esta quinta-feira (12), a Santa Casa, maior hospital do Norte de Minas, já atendeu 3.844 pessoas com suspeitas e diagnósticos confirmados da Covid-19. O hospital tem 20 leitos de CTI (Centro de Tratamento Intensivo) destinados a pacientes graves da doença respiratória.
 
Foi instalada outra peça de Célio Olímpio, chamada “Nebulosa Irmã Beata”, no Pavilhão Dom José, uma das alas da Santa Casa de Montes Claros. “Assim como na Oncologia/SUS, o espaço tornou-se um ambiente mais acolhedor e humanizado”, avalia o superintendente Maurício Sousa e Silva.
 
O artista plástico ressalta a importância de seus trabalhos expostos no hospital de Montes Claros. “A Odisseia Irmã Malvina é, talvez, minha obra de maior expressão." Ele destaca que seu objetivo foi proporcionar aos pacientes com câncer “alguns segundos de desprendimento”.

“Que eles, ao entrarem no espaço hospitalar, possam dar de cara com uma coisa nova, que desvie a tensão e a angústia, o medo e o pânico. E acredito que ao mirarem o 'Painel Esperança de vida', da Odisseia Irmã Malvina, por alguns instantes, toda essa angústia passando, eles comecem a viajar pelas diversas formas e figuras que suas imaginações criam. Por segundos os problemas são esquecidos, as dores são aliviadas”, descreve Olímpio.
 
"Para mim, que perdi um ente querido com um câncer, não tem nada mais gratificante do que proporcionar segundos de alívio a essas pessoas”, declara o artista. “Continuo acreditando no poder de energização do metalglass. Ele tem a magia de propiciar paz às pessoas por meio de centenas de pigmentos diferentes que surgem de cada fragmento. O fogo, o ouro e a prata te oferece este prazer e eu sou muito grato a Deus, por poder oferecer estes momentos de descontração a quem procura alivio para as dores do corpo e da alma”, comenta Célio Olímpio.

Trabalhos em lugares frequentados por famosos

Célio Olímpio relata que expôs em lugares de Nova York frequentados por nomes famosos. Um deles foi o Restaurante Long Island, que era frequentado por artistas de Hollywood. “Lá,  a atriz Whoopi Goldberg teve um contato com um trabalho meu e me encomendou um lavabo, o que me deu notoriedade”, informa.

Ele conta que também fez um trabalho no Boulevard Dreams em Manhhatan, local frequentado por Frank Sinatra, James Dean e Marilyn Monroe nos anos 60. “Depois voltei para a Europa e em Portugal tive a grata satisfação de conhecer um casal de Brasileiros Andrea e Rodolfo Guerra, que hoje são referência no mundo das artes”, detalha.

O artista destaca que no Brasil, o trabalho dele começou a ganhar espaço no evento Casa Cor Minas Gerais, em Belo Horizonte, em 2013, por meio do diretor da mostra, João Grillo. Voltou a participar do evento em 2014 e 2015. Por meio de uma votação do público, um painel feito por ele (paredão de 30 metros de cumprimento, projeto elaborado pelos arquitetos Luciana Savassi e Marcos de Paula) e foi capa da revista da edição da Casa Cor de 2015.
 
Ele acrescenta ainda que, depois de viver na Europa, retornou ao ao Brasil no ano passado. Em atendimento a convite do estilista mineiro Victor Dzenk (“hoje, a referência das estrelas brasileiras”, fez duas texturas que foram digitalizadas e transformadas em tecidos e que deram origem a Coleção de Inverno Odisseia 2020.  Um destes modelos foi estreado pela apresentadora Xuxa Meneghel em um de seus programas na TV, lembra.
 
O artista, atualmente, passa uma temporada em  Montes Claros. “Recebei convites recentes para trabalhos em Moçambique e em Barcelona (Espanha). Mas, por causa da pandemia, não topei”, explica Olímpio.

 


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